• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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80 – Frank Underwood: Dinheiro e Poder

“Dinheiro é a mansão no bairro errado, que começa desmoronar após 10 anos. Poder é o velho edifício de pedra que se mantém por séculos. Não respeito quem não sabe distinguir os dois.” É uma afirmação polêmica e arrogante, mas que faz sentido para muitas pessoas e que nos ajuda a entender porque tanta gente briga muito mais pelo poder do que pelo dinheiro. Essa frase é praticamente um mantra para Frank Underwood, que cobiça o poder e faz de tudo para alcançar o que deseja.

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Transcrição do episódio "80 – Frank Underwood: Dinheiro e Poder"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

FRANK UNDERWOOD – DINHEIRO E PODER

“Dinheiro é a mansão no bairro errado, que começa desmoronar após 10 anos. Poder é o velho edifício de pedra que se mantém por séculos. Não respeito quem não sabe distinguir os dois.” Frase polêmica, não é mesmo? Pois esse é o típico pensamento do cínico, arrogante e sincero Frank Underwood, protagonista de House of Cards, seriado americano que alcançou grande sucesso por retratar os bastidores da politicagem, intrigas e poder do congresso americano. Qualquer semelhança com o que acontece por aqui não é mera coincidência.

A série House of Cards foi inspirada em um livro homônimo, escrito pelo britânico Michael Dobb. O protagonista, nosso querido Frank Underwood, é um deputado do Partido Democrata. Sedento pelo poder, ele é uma pessoa maquiavélica no sentido literal da palavra – ele acredita que o fim justifica os meios. É interessante notar que apesar de ser um político corrupto e arrogante, Frank Underwood foi eleito como um dos mais queridos anti-heróis da TV americana no século 21.

Eu acredito que grande parte deste mérito se deve à atuação brilhante de Kevin Spacey, o ator que interpreta Frank Underwood. E também a outro fato curioso: de todas as séries que eu já assisti, House of Cards é a única que eu me lembro em que o protagonista fala com a câmera. Em todos os episódios, Frank Underwood nos encara e fala conosco, explicando o porquê de suas decisões, contando o moral da história ou prevendo a consequência de algo que aconteceu. Isso faz com que esse personagem se aproxime e se torne mais íntimo de quem está assistindo a série.

Lá comecinho do episódio eu citei uma frase do nosso personagem de hoje, tá lembrado? Pois é, ele é célebre por várias frases de efeito que vai citando ao longo das temporadas, frases essas que revelam as suas crenças e seus valores. Aliás, acredite: apesar de ser um personagem notadamente controverso e até criminoso, Frank Underwood tem valores fortes e ele defende fortemente muitas coisas em que acredita.

Uma delas tem a ver com decisões. Lá no episódio #31 do nosso podcast nós falamos das frases de Napoleon Hill sobre a tomada de decisão. Para quem se lembra do episódio, eu começo contando a história de Napoleon Hill e de uma decisão que ele tomou, de uma escolha que ele teve que fazer quando era muito jovem. Essa decisão fez com que ele se tornasse uma das figuras mais importantes do século 20. Pois é, Frank Underwood nos dá lições importantes sobre decisão quando nos ensina que “decisões têm consequências. Indecisões, mais ainda”.

Underwood tem aversão a pessoas que ficam em cima do muro. Para ele, a decisão é algo que sempre tem que estar sob nossa responsabilidade. Assim como Napoleon Hill, que dizia que sempre é a nossa vez de fazer a próxima jogada, Frank Underwood acredita fortemente que nunca devemos nos colocar à mercê das decisões dos outros e que devemos sempre tomar a iniciativa quando as outras pessoas paralisam, ficam indecisas ou não sabem o que fazer. Para ele, tomar a iniciativa em momentos de indecisão é uma grande oportunidade de se colocar à frente da situação e de liderar e influenciar as outras pessoas.

O nosso personagem acreditava também que as decisões deviam ser compostas tanto pelo emocional quanto pelo racional. Esses dois lados deveriam se complementar porque, quando estão juntos, nos tornam muito mais poderosos.

Ah, o poder! O bom e velho poder! Frank Underwood é obcecado pelo poder e toda a trama das cinco temporadas de House of Cards escancara as maquinações e tramoias que o nosso personagem faz para alcançar o que ele deseja: o posto mais alto da política americana (ou mundial): a Casa Branca, a presidência dos EUA.

Ele sabe os caminhos que deve tomar, as pessoas que deve apoiar, os tapetes de quem deve puxar. Mas ele não é o único que sabe e está disposto a jogar esse jogo, tanto é que o comecinho da série mostra Underwood tendo uma grande decepção. Puxaram o tapete dele, tiraram o doce da boca da criança. E é precisamente nesse momento que ele nos traz outra grande lição: a capacidade de se reerguer.

Ele estava certo de que seria nomeado Secretário de Estado pelo presidente que acabava de tomar posse, mas foi preterido. Outra pessoa foi escolhida e isso o deixou irado. No entanto, embora estivesse possesso por ter sido deixado de lado, ele se mostra generoso e um tanto humilde para aceitar a cruel realidade de que precisaria dar alguns passos para trás para dar vários para frente. Aliás, ele até afirma que a generosidade é uma forma de poder. E ele está certo, porque somente pode ser generoso aquele que tem algo para dar, aquele que tem desapego e desprendimento para dar para o outro algo que é muito valioso ou importante para si próprio.

É claro que no caso de Frank Underwood essa atitude de desapego é apenas momentânea e logo fica claro que ele vai cobrar os favores da generosidade que ele tanto pregou. Ele sabe como usar a lei da reciprocidade, que afirma que as pessoas estão dispostas a retribuir o favor que lhes foi feito, de uma forma ainda superior ao que originalmente receberam. Aliás, lá no blog da Ponte ao Futuro tem uma resenha do livro Armas da Persuasão, que detalha bem como funciona a lei da reciprocidade.

Nós podemos usar essa lei a nosso favor. Claro, de uma forma positiva e diferente do que o nosso personagem utiliza. A generosidade é um dos valores mais apreciados e desejados nos profissionais do mundo atual, pois a sua capacidade de ser generoso mostra o quanto você está disposto a dar de si mesmo sem a expectativa de ter algo em troca. Você pode dar o seu tempo, conhecimento, dedicação, enfim, uma série de coisas pelas quais você será recompensado posteriormente.


Frank Underwood busca o poder e ele sabe muito bem que o caminho até o poder é longo, traiçoeiro e pavimentado de hipocrisia. Ele sabe que vai encontrar muita gente igual a ele e que deverá estar disposto – ou melhor, ter estômago – para encarar o que vem pela frente.

Nós já falamos um pouco sobre o poder aqui no Coachitório Online. Lá no episódio #63, quando falamos que a ignorância é uma bênção, eu citei uma frase do filósofo britânico Francis Bacon: conhecimento é poder. Essa frase tem tudo a ver com o que o nosso personagem acredita, pois conhecer as coisas, ter informações (especialmente sobre os outros) é fonte segura de poder.

Mas naquele episódio eu comentei também que a gente acha que o “poder” que está escrito na frase de Francis Bacon tem a ver somente com o poder ligado à autoridade, à hierarquia. Só que não era bem esse tipo de poder para o qual Francis Bacon chamava a atenção em sua frase. Na verdade, ele estava se referindo à palavra “poder” enquanto verbo. Eu posso, tu podes, ele pode… O poder da possibilidade. O poder do livre arbítrio, o poder da escolha.

O poder da escolha, o livre-arbítrio, tem tudo a ver com Frank Underwood, pois uma das coisas que ele mais valoriza é estar no comando das situações. Ele quer exercer o poder da autoridade, mas muito mais do que isso, ele quer exercer o poder da escolha, de fazer as suas escolhas e influenciar diretamente as escolhas dos outros. Isso é algo que pode ser feito de forma legítima em nossas carreiras, desde que não utilizemos de ameaças, subornos, chantagem ou qualquer tipo de violência.

Essa relação entre poder e influência é descrita dentro da teoria do Controle-Influência-Preocupação. Diz a teoria que temos o controle está diretamente relacionado às coisas que podemos fazer e que dependem única e exclusivamente da nossa decisão e ação. A esfera da influência diz respeito às coisas sobre as quais não temos ação direta, mas temos a capacidade de interferir, opinar, direcionar, enfim, influenciar para que siga o rumo que desejamos. E a esfera da preocupação engloba tudo aquilo que está completamente fora do nosso raio de ação e influência.

Pois bem, em média, muitas poucas coisas da nossa vida estão sob nosso controle direto. Dizem que apenas 20% do que acontece conosco está sob nosso controle e muita gente se dedica a aumentar esse percentual, ou seja, aumentar a quantidade de coisas que está sob o seu controle. Essa é a busca pelo poder.

Mas não se preocupe. Se você se enquadra nessa categoria, está tudo certo. Eu confesso que também desejo aumentar cada vez mais a quantidade de coisas que estão sob o meu controle. O problema é a forma, os meios que utilizamos para que isso aconteça. Como eu disse lá no começo deste episódio, Frank Underwood é um cara maquiavélico, ou seja, alguém que acredita que os fins justificam os meios e, infelizmente, no mundo corporativo nós encontramos muita gente que está disposta a pagar qualquer preço para conseguir ascender na carreira, ter mais poder ou dinheiro.

É também uma decisão, uma questão de escolha, um exercício de livre arbítrio que pode revelar muito sobre o caráter de uma pessoa. Sobre isso, o protagonista de House of Cards também tem uma lição para dar, pois ele acredita que não somos nada mais, nada menos, do que escolhemos revelar.

Ou seja, até mesmo o nosso caráter está sujeito às nossas decisões, ações e comportamentos. O que escolhemos dizer e fazer irá revelar quem realmente somos e ajudará a moldar a percepção que as pessoas têm a nosso respeito. Viu só como decidir é algo difícil, ainda mais quando as decisões têm a ver única e exclusivamente com coisas que podem nos afetar?

Fala, galera do Coachitório Online.

Frank Underwood não é flor que se cheire… Apesar disso, ele tem um conjunto de ética e moral muito peculiar e nos dá lições importantes ao longo das cinco temporadas. Eu comentei que ele é reconhecido por suas várias frases de efeito, tá lembrado? Pois então, eu deixei aqui para o final a frase dele que eu mais gosto: vencedores constroem pontes. Perdedores constroem paredes.

Para quem me pergunta, eu sempre digo que escolhi o nome Ponte ao Futuro para a minha empresa porque pontes são símbolos de união e de superação de obstáculos. Eu comento também que as mesmas pedras que usamos para construir pontes podem ser usadas para construir muros ou paredes, mas, como disse Frank Underwood, para vencer é preciso construir pontes. A matéria-prima é a mesma. Compete a nós escolher o produto que vamos fazer com aquilo que é dado para nós.

Então eu te convido a construir essa ponte aqui no Coachitório Online. Escolha um episódio do nosso podcast para compartilhar com seus amigos, nas suas redes sociais e lembre-se de apertar o botão para seguir o nosso podcast. Vamos aumentar o número de pessoas que está nos acompanhando nessa jornada.

Agradeço a você que nos acompanha semanalmente aqui no Coachitório Online e eu quero dar as boas-vindas para quem está chegando agora. O nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança está na quarta temporada e eu aproveito para te convidar a curtir todos os nossos episódios e temporadas pela sua plataforma favorita.

E volto a lembrar que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que personagem você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!