Se quisermos saber como ficará o clima no fim de semana, consultamos a previsão do tempo. Se quisermos saber se vai esfriar, chover ou estar preparados para a mudança do clima, consultamos a previsão do tempo.

A internet tornou muito fácil olhar para o calendário a fim de saber, com relativa precisão, como será o clima para os próximos dias. E ainda que o clima mude, a previsão do tempo consegue nos alertar, de modo que só é pego de surpresa aquele que não está atento aos seus avisos. Mas tem um tipo de clima para o qual, em minha opinião, ainda damos pouca atenção…

Me refiro ao Clima Organizacional, que é a percepção dos colaboradores a respeito do quão saudável é o ambiente interno e as relações entre as pessoas e das pessoas com a própria empresa.

A expressão “clima” é utilizada para se referir a essa percepção que as pessoas têm para com a empresa, por causa de outra expressão que utilizamos de forma costumeira quando nos referimos às organizações: o ambiente. Na natureza, o ambiente é altamente influenciado pelo clima e, o contrário também é verdadeiro, pois o clima também sofre influência direta do ambiente.

Foi lá nos idos dos anos 1970, que a expressão “ambiente” começou a se tornar mais popular no ambiente organizacional, sobretudo quando se tornou mais comum utilizarmos a matriz SWOT, que se dedicava a analisar o ambiente interno e externo da organização. Não demorou muito para que a matriz SWOT apontasse que algumas das melhorias do ambiente interno da organização eram:

  • O relacionamento interpessoal;
  • A comunicação e;
  • A liderança.

Da mesma forma, não demorou muito para que alguns líderes mais atentos começassem a se aprofundar no tema, pois entendiam que os pontos de melhoria ligados à liderança, comunicação e relacionamento interpessoal impactavam significativamente a produtividade e, consequentemente, o resultado da organização.

E então, logo identificou-se que a melhor forma de se obter um diagnóstico mais preciso da situação é por meio de uma pesquisa, daquele tipo de pesquisa em que a gente faz várias perguntas e as pessoas compartilham sua percepção sobre aquilo que está sendo perguntado.

Simples assim!

No entanto, embora seja simples, ainda há muitas empresas que relutam em fazer pesquisas de clima organizacional. Há aqueles que desconfiam da eficácia da pesquisa, há aqueles que têm medo do resultado que a pesquisa vai apontar e há aqueles que simplesmente não estão nem aí para com o que a pesquisa vai dizer. Ou melhor, para que os colaboradores vão dizer. Assim, preferem continuar gerenciando a empresa sem saber porque a rotatividade está elevada ou a produtividade está caindo.

Um dos grandes motivos para a relutância que muitos têm para com a pesquisa de clima tem a ver com o salário. Muita gente com quem já conversei prefere não fazer a pesquisa de clima porque acha que ela servirá somente para que as pessoas peçam aumento.

É um paradigma e, posso afirmar, isso está longe de ser verdadeiro.

Digo isso porque, em minha experiência, as questões ligadas a salários e benefícios representam apenas o quarto ou quinto fator de insatisfação dentro das organizações. Adivinha quais são os primeiros?

  • O relacionamento interpessoal;
  • A comunicação e;
  • E a liderança.

Bem como o que foi percebido décadas atrás, quando as pesquisas de clima começaram a surgir… A conclusão que faço disso é:

Temos muito que aprender e evoluir em termos de gestão de pessoas. Sempre teremos!

Mas, não dá para botar a culpa na falta de metodologias para isso, pois, assim como a previsão do tempo, já temos ferramentas para saber antecipadamente se o clima na organização continuará ensolarado ou se nuvens negras surgirão no horizonte.

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