Ponto cego é o nome que damos para aquele lugar que nossos olhos não conseguem enxergar. É um lugar próximo, que está ao nosso redor, mas que não conseguimos perceber com a nossa visão.

E, para piorar, geralmente estes pontos cegos escondem coisas que deveríamos ver, mas não conseguimos enxergar.

É mais comum falarmos dos pontos cegos no trânsito, pois sempre há áreas que escapam da nossa visibilidade apesar de termos recursos que nos auxiliam – como os espelhos retrovisores, por exemplo. Apesar da área ocupada pelo ponto cego ser muito pequena em comparação com o todo, é muito comum que outros veículos fiquem escondidos nesta região, o que pode causar acidentes.

No caso do trânsito, a tecnologia está à disposição para resolver esse problema. Itens como câmeras de assistência e sinais sonoros existem para indicar a presença de algum veículo naquele ponto cego. Só que não é sobre o trânsito que eu quero falar, mas sim sobre gestão.

Pode ser que a comparação não faça sentido para muita gente, mas eu acredito que dentro das empresas há verdadeiros pontos cegos que dificultam visibilidade total de negócio por parte do gestor. E para uma gestão organizacional eficiente, é fundamental que o administrador tenha a famosa visão estratégica, uma complexa união composta por:

  • Visão sistêmica;
  • Visão antecipatória;
  • Visão evolutiva;
  • Visão periférica.

Essa última – a visão periférica – é a que determina a nossa capacidade de enxergar o que está ao nosso redor e entender o impacto das nossas manobras e decisões nos outros. Quanto maior for a dificuldade de entender o impacto das nossas manobras, maior será a dificuldade que o gestor encontrará para tomar decisões mais acertadas.

E caso a visão periférica do gestor seja limitada ou inexistente, suas manobras causarão impactos negativos nas pessoas, setor ou organização que se relaciona diretamente com ele.

Para diminuir essa dificuldade, pode-se usar a tecnologia.

É desta forma que os pontos cegos no trânsito são amenizados e trazem mais tranquilidade para os motoristas. No caso das empresas, o gestor pode lançar mão de sistemas (ERP, BI, etc.) que servem para mapear e enxergar a organização como um todo. Também poderá usar “tecnologias” antigas, como as reuniões, relatórios, e o tradicional e eficaz “gerenciar andando por aí”, como já defendia o escritor americano Tom Peters.

Em outras palavras, a tecnologia ajuda, mas não substitui aquilo que ainda é altamente eficaz: a conversa e a proximidade do gestor com as suas equipes.

Qualquer semelhança dos pontos cegos da gestão com os pontos cegos do trânsito não é mera coincidência, até porque a tecnologia pode ajudar tanto o motorista quanto o gestor. No entanto, há outro fator que vai determinar o sucesso no uso desta tecnologia: a experiência!

Gestores experientes e motoristas experientes têm em comum algo que os difere dos demais. Eles sabem que qualquer manobra que realizarem causará impacto em quem está ao seu redor e, por isso, irão cuidar antes de fazê-las.

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