• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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133 – Resista ao impacto e surfe a onda

Uma das coisas que eu mais admiro no surfe é a dinâmica do esporte, no que diz respeito ao contato com a natureza. Eu imagino que essa dependência da natureza para fazer com que o esporte seja praticado, faz com que o surfista desenvolva duas competências fundamentais: saber observar e estar sempre pronto. Digo isso, porque eu penso que nem toda onda é boa para ser surfada. Então, cabe ao surfista observar e esperar por aquela onda que vale a pena. Para isso, ele tem que estar pronto para começar a remar na hora certa.

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Transcrição do episódio "133 – Resista ao impacto e surfe a onda"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

RESISTA AO IMPACTO E SURFE A ONDA

Vou logo avisando: minha experiência com o surfe é inexistente. Tudo o que eu sei a respeito deste esporte é na qualidade de espectador, como aquela pessoa que adora Fórmula 1 mas nunca pilotou um carro de corrida ou quem gosta da NBA mas nunca jogou basquete. Mas essa falta de conhecimento sobre o surfe e, consequentemente, sobre as dificuldades de ser um bom surfista, não me impedem de extrair alguns exemplos e aprendizados a respeito do esporte. Apesar disto, desde já vou me desculpando com os praticantes do esporte sobre qualquer eventual incorreção da minha parte ao falar sobre o surfe.

Uma das coisas que eu mais admiro no surfe é a dinâmica do esporte no que diz respeito ao contato com a natureza. O surfe é completamente dependente das condições do mar, por um simples motivo: sem ondas, não há como surfar. Várias são as etapas de campeonato que são adiadas por conta da falta de ondas. Mas há também o contrário, pois as provas finais do surfe nas Olimpíadas de Tóquio foram antecipadas em um dia por conta da ameaça de um tufão.

Eu imagino que essa dependência da natureza para fazer com que o esporte seja praticado faz com que o surfista desenvolva duas competências fundamentais: saber observar e estar sempre pronto. Digo isso porque eu penso que nem toda onda é boa para ser surfada. Então cabe ao surfista observar e esperar por aquela onda que vale a pena. Para isso, ele tem que estar pronto para começar a remar na hora certa. Tem vezes em que a manobra dá certo e o surfista se sente realizado por ter pego uma boa onda. Mas tem vezes que não e tudo o que ele consegue é tomar um caldo da onda. Ainda assim, o surfista não desiste. Ele resiste ao impacto da onda que não deu certo e se prepara para surfar a próxima.

O bom surfista sabe que tomar caldo faz parte do esporte. Os surfistas mais experimentados – mesmo os amadores – sabem que há aí uma lição que supera as fronteiras do esporte e que pode se tornar uma lição de vida. O surfista verdadeiramente experiente aprende com o caldo e leva essas lições para a sua vida pessoal e profissional, pois sabe que para ter centenas de ondas bem surfadas foram necessárias outras centenas de ondas que não deram certo. Foi necessário ter resiliência para receber o impacto da onda e continuar surfando.

Logicamente, esse é mais um exemplo do cotidiano que eu penso que serve como uma metáfora perfeita para o que acontece em nossas vidas e nas nossas carreiras. Mas ao invés de falar desta metáfora somente sob a ótica dos pontos fortes e dos pontos de melhoria que cada um de nós tem, eu vou abordar o exemplo do surfista no contexto da relação que cada um de nós tem com a natureza. Ou melhor, no campo organizacional, a relação que cada um de nós tem com o ambiente ao nosso redor.

Já tem muito tempo que estamos vivenciando a morte do industrialismo e o advento de uma nova civilização, tanto no campo econômico quanto social. Não se trata da morte da humanidade e o nascimento de um novo povo, mas sim da morte lenta de um jeito de ser, de viver e de trabalhar para dar lugar a uma nova forma de enxergarmos a nossa vida e a nossa carreira. Essa mudança já era prevista pelo escritor Alvin Toffler lá nos idos dos anos 1970. Ele chamou esse fenômeno de Economia da Terceira Onda. Perceba que ele utiliza o termo “onda” para se referir a esse grande movimento cujo impacto faz com que aprendamos a interagir com o ambiente para podermos surfar essa onda. Qualquer semelhança com o que o surfista sabiamente faz não é mera coincidência.

Para o surfista, o desenvolvimento das competências de saber observar e estar sempre pronto é quase tão natural quanto respirar. Surfistas não devem ficar sentados na areia esperando as ondas surgirem. Eles estão no mar, sobre a prancha, olhando para o horizonte e antevendo as ondas que podem aparecer pois é só assim que ele vai pegar as ondas antes do que aquele que está na areia esperando.

É a mesma história do barco que está seguro no porto. O detalhe é que os barcos não foram feitos para ficar no porto, mas sim para navegar e encarar ondas, mares e até tempestades. Assim como os surfistas e os barcos, nós não fomos feitos para ficar na areia ou no porto seguro, mas sim de encarar os desafios da natureza não com o objetivo de superá-la, mas sim de aprender e interagir com ela.

É por isso que quando falamos da Economia da Terceira Onda, da Era da Informação ou da Sociedade do Conhecimento, estamos nos referindo a eventos que começaram há muito tempo e que lentamente vêm mudando ou moldando a forma das pessoas interagirem com o ambiente, com o próximo e com si mesmas. Ao invés de afirmar que a tecnologia é a grande responsável por esta mudança, penso que faz muito mais sentido considerar que a tecnologia é uma das formas de percebermos o quanto a humanidade tem mudado e melhorado em termos de capacidade e conhecimento. Falta, claro, transformar esse crescimento em evolução e canalizar todas essas competências tecnológicas para podermos olhar melhor para dentro de nós mesmos e para a Sociedade.

Uma das mudanças mais fascinantes que temos presenciado é o Home Office. Na realidade, tudo aquilo que compõe esse formato online de trabalhar, ou seja, as lives, as reuniões online, o trabalho remoto, enfim, tudo aquilo que faz parte desse universo e que cresceu exponencialmente por conta da pandemia. A popularização por esse novo formato de trabalho é recente, mas se engana quem pensa que este e um fato novo. Desde os anos 1980 já se afirmava que presenciaríamos o nascimento de movimentos fariam com que todo o trabalho que pudesse ser feito em casa fosse feito em casa. Já era sabido que o local onde faríamos o trabalho seria um detalhe, desde que conseguíssemos garantir que o trabalho fosse feito.

Não dá mais nem para falar que o trabalho do futuro é em Home Office, pois esta situação já é uma realidade. É claro que há várias atividades que continuarão sendo feitas presencialmente, sobretudo nas indústrias de transformação e no ramo de serviços. Só que para que o trabalho em Home Office seja bem feito, é preciso mudar uma crença que ainda está muito arraigada na mente de empregados e empregadores, que é a suposta necessidade de supervisão e vigilância.

Digo isso porque a maioria das empresas contratam o trabalhador para que ele dedique horas de trabalho, ou melhor, horas de permanência em uma empresa. Isso faz com que o trabalhador tenha que desempenhar suas funções num escritório centralizado, onde poderá ser vigiado a fim de que um comando central garanta que as horas de trabalho, ou melhor, de expediente, sejam cumpridas. O engraçado é que quanto mais esse exercício de vigilância e controle ocorre, mais flagrante é o mal aproveitamento das horas em que o empregado fica na empresa. Surge uma espécie de jogo de gato e rato, em que normas e procedimentos são criados para garantir que as pessoas não enganem a empresa.

E assim nós esquecemos que a natureza está agindo e deixamos de nos comportar como o surfista que procura incessantemente fazer parte da onda para alcançar seu objetivo. Os movimentos sociais e econômicos que estão acontecendo representam a onda que já está quebrando na nossa praia e parece que há poucos surfistas percebendo e se preparando para surfá-la. A preocupação predominante ainda parece ser uma tentativa mal-sucedida de mudar o curso das coisas, de remar contra a maré ou de insistir em formas de pensar, viver e trabalhar que já tiveram seus dias de glória, mas que agora precisam se despedir para dar espaço para o que há de novo.

Então talvez faça sentido nos questionarmos sobre a forma como estamos interagindo com o ambiente ao nosso redor. Será que estamos percebendo o que está ocorrendo e estamos nos preparando para fazer parte desta onda ou ainda estamos sendo céticos ou resistentes à quebra dos paradigmas que ainda nos prendem no estado atual? Precisamos olhar para o passado a fim de entender que a vida que vivemos hoje é fruto das descobertas, decisões e ações que aconteceram no passado. Por analogia, é correto pensarmos que a vida que iremos viver no futuro também será fruto das descobertas, decisões e ações que estamos tendo nos dias atuais.

Cada geração deve colher ideias do passado e as reconfigurar de uma forma que facilite a sua percepção em relação ao mundo. Em outras palavras, ao invés de tentarmos nos sobrepor ao ambiente e às pessoas, temos que estar mais integrados com tudo o que está ao nosso redor, pois a melhor maneira de preparar e entrar no futuro não é através da reversão a um passado miserável.

Fala galera do Coachitório Online!

Eu penso que a beleza do surfe está nessa interação contínua entre o homem e a natureza. O surfista não quer simplesmente domar a onda. Ele quer interagir com ela, ser parte complementar da beleza que a natureza proporciona. Não se trata de um choque de forças, mas sim de uma complementaridade. Por isso é que faz muito sentido para mim que na nossa vida pessoal e profissional deva existir essa complementaridade entre nós, a Sociedade e o ambiente.

E eu quero te perguntar: como é a sua relação com o ambiente e as pessoas ao seu redor? Você encontra mais harmonia ou mais conflitos? Compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!