• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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120 – O óbvio precisa ser dito

Os problemas de comunicação podem ter sua origem nas formas ou meios que a informação circula dentro da empresa. Penso que esses problemas acontecem pois, na maioria das vezes, ignoramos uma regra bem básica da comunicação: o óbvio também precisa ser dito! Nossa comunicação está cada vez pior porque ela é cada vez mais abreviada. Imaginamos que as pessoas vão entender as entrelinhas ou mensagens subliminares que fazem parte do que as pessoas falam ou escrevem para nós e esperamos que as pessoas entendam as mensagens imperfeitas e incompletas que recebem!

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Transcrição do episódio "120 – O óbvio precisa ser dito"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

O ÓBVIO PRECISA SER DITO

Eu gosto muito de trabalhar com consultoria e com o desenvolvimento de pessoas e organizações. É uma oportunidade única de conhecer muita gente, muitas empresas e diversas realidades distintas. Mas, apesar das realidades das empresas serem distintas, ou seja, apesar de cada uma ter a sua história, suas peculiaridades e seus desafios, há uma situação que aflige dez em cada dez empresas que eu conheço: a comunicação. Tanto é que lá nos anos 1990 Peter Drucker já alertava que a comunicação seria um dos grandes desafios para as lideranças do século 21.

A comunicação é algo que precisa ser continuamente trabalhado dentro das empresas, pois a falta da comunicação ou a comunicação malfeita gera retrabalho, perda de eficiência e erros que podem ter consequências muito negativas para o resultado ou a imagem da empresa. A comunicação é algo tão importante no meio organizacional que aqui no Coachitório Online já abordamos este tema várias vezes. No episódio #16 nós falamos sobre a importância de comunicar-se. No episódio #23 falamos das lições de Carlos Drummond de Andrade sobre comunicação. No episódio #65 falamos da comunicação não verbal. Nos episódios #83 e 86 falamos sobre as lições de comunicação que Sherlock Holmes e Miranda Priestly respectivamente trouxeram para nós. Isso significa que o tema comunicação foi abordado em todas as temporadas do nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança e nesta temporada não será diferente, até porque, como dizia o falecido Chacrinha, “quem não se comunica, se trumbica!

Embora a comunicação seja um problema onipresente nas empresas e embora as consequências da má comunicação organizacional sejam parecidas, as causas dos problemas de comunicação nem sempre são as mesmas. Os problemas de comunicação podem ter sua origem nas formas ou meios que a informação circula dentro da empresa. Também podem estar relacionados à cultura organizacional da empresa, ao perfil das pessoas (e aqui eu lhe convido a ouvir novamente o episódio #52, em que falamos sobre o perfil comportamental), assim como pode ter relação até com a questão cognitiva, na dificuldade que as pessoas têm para entender as mensagens.

Essas são apenas algumas prováveis causas dos problemas de comunicação. Mas, em minha modesta opinião, esses problemas acontecem porque na maioria das vezes ignoramos uma regra bem básica da comunicação: o óbvio também precisa ser dito! Nossa comunicação está cada vez pior porque ela é cada vez mais abreviada. Imaginamos que as pessoas vão entender as entrelinhas ou mensagens subliminares que fazem parte dos relatos cada vez mais confusos que as pessoas falam ou escrevem para nós. Temos a pretensão de imaginar e de esperar que as pessoas entendam mensagens imperfeitas e incompletas. Nos comunicamos pela metade porque estamos sempre na correria e não temos tempo para ler, ouvir, escrever ou falar de forma dedicada e decente com as pessoas. E assim falhamos em nosso processo de comunicação, quando damos ao nosso interlocutor a liberdade para preencher as lacunas daquilo que não dizemos. Aquilo que não é dito será preenchido pelo nosso cérebro para completar as partes faltantes da mensagem incompleta que recebemos.

Tudo isso porque na maioria das vezes esquecemos de mencionar coisas simples, mas que são fundamentais. Esquecemos (ou negligenciamos) o fato de que as instruções precisam estar completas para que as pessoas não tenham margem para duplas interpretações do que foi informado. Ignoramos que o fato de eu saber ou entender algo não significa que o meu colega vai saber ou entender sobre o mesmo assunto com a mesma facilidade. Não é tão simples assim.

O mais interessante de tudo é que no tempo da revolução industrial, as estradas eram um requisito para o desenvolvimento social, político e econômico e para a comunicação. Hoje temos sistemas de comunicações eletrônico. Estamos vendo o surgimento da sociedade da informação à medida que se intensificam os meios de comunicação e com isto percebe-se um salto na quantidade de informação que trocaremos uns com os outros. No entanto, muito embora tenhamos à disposição as melhores tecnologias para facilitar o acesso às pessoas e garantir uma comunicação mais eficiente, não usamos de forma adequada todas essas ferramentas que temos em nossas mãos. Seja por desconhecimento, pressa ou preguiça, parece que de nada adianta ter as melhores ferramentas se não soubermos usá-las ao nosso favor quando o assunto é comunicação.

Por causa disso eu gosto de pensar que os problemas de comunicação não surgiram neste século. A comunicação é um desafio para a organização há muito tempo e há quem diga este problema surgiu nos primórdios da Revolução Industrial, pois a tão defendida divisão das tarefas e especialização das atividades gerava uma estreiteza de pensamento. Assim, ao se aprofundarem e se especializarem em uma atividade, gradativamente as pessoas perdiam de vista o panorama geral da organização e passavam a falhar na comunicação com os colegas.

A comunicação organizacional é um tema importantíssimo, porque as empresas são compostas por equipes dedicadas a atingir objetivos que são comuns a todos os seus integrantes. Mas como conhecer os objetivos comuns, bem como as necessidades, dificuldades, soluções, percepções e os desejos de todos, se não através do exercício simples da comunicação? Será difícil alcançar altos níveis de excelência se não fizermos a informação e o conhecimento circularem. Eu sei que é difícil sustentar de forma indefinida a excelência naquilo que fazemos. Poucos grupos podem atingi-la em bases consistentes, mas mesmo esses não a sustentam indefinidamente. A excelência é um estado dinâmico, não parte de um processo de rotina. É possível mantê-la durante períodos limitados de tempo, após os quais ela é perdida. Além disso, ninguém atinge níveis de pico repetindo exatamente os mesmos processos que funcionaram no passado. Atingir um determinado nível de excelência envolve analisar cada situação específica e determinar o que é correto. Exige boa comunicação, cooperação, expectativas elevadas, risco e confiança. Perceba que a boa comunicação é premissa básica para atingir e manter a excelência.

É verdade que a era da industrialização trouxe um ritmo mais acelerado tanto para a vida individual quanto organizacional. De fato, foi precisamente por esta razão que estas formas burocráticas de organizar o trabalho se tornaram necessárias. Mas eu também gosto de acreditar que os problemas de comunicação não começaram somente por causa da Revolução Industrial, até porque eu acredito que a divisão de tarefas e a especialização das atividades trouxe muito mais benefícios do que malefícios para as empresas. Tampouco acredito que a comunicação seja um problema somente nas empresas. A comunicação é a base do relacionamento interpessoal e é por isso que eu acredito que os problemas de comunicação surgem em casa, na família. Acredito que os problemas de comunicação têm uma ligação direta com a forma como nos relacionamos em casa e, me permitindo ir ainda mais longe neste pensamento, acredito que problemas de comunicação têm tudo a ver com a educação que recebemos em casa e na escola.

Não se trata de uma tese ou algo que eu consiga provar por meio da ciência. Trata-se apenas de uma opinião, que se baseia em algo que tenho observado em meus trabalhos: as pessoas estão se comunicando mal em casa porque conversam pouco e conversam pouco porque as horas que deveriam ser dedicadas ao diálogo e ao convívio familiar são destinadas à televisão, ao celular ou ao computador. Parece que vivemos em um isolamento social, que começou muito antes da pandemia. Deixamos de exercitar a comunicação interpessoal em casa ou na nossa vida social e isso faz com que tenhamos dificuldades de expressão e entendimento das mensagens quando essas ações são exigidas de nós no meio profissional.

Também não adianta culpar a tecnologia, até porque a modernidade que está à nossa disposição não tem mais volta. Devemos aprender a usar o que temos em nossas mãos a fim de facilitar o entendimento das coisas e melhorar a forma como nos expressamos. Devemos usar a tecnologia como aliada e não como culpada e, principalmente, lembrar que a boa comunicação é algo relativamente fácil de ser realizada, bastando apenas ter paciência para escutarmos e observarmos ativamente as pessoas e o ambiente à nossa volta e, principalmente, lembrar de que aquilo que é óbvio para você não necessariamente é óbvio para o outro. Lembre-se: o óbvio precisa ser dito!

Fala galera do Coachitório Online!

Cada lugar que eu visito e em que eu trabalho acaba sendo uma grande fonte de aprendizado e troca de experiências e, claro, um grande desafio para eu me adaptar ao estilo de comunicação das pessoas com quem eu converso. Aprendi que resiliência e empatia são fundamentais, assim como eu aprendi que calar e observar também são ingredientes essenciais para uma comunicação eficiente.

Diante disto, eu quero lhe perguntar: que problema ou situação inusitada você já teve que resolver em sua vida pessoal ou profissional por conta de uma falha de comunicação? Compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!