Sabemos que o ser humano é o componente mais importante desta complexa engrenagem que chamamos de empresa. Tecnologia, marca, serviços, etc. também são muito importantes para o mundo organizacional, mas são apenas consequência do fator humano.

Ou seja, a nossa empresa terá uma marca, um produto ou serviço tão bom quanto for a dedicação e o empenho das pessoas para fazer com que isso aconteça.

Surgem, então, algumas perguntas: como conquistar as pessoas? Como melhorar os resultados da empresa por meio das pessoas?

Creio que a resposta está no senso de pertencimento, no grau de engajamento que conseguimos das pessoas para com os propósitos e objetivos que temos em mente. E o primeiro passo para que o senso de pertencimento seja desenvolvido nas pessoas está no ato de compartilhar.

Compartilhar o propósito, compartilhar os objetivos e até mesmo os desafios e dificuldades. Naturalmente, também tem a ver com compartilhar os resultados, os benefícios decorrentes da conquista.

Esse é o pano de fundo para a meritocracia. É um tema polêmico, para qual muitas pessoas torcem o nariz. E eu diria que elas têm razão, afinal de contas o conceito de meritocracia se distanciou da sua essência para focar somente na questão da recompensa financeira a partir de metas e resultados.

Até aí, tudo certo. O problema começa a surgir quando muitas pessoas e muitas empresas acabaram adotando a máxima do “fim que justifica os meios” para alcançar resultados a qualquer custo.

Quando o foco da meritocracia passa a ser somente a valorização financeira em função de resultados corremos o risco de fazer com que o jogo seja desigual, pois as pessoas não têm desempenhos iguais. E assim, na mesma medida que damos recompensas para quem se saiu bem, damos punições para quem se saiu mal.

É o velho estilo da punição-recompensa, muito presente na Administração por Conflitos e que pode gerar uma desnecessária e excessiva competição interna.

Por outro lado, a meritocracia se torna mais benéfica quando extingue o coleguismo, os favorecimentos e o famoso “QI” (quem indicou), que acabam favorecendo pessoas de competência duvidosa, minando assim o senso de pertencimento e afastando da empresa as pessoas que são verdadeiramente competentes.

Portanto, é preciso reconhecer as pessoas. É preciso implantar uma filosofia de meritocracia dentro das empresas, lembrando sempre que a lição de casa começa em saber que o reconhecimento não está somente no benefício financeiro, mas sim no reconhecimento que mostramos quando compartilhamos nosso propósito, sonhos e objetivos. Quando compartilhamos os desafios. Quando elogiamos e damos feedbacks para o crescimento de cada um.

Creio que quando essas práticas estiverem amadurecidas dentro das empresas poderemos afirmar que há um grande senso de pertencimento das pessoas para com a organização. Assim, podemos pensar também em compartilhar os resultados conquistados que eu tenho certeza de que serão muitos.

 

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