Imagine um barbante, esticado de forma bem reta sobre uma mesa. Este barbante tem duas pontas, sendo que uma delas fica mais próxima da sua mão direita e a outra fica mais próxima da sua mão esquerda. Ao olhar para esse barbante imaginário, pergunte a si próprio: onde começa e onde termina esse barbante?

É provável que a maior parte das pessoas dirá que o barbante começa no lado esquerdo e termina no direito…

Muito embora o barbante seja completamente igual, ao longo de toda a sua extensão, afirmamos que ele começa no lado esquerdo porque os ocidentais tendem a comparar toda e qualquer reta como uma linha do tempo, que nosso cérebro constrói da esquerda para a direita. A forma como escrevemos e a forma como tráfego em uma via de mão dupla flui (da esquerda para a direita em ambos os casos) também influenciam esta percepção. 

Ainda refletindo sobre esse exercício de imaginação, pergunto: qual o comprimento deste barbante imaginário? Dez centímetros? Meio metro? Um metro?

Bom, para fins de determinar começo, meio e fim, o comprimento do barbante não importa pois, provavelmente, continuaremos a atribuir o lado esquerdo como o início e o lado direito como o final, tornando fácil identificar o ponto central do barbante. Mas, o comprimento do barbante faz sentido quando percebermos que, conforme aumenta o tamanho, aumenta também a distância entre as pontas.

Propus este simples exercício imaginário com a finalidade de mostrar que a polarização é algo natural. Ter lados opostos é tão natural quanto a própria vida. Aliás, a polarização é tratada como uma verdade universal há muito tempo.

Alguns séculos antes de Cristo, o sábio, filósofo e sacerdote egípcio Hermes Trismegisto apresentava as “Sete Leis Herméticas”. Segundo ele, estas leis regiam o funcionamento de todo o Universo; uma delas é a Lei da Polarização, que nos ensina que o Universo é dual (tem dois lados). 

A verdade é que todas as leis herméticas falam sobre a dualidade do Universo e preveem que a polarização é algo essencial à vida porque, segundo Hermes, os opostos se complementam.

Para entender isso melhor, vamos voltar ao exercício do barbante imaginário. Desta vez, imagine que você pegará o barbante pelas duas pontas com a intenção de formar outra figura com aquele material. E logo você descobrirá que é possível fazermos algumas formas geométricas básicas: um quadrado, um triângulo e um círculo. Tudo isso a partir de uma reta, de um barbante.

Nesse momento, acabamos relembrando que as formas geométricas básicas (triângulo, quadrado e círculo) são oriundas de uma reta, ou melhor, são releituras de uma reta. E ao formarmos uma nova figura, a partir do barbante que antes era uma reta, torna-se mais difícil estabelecer com precisão e unanimidade onde começa e onde termina a nova figura que surgiu.

A complementaridade dos opostos nos ensina que toda e qualquer figura que desejamos construir, precisa trabalhar a partir da união dos opostos, dos polos do barbante. As pontas do barbante terão que se unir se desejarmos construir algo novo.

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