Transcrição do episódio "60 – Qual é o seu maior medo"
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Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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QUAL É O SEU MAIOR MEDO?
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Qual é a coisa que mais te assusta nesse mundo? Quais são as coisas que te deixam apavorado, praticamente paralisado? Quais são as coisas que você evita a todo custo, porque você tem medo? Pois é, quem é que nunca sentiu medo de algo? Ou melhor, que é que pode afirmar categoricamente que não tem medo de nada?
O medo é inerente ao ser humano. É item de série. É um sentimento que é como uma moeda: tem duas faces. Há o aspecto positivo, que ocorre quando o medo nos deixa alertas para o perigo de algumas situações. Tem a ver com a autopreservação do ser humano, com o sentimento de vigilância que temos conosco. E há o aspecto negativo, que acontece quando o medo nos paralisa e nos deixa de joelhos diante das dificuldades que surgem.
Eu decidi ler mais sobre o assunto e encontrei uma pesquisa que listou os principais medos do ser humano. Quer saber quais são?
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Medo da morte
De todos os medos, pode-se dizer que esse é o único que não conseguimos evitar. Não daria para dizer, então, que é um medo sem sentido? O que acontece é que, na realidade, o medo não é da morte, e sim da forma como isso vai ocorrer. A maior parte dos pesquisados teme morrer de forma violenta ou por meio de uma doença agressiva. Outros temem morrer muito cedo ou de forma solitária ou, ainda, não ter aproveitado a vida como gostariam. Aliás, recomendo ouvir novamente o episódio #49 do nosso podcast, que fala sobre os principais arrependimentos das pessoas que estão à beira da morte.
Medo de falar em público
Nem todas as pessoas desenvolveram a aptidão para falar em público. É algo que se aprende, que podemos treinar. Só que o medo de falar em público está diretamente relacionado ao medo de ser julgado, de ser rotulado. É a sensação de estar nu, sobre a qual falamos no episódio #57, que saiu na semana passada.
Medo de altura
Esse é o meu maior medo. Estima-se que até 5% da população mundial tenha medo de altura num nível que chega a ser acima do normal. Eu descobri que tinha esse medo de altura quando eu fui pela primeira vez no bondinho do Pão-de-Açúcar, no RJ.
Medo de sangue
Na realidade, o medo não é do sangue em si, mas sim de ver o sangue em uma pessoa, em um ferimento. As pessoas que têm medo de sangue não têm problema em ver o sangue numa bolsa de transfusão. Mas não podem ver o sangue em um ferimento, porque associam diretamente o sangue a algo que pode ser violento.
Medo de insetos
Medo de aranha, barata e até abelhas. Mas podemos incluir nessa categoria também os ratos, cobras e aranhas – embora não sejam insetos. Estudos afirmam que esse tipo de medo está associado a alguma situação traumática que a pessoa possa ter vivenciado.
Medo do escuro
O medo não é do escuro em si, mas também do que associamos à escuridão: as histórias de bicho-papão e tudo mais. Também há que se considerar o seguinte: o corpo humano é programado para “equilibrar” os sentidos. Assim, quando estamos no escuro e não conseguimos enxergar, a nossa audição vai compensar e nós vamos ouvir as coisas mais claramente. É por isso que associamos a escuridão a ruídos e outros barulhos estranhos que, na realidade, estão sendo ouvidos porque nossa audição está mais aguçada.
Medo de lugares fechados
É a famosa claustrofobia. Também pode estar associada ao medo de ficar em ambientes com muitas pessoas, como um estádio de futebol, um show ou festival. É uma sensação de falta de espaço e privação de liberdade que afeta muita gente.
E aí, qual destes é o seu maior medo?
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Esses medos metem medo mesmo, com o perdão do trocadilho. Dá para ver que o medo é uma questão marcante na vida de muita gente, pois na maioria das vezes é o medo que nos impossibilita de seguirmos adiante com nossos sonhos e projetos. É o medo que nos faz questionar nossa capacidade de realização e, muitas vezes, acaba servindo como justificativa para adiarmos ou desistirmos daquilo que buscamos. O medo do desconhecido faz com que a gente desista dos sonhos e dos objetivos sem sequer tentar entrar na caverna. É como disse Abraham Lincoln:
O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas sim de homens que desistiram antes de vencer.
Tem gente que tem medo de errar. Ou melhor, tem gente que tem medo de tentar, de fazer diferente, pois para fazer diferente é preciso desencadear um processo de aprendizado. E o aprendizado é um processo complexo que demanda desconstrução, humildade e abertura. Já dizia o velho ditado: Errando é que se aprende.
As pessoas não têm medo de errar. Elas têm medo de que suas ações ou decisões erradas decepcionem outras pessoas ou provoquem o julgamento alheio. E a boa notícia é que as pessoas que ousam e se desafiam para sair da zona de conforto têm os mesmos medos. Só que não se deixam paralisar por ele. Essas pessoas sabem que o medo faz parte do pacote da viagem que leva ao sucesso.
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Quero voltar a falar sobre o nosso principal medo: o medo da morte. Eu comentei, lá no começo do episódio, que esse parece ser um medo sem sentido, porque a morte, a finitude dos dias, chega para todo mundo.
Então eu penso que a gente tem, na realidade, medo de como a morte vai nos encontrar. Não me refiro ao sentido físico. Eu me refiro à forma como vivemos a vida, que certamente faz a diferença na forma como vamos encarar o nosso momento derradeiro.
Eu lembro que, pouco antes de morrer, o saudoso Chico Anísio falou uma frase que me marcou bastante: não tenho medo de morrer. Tenho pena de morrer. A frase parece fatalista, triste até. Mas a verdade é que essa frase simboliza justamente o contrário: a alegria que Chico Anísio tinha em viver era tanta que era uma pena saber que um dia tudo isso terminaria. Ele tinha vários projetos, várias ideias e tanta vontade de continuar trabalhando que, de fato, seria uma pena quando seus dias chegassem ao fim.
Esse exemplo de Chico Anísio me lembra de outra frase, de outra figura lendária da arte brasileira: o ator, poeta e dramaturgo Mario Lago. Quando perguntado sobre o que pensava sobre a morte, ele disse: eu fiz um acordo com o tempo… Nem ele me persegue, nem eu fujo dele… Qualquer dia a gente se encontra e, dessa forma, vou vivendo intensamente cada momento…
Faz sentido o que disseram Chico Anísio e Mário Lago? Quais são as lições que ficam para nós, que estamos vivos e que, na maioria dos casos, temos emprego, um lar para morar, saúde e pessoas que amamos e nos amam?
Será que, ao invés de termos medo da morte ou de qualquer outro dos itens da lista, não deveríamos focar na forma como vivemos a vida e nos relacionamos com as pessoas? Será que o nosso principal medo não deveria ser o de reclamar de tudo e de se tornar uma pessoa chata? Será que não deveríamos ter medo do que podemos deixar de viver?
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Fala, galera do Coachitório Online.
Espero que tudo falamos aqui tenha contribuído para atualizar as suas definições de medo. Confesso que escrever e gravar esse episódio foi bastante enriquecedor e até terapêutico para mim, para que eu me lembre sempre de agradecer por tudo que me tornei e pelas pessoas que estão comigo.
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!