• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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93 – O Castelo de Cartas de Claire Underwood

A importância do networking, de ter contatos e informação é retratada com maestria em House of Cards, a aclamada série americana que mostra os bastidores da disputa pelo poder na política americana. Muitos pensam que este tipo de ambição acontece somente nos Estados Unidos ou na política. Só que não! O meio organizacional está repleto de exemplos de relações de interesse, networking e poder pela informação. E esse fenômeno acontece com mais frequência, a medida em que as empresas crescem e se tornam mais complexas para se administrar. Apesar de ser comum, não precisa ser uma regra, e Claire Underwood deixa claro o quanto essa forma de comandar pode custar para as pessoas!

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Transcrição do episódio "93 – O Castelo de Cartas de Claire Underwood"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

O CASTELO DE CARTAS DE CLAIRE UNDERWOOD

Por muito anos ela foi “submissa” ao marido, um poderoso e influente congressista americano que era extremamente calculista e fazia todas as manobras possíveis para chegar ao seu objetivo principal, o objeto máximo de poder mundial: a presidência dos Estados Unidos. Nós já falamos dele aqui no Coachitório Online: Frank Underwood foi o personagem do episódio #80 do nosso podcast. Só que hoje é a vez de falar da esposa dele, Claire Underwood, que se mostrou muito mais inteligente e estrategista do que o próprio marido.

Os personagens são tão fortes e a série é tão emblemática que faz por merecer que seus dois principais protagonistas sejam retratados nesta quarta temporada do Coachitório Online.

Estamos falando da série House of Cards. Eu até falei um pouco sobre ela lá no episódio #80. House of Cards foi inspirada em um livro homônimo, escrito pelo britânico Michael Dobb. O livro conta a trajetória de Frank Underwood, um deputado do Partido Democrata maquiavélico e com sede de poder. Ele acredita que o fim justifica os meios e está disposto a fazer qualquer ação para chegar aonde deseja: o Casa Branca. Nessa trajetória, Frank tem a companhia da sua bela e inteligente esposa, Claire Underwood.

Na série, Claire dirige uma organização não-governamental dedicada à proteção do meio-ambiente. Na realidade, esse trabalho esconde aquela que talvez seja a sua maior habilidade: a de ser lobista. Na política, o lobista é um mestre na arte da persuasão, pois tem como objetivo influenciar (de forma legal) as decisões e ações realizadas por membros do governo. O lobby envolve contato direto, face-a-face, por meio de networking, conhecimentos e habilidades de relacionamento interpessoal.

Em países como os Estados Unidos, a atividade de lobista é legal e realizada de forma explícita por muitas pessoas. Desde que realizada obedecendo os limites e parâmetros da lei, o lobby é uma atividade que pode causar impactos importantes na legislação de um país. No caso da personagem de hoje do nosso podcast, o seu objetivo primário com a sua atividade lobista é a proteção ao meio-ambiente. Só que ao longo das temporadas Claire Underwood mostra o quão calculista ela consegue ser, pois ela utiliza a organização não-governamental que dirige para criar o seu próprio networking e pavimentar o caminho que a levará ao seu próprio objetivo.

OK, neste momento muitos dirão que Claire Underwood é do tipo maquiavélica. Talvez até pior do que o seu próprio marido. Mas eu diria que não. Ela é obstinada e, de certa forma, passa longe das maquinações e até crimes que o seu marido comete. Além disso, é bem-sucedida no seu intento, pois ao longo da série ela se torna a segunda-dama dos Estados Unidos (quando o seu marido se torna o vice-presidente americano). Depois se torna a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas e, continuando a sua ascensão, ela se torna a vice-presidente e depois a 47ª. presidente dos Estados Unidos da América.

Essa ascensão meteórica é fruto da inteligência e da paciência de Claire Underwood. Ao longo da série, ela soube reconhecer o lugar onde estava e usar da melhor forma a sua posição para semear, esperar e colher o que tanto buscava. É claro que podemos questionar e até criticar o fato de que tanto ela quanto o marido almejavam crescimento político e poder. Mas vamos deixar isso de lado e ficar com o ensinamento principal que a história da nossa personagem traz: objetivos grandes requerem sacrifícios grandes. Objetivos grandes requerem grandes planos, ousadia e paciência para saber esperar. As maiores obras da humanidade não foram construídas do dia para a noite. Levaram tempo, demandaram muito esforço e planejamento para que se tornassem realidade. Com Claire Underwood não foi diferente.

Apesar de nos ensinar a ter paciência para colher de forma bem-sucedida o que foi plantado, a nossa personagem está longe de ser alguém que fica esperando as coisas acontecerem. Ela faz a semeadura. Ela constrói o momento futuro, cria as suas melhores chances e sabe como ninguém que a melhor hora para se fazer qualquer coisa é agora mesmo, até porque o momento presente é tudo o que nós temos. Essa é, aliás, uma das grandes dificuldades que o ser humano tem: conciliar a necessidade de agir no momento presente com a necessidade de ter paciência para esperar o resultado das ações. Teoricamente, é muito fácil: agimos agora, para colher no futuro. Se não aproveitarmos o momento presente para agir na direção do que desejamos, não teremos futuro, e sim, consequência.

Há pouco eu comentei que Claire Underwood soube reconhecer o seu momento atual e, mais importante do que isso, soube utilizar a sua posição para extrair dela o que ela melhor podia obter. Ela sempre esteve ao lado do seu marido, que era a estrela em ascensão na política americana. Perante ao público, ela soube ocupar um papel um tanto submisso em relação ao seu marido. No entanto, na vida privada dos dois, ela sabia como ninguém mostrar o quanto era forte e o quanto ela se fazia necessária para a ascensão do seu marido. Tanto é que em um determinado momento da série, Frank Underwood confessa que a Casa Branca não seria possível se não fosse pela ajuda de Claire.

Ficou muito claro ao longo da série que apesar de ser vista como a “esposa do político”, ela jamais se diminuiu ou se mostrou inferior aos demais. E nem precisava. Dotada de uma inteligência acima do comum, Claire sabia observar aos outros e a si mesma. Ela tinha noção de suas forças e não tinha medo de ser forte. Mas também conhecia muito bem as suas fraquezas e o quanto esses pontos de melhoria poderiam lhe atrapalhar em sua caminhada. Por muitas vezes, Claire vacilou, errou e apostou fichas em jogadas fracassadas. Mas soube reconhecer, voltar atrás e reconstruir o seu caminho.


Aliás, não ter medo de ser forte era uma característica marcante da nossa personagem. Ela sabia que a sua força não estava na questão do berro, da queda de braço ou de várias outras demonstrações que são características dos típicos macho-alfa que encontramos nos corredores do poder. A sua sensibilidade era a sua maior força. A sua inteligência era a sua maior força. E assim ela conseguia impressionar e intimidar quem quer que fosse, desde os que estavam ao seu lado como os que estavam do lado contrário. Pior para esses últimos, diga-se de passagem.

Eu acredito que essa é uma lição que precisamos aprender de uma forma um tanto urgente. Muitas situações que eu presencio dentro das empresas às vezes me fazem pensar que nós estamos vivendo na pré-história, na época do homem das cavernas, na qual a força e a gritaria eram as maiores (ou as únicas) demonstrações de poder. O reino animal ainda está cheio deste tipo de demonstração de força, mas, convenhamos, não é do reino animal que estamos falando quando nos referimos a empresas e carreira.

As demonstrações de força mais eloquentes são aquelas que se baseiam na inteligência, observação e sensibilidade. Em seu livro “A Arte da Guerra”, o general chinês Sun-Tzu já nos ensinava que essas características eram essenciais para estratégias bem-sucedidas. Napoleão Bonaparte creditava o sucesso de suas campanhas à inteligência, capacidade estratégica e observação de seus generais

Está certo que o mundo corporativo não é um campo de batalhas (embora às vezes pareça), mas a lição é a mesma: não é só por meio da força que conseguimos nossos objetivos. Ou melhor, a força é apenas um detalhe, pois força sem orientação e inteligência é apenas desperdício de tempo e energia.

Claire Underwood sabia disso e mostrou como é bom quando reconhecemos e sabemos utilizar os nossos pontos fortes para alcançar os objetivos que desejamos.

Fala, galera do Coachitório Online.

A nossa personagem ensinou que é possível ser forte e sensível, inteligente e impulsiva. Tudo ao mesmo tempo e agora. O empoderamento de Claire Underwood ficou evidente não só em House of Cards, mas também na vida real, pois a atriz Robin Wright – que interpreta o papel de Claire – exigiu dos produtores da série que ganhasse o mesmo salário que Kevin Spacey, que interpretava o papel de Frank Underwood. Tudo isso porque a popularidade dessa personagem cresceu muito e ajudou a alavancar o sucesso da série. Claire Underwood cresceu, e Robin Wright também. A vida imitou a arte, literalmente.

Mas a competência da atriz Robin Wright foi reconhecida também por meio de premiações. Ela foi indicada seis vezes para o prêmio de melhor atriz do Globo de Ouro – uma espécie de Oscar das séries americanas. Ela ganhou um dos prêmios, sendo a primeira atriz a ganhar o prêmio por uma série apresentada somente por meio de streaming – nesse caso, pela Netflix.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!