No texto anterior falamos sobre a polarização, uma lei Universal apresentada há muitos séculos por Hermes Trismegisto. Este sábio filósofo egípcio nos ensinava que, em tudo há dois polos e que o Universo tem dualidades, o que significa que polarizações são normais, ou melhor, essenciais, para o funcionamento do Universo.

Falamos sobre este tema usando a metáfora de um barbante imaginário, que forma uma reta quando esticado sobre uma mesa, mas que também pode dar origem a outras formas geométricas básicas (círculo, quadrado e triângulo).

Segundo as leis herméticas, a polarização principal e até mais sagrada tem a ver com a dualidade do gênero – o masculino e o feminino. A lei não se refere ao sexo em si ou a suas ideologias, mas sim à necessidade destes opostos para a geração de toda a vida Universal. As formas de vida precisam da união do masculino e do feminino para perpetuarem a sua geração e sobre esta lei se fundamenta a criação dos seres.

No nosso exercício imaginário, a união das pontas permitiu o surgimento de outras formas geométricas. E continuo utilizando a metáfora do barbante para falar da polarização, não só no sentido físico ou filosófico, mas também no sentido social, presente no dia-a-dia em que vivemos.

No texto anterior eu perguntei que tamanho você havia atribuído ao seu barbante imaginário, e comentei que o comprimento não importava para fins de determinar as duas pontas ou onde começava e terminava o barbante. De forma proposital, deixei para explorar neste texto as implicações do quanto é importante o tamanho do barbante que você imaginou.

Quanto maior o barbante, maior a distância entre as pontas. Embora esta informação seja óbvia, é fundamental falarmos sobre o preocupante aumento da distância entre os polos dos barbantes das nossas vidas.

A lei hermética diz que os polos sempre existiram e são essenciais para a nossa vida. Mas, não falou do quanto teríamos que cuidar para que distância entre estes polos não provocasse a desunião e, consequentemente, aumentasse a dificuldade de usarmos a linha reta imaginária para construirmos o Universo a partir das outras formas geométricas básicas.

De forma mais simples e mais direta, percebemos que estamos cuidando mal da dualidade primeira – o masculino e o feminino. Estamos separando o que deveria estar unido e a Sociedade tem enfrentado grandes dificuldades para harmonizar o convívio entre os opostos mais sagrados, que formam a base da criação.

Embora assim pareça, não quero me expressar de uma forma espiritual ou filosófica, mas sim de uma forma bem prática: se não respeitarmos as dualidades básicas da vida, será muito difícil respeitar as dualidades que existem por conta das nossas escolhas – que encontramos no time de futebol, na religião, na política, etc.

Estamos aumentando o tamanho do barbante, ao invés de diminuirmos a distância entre os polos. Assim, quanto mais distantes as pontas ficam entre si, mais difícil será para que elas se vejam, se ouçam, se entendam e se unam. Não conseguiremos abolir a lei da polaridade, mas conseguiremos trabalhar para que a distância entre os polos diminua, para que assim a gente enxergue a outra ponta como parte da mesma existência, do mesmo barbante.

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