• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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102 – Não se estresse! É só mais uma mudança!

Muita gente tem medo da mudança ou não gostam de mudar, pois nem sempre as mudanças são sutis. Por vezes, as mudanças são repentinas, radicais e não planejadas. E isso assusta as pessoas, porque a mudança acaba dando início a um processo. Isso mesmo! A mudança é um processo e, no final das contas, a gente tem medo do processo que faz parte da mudança. O mais interessante é que, embora tenhamos medo do processo de mudança, não temos medo do resultado final que esse processo provoca!

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Transcrição do episódio "102 – Não se estresse! É só mais uma mudança!"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

NÃO SE ESTRESSE! É SÓ MAIS UMA MUDANÇA!

Mudar de casa, de cidade, de emprego ou de vida. Não importa se a mudança for pequena ou grande. A verdade é que a palavra mudança é sinônimo de medo para muita gente. Só que o que poucos percebem é que ela faz parte da vida. Muitas pessoas não percebem a mudança porque, geralmente, elas são bastante sutis. Mas nem sempre as mudanças são sutis, imperceptíveis e é a falta desta sutileza que faz com que as pessoas resistam a algumas mudanças porque temos a tendência de não gostarmos de mudanças radicais ou repentinas.

Mudanças bruscas ou repentinas geram resistência e o rompimento desta resistência pode resultar em um estresse muito grande. A pessoa perde, ou tem comprometida, a resiliência, que é a capacidade de lidar com os problemas e superar as dificuldades. Mesmo quando preparadas e planejadas as mudanças podem causar ansiedade. O sentimento aparece porque as pessoas sabem que passarão pela mudança, mas não saberão como será o processo em si. É justamente aqui que surge um dos grandes vilões do processo de mudança e uma grande descoberta a respeito deste conceito: a mudança é um processo! Repentino ou planejado, radical ou sutil, não importa! A mudança é um processo e, como todo processo, há um começo, um meio e um fim!

Para muita gente, o problema da mudança não está no resultado final, mas sim no processo pelo qual terão que passar até chegar ao resultado final. Muita gente quer mudar de casa, mas acha que a burocracia ou o trabalho envolvido são muito chatos ou não valem a pena. Muita gente quer trocar de emprego ou mudar de carreira, mas não estão dispostas a começar todo aquele processo de estudar, se preparar para uma entrevista, enviar currículo, receber alguns “nãos” ou receber feedbacks negativos. Muitos querem perder peso, mas não estão a dispostos a adotar os novos hábitos que vão fazer com que você chegue no seu objetivo de forma saudável.

Não temos medo da mudança. Temos medo de todo o processo que envolve a mudança. Sabe por quê? Porque processos dão trabalho! Mudança tem a ver com expandir a zona de conforto, que nós falamos lá no episódio #61, da terceira temporada. Digo isso porque a mudança vai gerar desconforto, afinal, a pessoa está saindo de um determinado porto seguro e fica incerta com relação ao resultado da mudança, mesmo que ela tenha sido planejada.

Só que a vida é um ciclo e as mudanças fazem parte do pacote de benefícios que vêm junto deste fenômeno maravilhoso que é a vida. Confesso a você que, para mim, é justamente a mudança que faz com que eu perceba que eu estou vivo. A mudança nos desafia, nos chama ao crescimento e evolução e faz com que a gente perceba de forma diferente o mundo ao nosso redor. A falta da mudança ou a resistência a ela fazem com que a gente veja o mundo sempre através das mesmas lentes. E isso pode tornar a vida muito chata, ou melhor, pode fazer com que a gente não perceba a vida em si.

Muitas pessoas adoram a rotina, é verdade. A rotina é maravilhosa porque gera no ser humano a percepção de que a vida e tudo o que diz respeito a ela está sob controle. Só que essa sensação é falsa. É até curioso afirmar isso, porque eu sou formado em Administração e o controle é um dos pilares da gestão de toda e qualquer organização. A diferença é que na Administração nós usamos o verbo “controlar” no sentido de estar a par das variáveis que fazem parte do ambiente interno e externo e, quando possível, agir no sentido de alterar ou influenciar essas variáveis.

Quando comentei sobre a falsa sensação de controle, me referi justamente à nossa incapacidade de mandar e desmandar em tudo. Podemos ter conhecimento de todas as variáveis e fenômenos que acontecem na empresa ou nas nossas vidas, mas a ideia de que conseguimos controlar tudo, especialmente os comportamentos e atitudes do ser humano, é falsa. Essa afirmação não é nova. Frederick Taylor, um dos pais da Administração, afirmava que a mudança depende de muitos fatores, inteiramente livres do controle do ser humano. Há mais de cem anos, Taylor já afirmava que não conseguimos controlar o ser humano e é justamente o ser humano o agente principal de toda e qualquer mudança, seja ela positiva ou negativa.

Isso me faz lembrar de uma célebre frase de Mahatma Gandhi: seja a mudança que você quer ser no mundo! Muito além de nos estimular a fazer e espalhar coisas boas pelo ambiente ao nosso redor, essa frase faz com que sejamos atores principais das mudanças que desejamos realizar, pois, uma coisa é certa: se você não for protagonista dos processos de mudança dos quais você faz parte, outra pessoa será! E a outra pessoa irá fazer com que a mudança siga na direção que ela desejar, não na direção que você quer.

Aí vem à mente o poema Invictus, do britânico William Henley. Esse poema foi o mantra que Nelson Mandela repetia para si mesmo diariamente, para lidar com os longos dias dos vinte e sete anos em que esteve preso por lutar contra o Apartheid na África do Sul. Dizia o poema: “eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”.

Surge também a lembrança de outra frase, citada pelo ex-presidente americano Barack Obama: a mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou outros tempos. Nós somos a mudança que procuramos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Vou repetir: nós somos aqueles por quem estávamos esperando! Obama se inspirou em algo muito mais antigo, uma oração que o povo nativo da tribo Hopi declara desde o século XII. A oração terminava dizendo as seguintes palavras: “tudo o que fizermos agora, precisa ser feito de uma maneira sagrada e em celebração. Nós somos aqueles que nós mesmos estávamos esperando!”

Veja só: Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Barack Obama e certamente um número ainda maior de líderes e influenciadores têm nos falado sobre a necessidade de tomarmos as rédeas da mudança, afirmando que elas são necessárias para a nossa evolução e o nosso próprio bem. Mas o problema é que muitos ainda ficam esperando pelo “Messias” em suas vidas. Nas empresas, assim como em um time de futebol, o Complexo de Messias é a ilusão de que podemos de algum modo salvar-nos mudando a pessoa que está no topo. Delegamos a esta pessoa a responsabilidade por escolher o melhor para nós. Assim criamos o mito de que há alguém lá fora que deve ser responsabilizado por conduzir os processos de mudança e melhoria. Pior ainda: acreditamos que há alguém lá fora que sabe o que é melhor para nós e nos sentimos confortáveis por saber que haverá alguém pensando e agindo por nós.

Será que fizemos isso porque temos medo de gerenciar o processo de mudança que a nossa vida inevitavelmente vai passar? Como dizia Napoleon Hill, os medos nada mais são do que estados mentais e o nosso estado mental está sujeito a controle e direção. O medo da mudança pode fazer com que a pessoa abdique da sua capacidade de escolher e seja presa fácil do controle e da direção de alguém. Mas é importante entender que o medo é natural, faz parte do ser humano. Eu acredito que parte das grandes descobertas que a humanidade já realizou foram feitas por pessoas que estavam com medo ao topar o desafio. Mas, embora tivessem medo, elas decidiram topar o desafio porque estavam certas do seu preparo, da sua capacidade e dos benefícios que alcançariam com a mudança.

Mas há os que desejam se tornar os atores principais das suas mudanças. Há os que abraçam a mudança porque sabem que encontrarão neste processo não só a mudança em si, mas o aprendizado e a transformação de si mesmo. Estas pessoas também irão se preocupar e até irão se estressar. Não terão certeza absoluta do resultado final deste processo, mas, ainda assim, estão dispostas a encarar a mudança porque essa é a única forma de nos sentirmos vivos. René Descartes dizia: penso, logo existo! E eu tomo a liberdade de dizer: mudo, logo existo!

Então, para que a mudança não gere ainda mais estresse e seja um processo até prazeroso, penso que vale a pena ficar atento a algumas dicas:

Se puder, mude aos poucos. Torne a mudança gradativa;
Faça como todo bom estrategista ou jogador de xadrez: antes de fazer qualquer movimento, enxergue o jogo como um todo. Conheça todas as possibilidades e alternativas antes de realizar os primeiros movimentos;
Coloque na balança alguns questionamentos: quais são os motivadores desta mudança? Quais são os benefícios da mudança? O que acontece se eu mudar? O que acontece se eu não acompanhar a mudança? Ponha todas as cartas na mesa para que você tenha a firme resolução de que quer provocar a mudança;
Defina seu objetivo, o seu novo estado desejado, porque a mudança terá mais sentido se ficar claro para onde você deseja ir;
Analise a si mesmo. Conheça seu perfil, seus pontos fortes e pontos de melhoria. Saiba como posso usar seus pontos fortes no processo de mudança e saiba identificar como trabalhar os pontos de melhoria para que eles não limitem o seu processo;
Descubra quais conhecimentos são necessários para que você se adapte bem ao processo de mudança e ao seu novo estado desejado. Converse com pessoas que já passaram por situações semelhantes antes, pois embora não seja possível transmitir experiências, sempre será possível aprender com elas.

Fala galera do Coachitório Online!

Geralmente mudar não é fácil e faz com que a gente abdique de muitas coisas e passe por alguns desafios. Ainda assim, os benefícios de uma mudança bem-sucedida são muito grandes e esse sentimento é bem particular. Quando a pessoa supera os desafios e vê que teve êxito, naturalmente ficará muito feliz, satisfeita e tende a se sentir muito bem. E, o melhor de tudo, fica mais preparada e disposta para as mudanças que irão ocorrer no futuro.

Mas eu tenho uma pergunta para lhe fazer: qual é a mudança que você está procrastinando? Pense a respeito desta questão e, se fizer sentido para você, compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br

Tenho outro pedido para você: sabe aquele episódio que te marcou, aquele que você mais gostou? Pois é, compartilhe este episódio com os seus amigos nas suas redes sociais. E lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online.

Esse é o Coachitório Online. Obrigado a você que sempre acompanha os episódios semanais do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Eu te convido conhecer todas as temporadas do nosso podcast e também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo!

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!