• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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123 – O Planejamento e a Futurologia

O planejamento não é um exercício de futurologia. Também não pode ser resumido ao estabelecimento de metas, KPI´s, prazos e responsabilidades. Para que o planejamento de uma empresa funcione, eu costumo dizer que é fundamental que ele faça sentido para as pessoas. E para fazer sentido para as pessoas é essencial que o planejamento esteja ligado à visão de futuro da empresa. Acontece que a maioria das “visões” de uma organização são verdadeiros exercícios de adivinhação ou de palpites, que se tornam pouco tangíveis para as pessoas e para a própria empresa.

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Transcrição do episódio "123 – O Planejamento e a Futurologia"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

O PLANEJAMENTO E A FUTUROLOGIA

Pois é, caro ouvinte do Coachitório Online! Lá vamos nós falar novamente sobre planejamento. Este é, sem dúvida, o tema sobre o qual mais falamos na história do nosso podcast e é, inclusive, o campeão de audiência entre todos os nossos episódios. E antes que você se pergunte por que falamos tanto sobre planejamento, eu já me apresso em dar aqui uma resposta para o seu questionamento. Ou melhor, vou compartilhar aqui a minha visão sobre o motivo pelo qual falamos tanto de planejamento.

Em tese, é muito simples: os maiores pontos de melhoria de uma empresa costumam ser também os temas mais comentados em reuniões, nas conversas de corredor, nos papos de corredor e do cafezinho. No meio organizacional, costumamos falar sobre aquilo que é mais crítico, que não está funcionando ou poderia ser melhorado. É por isso que é tão comum falarmos de planejamento, comunicação e liderança, pois estes são, sem dúvida, os temas que merecem a maior atenção das pessoas dentro das empresas.

As teorias, metodologias ou ferramentas ligadas ao planejamento são relativamente recentes. Todo esse mecanismo ligado ao planejamento ganhou corpo há cerca de cem anos, quando Henri Fayol publicou a Teoria dos Processos Administrativos e assim fundava a Administração enquanto campo do conhecimento tal e qual a conhecemos nos dias de hoje.

Para Fayol, a Administração deveria se basear em cinco funções principais: planejamento, organização, execução, coordenação e controle. Essas cinco funções, desempenhadas nessa ordem específica, garantiriam o bom desempenho de toda e qualquer organização. Repare que o planejamento é a primeira das funções. É onde tudo começa e é bem por isso que se torna possível afirmar que toda e qualquer atividade que for realizada com base em um planejamento tem maiores probabilidades de dar certo.

Digo isso porque muita gente se engana ao pensar que o planejamento é garantia de sucesso. Mas não é! Para falar a verdade, o planejamento é apenas a garantia de que vamos errar menos em nossas decisões e ações.

O grande mérito de Fayol não foi o de ter inventado essas funções administrativas, até porque elas já eram executadas de forma empírica há séculos. O seu grande mérito foi o de observar o que era feito, estruturar as cinco funções, explicá-las e, principalmente, defender com unhas e dentes a sua teoria. Ao falar das condições necessárias para a elaboração do planejamento ou de um plano de ação, Fayol já comentava sobre a dificuldade de se colocar o plano integralmente na prática. Perceba que a parte prática, ou seja, sair da função de planejamento e chegar na função da execução já era uma preocupação várias décadas atrás. Não é de hoje que se sabe que a parte mais importante do planejamento é quando ele sai do papel e alcança o mundo real.

O planejamento é, tampouco, um simples exercício de futurologia. Não pode ser resumido ao estabelecimento de metas, KPI´s, prazos e responsabilidades. Para que o planejamento de uma empresa funcione, eu costumo dizer que é fundamental que ele faça sentido para as pessoas. E para fazer sentido para as pessoas é essencial que o planejamento esteja ligado à visão de futuro da empresa. A partir desta visão de futuro e da cultura da empresa, planos e programas podem ser adaptados, mas a visão e a filosofia da empresa precisam permanecer inalteradas, pois assim a empresa irá atrair para si pessoas que estejam dispostas a se encaixar na filosofia, cultura, visão e, consequentemente, no planejamento da organização.

Aliás, falamos bastante sobre visão lá no episódio #54 do Coachitório Online, quando trouxemos para o debate os quatro tipos de visão que devemos ter nas empresas. Acontece que a maioria das “visões” de uma organização é, na realidade, a visão de uma pessoa ou grupo que é imposta a uma organização. Estas visões têm, na melhor das hipóteses, aceitação, e não comprometimento. É onde muitas vezes as empresas erram ao desenhar seu planejamento estratégico, pois tanto a missão quanto a visão de longo prazo não necessariamente são compartilhadas pelas demais pessoas. Muitas vezes estão direcionados a resolver os problemas que as organizações enfrentam atualmente, ao invés de se preocuparem genuinamente com os desafios e oportunidades do longo prazo.

O problema é que a visão de futuro não está clara para muitas empresas. Para muitas delas – para não dizer a maioria – a preocupação principal não tem a ver com o futuro, mas sim com o presente. Para estas empresas, as ações que adotam têm a ver com a sobrevivência no curto prazo e não com a sustentabilidade ou estratégias de longo prazo. Até entendo essa preocupação, ainda mais quando vivemos em um país em que são raros os momentos de estabilidade econômica ou política. Mas essa visão imediatista, que inibe a visão de longo prazo e, consequentemente, a adoção de um planejamento que vai fazer com que essa visão aconteça, irá comprometer a organização de forma significativa.

Essa visão imediatista acontece porque temos a crença de que eventos súbitos e de curto prazo são as principais ameaças à sobrevivência das organizações. Mas a realidade mostra o contrário: mudanças lentas e graduais tendem a ser mais danosas, pois geralmente as organizações concentram-se nas relações de causa-e-efeito de curto prazo em detrimento de planejamento e análise criteriosa dos fatos que minam aos poucos a sua competitividade.

O tempo e a mentalidade de longo prazo são essenciais para conseguirmos planejar, adotar e/ou rever as estratégias que irão diminuir as chances de erro no que diz respeito às decisões e as ações que os gestores vão tomar em suas empresas. Para isso, é preciso mudar a forma como encaramos o planejamento. Aliás, eu diria que é preciso distribuir melhor a energia que dedicamos para as funções administrativas de Fayol. Eu penso que executamos muito, controlamos mais ou menos e planejamos pouco. Isso faz com as nossas funções de controle se tornem atividades de correção de rota e que as nossas funções de execução sejam improdutivas. Tudo isso porque esquecemos da sequência lógica das funções administrativas.

Mas será que realmente esquecemos de fazer o planejamento, ou será que deixamos o planejamento de lado de propósito porque achamos que não vale a pena dedicar o tempo e os recursos necessários para fazê-lo? A resposta é individual, mas eu acredito que há casos em que ambas alternativas são verdadeiras. Só que o que faz mais sentido para mim é pensar que há pessoas que não gostam do planejamento por um motivo muito simples: preferem a execução ao planejamento. Isso tem muito a ver com o perfil comportamental, que também já foi abordado aqui no Coachitório Online lá no episódio #52. Há pessoas mais propensas ao planejamento, assim como há pessoas que abominam a ideia de dedicar tempo para fazer um plano, pois preferem partir logo para a ação.

O problema é quando a predileção pela ação em detrimento ao planejamento se torna algo cultural na empresa. A filosofia do “fazer primeiro e pensar depois” acaba influenciando as pessoas a agirem em seu próprio benefício e interesses. O desempenho global da empresa é sufocado pela preocupação com o desempenho individual e o comportamento organizacional como um todo se torna menos cooperativo e mais egoísta. Tudo isso porque, lá no início de tudo, deixamos de lado o planejamento que serviria para detalhar as ações necessárias para mostrar para as pessoas a visão de longo prazo da empresa, para que assim essas mesmas pessoas se tornassem parceiras para tornar a visão de longo prazo uma realidade possível.

Fala galera do Coachitório Online!

Henri Fayol dizia que as previsões não são profecias. Elas têm em mira reduzir ao mínimo os imprevistos. É uma mudança de mindset, que somente vai acontecer se as pessoas estiverem dispostas a entrar em território desconhecido e enfrentar desafios e resistências. Mas vale a pena, pois se os objetivos não estão claros e as ações menos ainda, certamente o caminho para o futuro não está pavimentado e será difícil caminhar por ele.

Diante disto, eu quero lhe perguntar: como é o planejamento na empresa em que você trabalha? Ou melhor, existe planejamento? Se fizer sentido, compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

Tenho outro pedido: sabe aquele episódio que te marcou, aquele que você mais gostou? Pois é, compartilhe este episódio com os seus amigos nas suas redes sociais. E lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online. 

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!