Há pessoas que são competentes, isso é inegável! Mas você já reparou que há pessoas que conseguem superar o conceito de competência? Parece que essas pessoas têm algo a mais, que muitas vezes não conseguimos identificar ou verbalizar. Às vezes, dá a impressão que elas nem são muito mais competentes do que a média, ainda assim as admiramos porque conseguem resultados melhores e mais consistentes. O que há com essas pessoas que vão além do conceito de competência?
Uma das formas de responder a essa pergunta é sair um pouco do conceito tradicional de competência que costumamos abordar. Olhamos para um profissional e determinamos a sua competência por meio daquilo que ele sabe fazer. É um olhar puramente técnico, que é importante e faz parte do conceito de competência. No entanto, quando olhamos para pessoas que excedem esse conceito, acabamos percebendo que esses excelentes profissionais também são excelentes pessoas. São profissionais que têm excelentes competências técnicas, mas também são excelentes em suas competências comportamentais.
As competências comportamentais representam o verdadeiro diferencial competitivo para qualquer profissional nos dias de hoje. Não há como negar a verdade daquela expressão que “somos contratados pelo currículo e demitidos pelo comportamento”, porque isso tem ficado cada vez mais evidente no mundo profissional do século 21.
É por isso que atualmente tem havido um grande esforço para despertar nas empresas a percepção de que as organizações também são grandes centros formadores do ser humano. As empresas são muito mais do que centros empregadores, que proveem trabalho, salário e benefícios. As empresas são organismos sociais que promovem a interação social entre as pessoas e a educação do ser humano.
Na realidade, sempre foi assim. Desde que surgiu o conceito moderno de empresa, lá na Primeira Revolução Industrial, o ser humano passou a se concentrar nestas organizações e começou a desenvolver interações sociais entre si e com o próprio empregador. Só que os tempos têm mudado velozmente e tem se tornado cada vez mais necessário olhar para as empresas como grandes centros de desenvolvimento e educação do ser humano.
Quer dizer que as empresas são escolas? Não, pelo menos não no sentido em que imaginamos as escolas. Empresas não substituem a educação formal. Tampouco substituem a educação que deve ser dada em casa. Mas, tendo em vista o amadurecimento cada vez mais tardio do ser humano – sobretudo das gerações mais novas –, é correto pensar que cada organização deve lançar mão de ações diferentes para formar e transformar o ser humano em alguém que possa superar as competências técnicas e que possa ser aquele profissional que vai além!