No texto anterior falamos sobre algo muito simples, mas que é fundamental para a nossa vida: dar nome às coisas!

As coisas têm nome porque, desta forma, uma simples palavra tem o poder de trazer consigo o seu conceito e significados. Mas, o nome das coisas também traz consigo um conjunto de experiências e sensações distintas, que são muito particulares e individuais, pois têm a ver com as experiências que cada pessoa teve com aquele lugar, objeto ou pessoa.

No último post, eu citei alguns exemplos: amor, saudade, dor… São palavras familiares para nós, mas que podem ter significados diferentes por conta da experiência que cada um teve com este sentimento. Por exemplo:

  • Para alguns, o amor é maravilhoso, a saudade é boa e a dor é algo insuportável;
  • Para outros, o amor pode ser algo no qual não acreditam, a saudade é algo a ser evitado e a dor é algo que pode ser controlado.

Cada um dá o seu sentido para o nome das coisas. Essa subjetividade talvez seja uma das grandes causas dos problemas de comunicação com os quais lidamos na nossa vida pessoal e profissional.

Algo parecido acontece dentro das organizações. Quando falamos em resultado, qualidade ou produtividade, quais são os conceitos que vêm a sua mente? Embora sejam palavras de fácil entendimento, creio que cada um dará um significado diferente para estes termos. E pode ser que o entendimento de cada um sobre essas palavras seja diferente do significado que a empresa dá para cada uma delas.

Eu vejo esse tipo de confusão acontecer quase que diariamente nas empresas e, por isso, eu sempre digo: o óbvio precisa ser dito.

Na minha trajetória profissional, tive a oportunidade de presenciar vários casos em que o significado da palavra “qualidade” era bem distinto do que eu pensava, ainda que ambos quisessem fazer a coisa da forma certa. Então, penso que uma das saídas é sempre deixar claro o significado que estamos dando para aquela palavra. Afinal, problemas de comunicação podem ser minimizados por meio da clareza e objetividade.

Além da subjetividade, o nome das coisas pode estar ligado a problemas de comunicação de uma forma mais difícil de ser resolvida: a crescente dificuldade de expressão das pessoas. Você já reparou como tem sido cada vez mais difícil entender e se fazer entendido quando conversamos com as pessoas?

Confesso que há vezes que eu não consigo entender bulhufas em determinadas conversas, sejam elas pessoalmente, por telefone ou por meio eletrônico. Tem muita gente que simplesmente não consegue se expressar. Não conseguem articular uma frase ou fazer um relato que tenha começo, meio e fim. Há pessoas não conseguem dar definições para as coisas mais simples. 

Quando isso acontece, eu tenho que fazer um esforço para não me tornar arrogante e não achar que sou o melhor exemplo de comunicação. Tenho minhas dificuldades. Mas, não posso deixar de pensar que essa crescente falta de capacidade cognitiva das pessoas, deriva da falta de leitura, estudo e instrução qualificada. E talvez este seja o principal motivo dos problemas de comunicação.

O antídoto? Empresas devem investir em treinamento e em processos de comunicação claros e objetivos. E as pessoas devem investir em si mesmas. Devem ler coisas úteis, estudar, enfim, dedicar tempo e esforço para melhorar neste aspecto.

Aliás, quero deixar claro que não estou fazendo um desabafo ou uma apologia ao estudo, mas sim um alerta: o crescimento e a evolução pessoal e profissional passam pela nossa qualificação. Só assim que o nome das coisas não se tornará um problema e cumprirá a sua finalidade de facilitar a vida das pessoas.

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