A Psicologia é maravilhosa ao explicar o funcionamento da nossa mente, dos nossos comportamentos e das atitudes diante de determinadas situações. E podem ser imprevisíveis as nossas reações diante de situações como o luto, o fim de um relacionamento ou até mesmo a perda de um emprego.
Eu costumo dizer que ao longo da nossa vida, encontramos diversas pequenas “mortes”, que simbolizam o fim de uma jornada, a necessidade de virar a página e começar de novo.
Mas, algumas pessoas optam por não enfrentar de peito aberto os reveses que encontram em sua vida. Algumas pessoas fogem deste luto.
Confesso que fui para a internet para tentar conhecer e entender mais sobre o assunto, e eis que me deparei com uma expressão que explica de forma muito interessante essa reação: O TURISMO EMOCIONAL1.
O turismo emocional é a expressão utilizada para se referir às pessoas que não completam os processos de luto, que surgem em decorrência das pequenas mortes, que encontram ao longo da sua vida.
Essa reação – consciente ou inconsciente – acontece por medo ou como um mecanismo de defesa, erguido para “proteger” a pessoa. Notem que eu coloquei a palavra proteger entre aspas, justamente, porque o turismo emocional é uma falsa proteção.
O turismo emocional impede que a gente vire a página, e possa migrar para situações melhores e mais positivas no futuro. O turista emocional tem medo de criar vínculos. Não se entrega e pode passar a desconfiar de tudo e de todos, afinal, ele tem medo de passar por novas frustrações.
Assim, o turista emocional vai pulando de galho em galho… Troca constantemente de relacionamento – e aqui eu me refiro a todos os tipos de relacionamento, inclusive o profissional.
Por conta disso, suas relações são superficiais e ele acaba tendo dificuldades de se encaixar em novos grupos sociais, principalmente, no seu novo local de trabalho. Consequentemente, ele pode acabar sendo visto como uma pessoa distante, inacessível, um tanto vazia; que acaba sendo deixada de lado, pois seus novos colegas optam por isolar o X2.
Essa dificuldade de se engajar novamente em um novo projeto profissional, social ou afetivo é muito prejudicial para a sua vida e a sua carreira. Pois, ele fica ancorado no passado, remoendo a sua dor e procurando explicações para a perda pela qual passou.
Não raro, colocam a culpa nos outros. E talvez seja justamente por isso que preferem não se envolver verdadeiramente com novas relações sociais, profissionais e emocionais. Quem perde, no fim, sempre é o turista…
1 Inspirado no artigo publicado em: https://amenteemaravilhosa.com.br/turismo-emocional/
2 Falo mais sobre esse assunto no meu livro “50 textos”, disponível em http://loja.ponteaofuturo.com.br/pd-3289ad-livro-desenvolvimento-humano-lideranca-e-gestao.html