• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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87- Coach Carter: Treinando Para a Vida

Esse não é apenas mais um filme sobre basquete colegial e o sonho de se tornar um grande atleta. É um filme de liderança, que escancara o que há de mais difícil, mas também o que há de mais gratificante em termos de liderança. O melhor de tudo é que se trata de uma história real, o que mostra que tudo aquilo que falamos sobre liderança não é apenas teoria. Muito pelo contrário, são lições que podemos incorporar à nossa carreira e que podem trazer resultados significativos para a equipe.

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Transcrição do episódio "87- Coach Carter: Treinando Para a Vida"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

COACH CARTER – TREINANDO PARA A VIDA

Certamente você já assistiu a alguns filmes americanos que narram aquelas histórias de sucesso de atletas que vencem vários obstáculos nos esportes. Aqueles jogadores de futebol americano ou basquete que enfrentam dificuldades e conseguem dar a volta por cima, liderar a equipe e vencer campeonatos. A maior parte desses filmes é ficção. São filmes feitos para contar a história do sonho americano e reforçar o perfil do garoto ou garota popular da escola. É algo tipicamente americano.

Mas nem todos os filmes são de ficção. Há vários deles que retratam histórias reais de superação, que nos dão tremendas lições de vida e perseverança. Eu gosto destas histórias, ou melhor, gosto de contar estas histórias porque elas servem como exemplo independente do lugar onde aconteceram.

No episódio de hoje do Coachitório Online não vai ser diferente. Vamos contar a história e as lições de Ken Carter, que ficou muito conhecido quando se tornou técnico do time de basquete colegial do Colégio Richmond. A sua história foi eternizada pelo ator Samuel Jackson no filme Coach Carter – treinando para vida.

É sobre Ken Carter e suas lições de liderança que vamos falar hoje.

Ken Carter nasceu em uma família de boas condições financeiras. Sua família sempre apoiou e incentivou os estudos, mas Carter adorava esportes e acabou seguindo carreira no basquete. Ele estudou e jogou basquete pelo Colégio Richmond, onde foi muito bem- sucedido tanto nas quadras como no meio acadêmico.

E quis o destino que, em 1997, ele voltasse para o Colégio Richmond para treinar o time de basquete da escola. O mesmo time que um dia havia defendido. Só que ao chegar à cidade e assumir seu novo trabalho, o técnico se depara com um time cujos resultados técnicos deixavam a desejar. O time tinha um rendimento abaixo da média e ele queria saber porquê. Ao investigar as causas, descobriu que o desempenho ruim não estava somente nas quadras. Ele logo viu que os jovens se comportavam mal. Eram brigões, se metiam em encrencas e, o pior de tudo, não estavam nem aí para os estudos.

O treinador tinha um perfil muito disciplinador. Carter não abria mão de seus valores e suas crenças e uma delas era muito forte: para jogar no time, os jovens tinham que se dedicar muito aos estudos. Ele entendia que o desempenho acadêmico andava de mãos dadas com o desempenho em quadra e obrigou os jogadores e levarem os estudos a sério.


Carter tomou algumas decisões que causaram um impacto muito grande nos jovens. Ele estabeleceu metas de notas, ou seja, um padrão mínimo de notas que os alunos tinham que alcançar em todas as matérias para jogarem no time. Trocando em miúdos, somente seria jogador quem tivesse bom desempenho escolar.

Foi aí que começaram os conflitos com o time. Os jovens não entenderam e não aceitaram a postura disciplinadora do treinador. Se rebelaram e se negaram a treinar. Alguns foram dispensados e outros pediram para sair do time. Só que o pior estava por vir. As famílias dos atletas dispensaram também se rebelaram e pediram a cabeça do diretor. Até que ele deixou o time.

O lado disciplinador de Carter fica claro no filme, pois ele dá punições aos jogadores que chegam atrasados ou não cumprem as metas estabelecidas. E aqui eu faço um destaque à conduta do treinador Carter, pois em determinados momentos ele foi arrogante e irredutível com questões que, no meu entendimento, poderiam ser trabalhadas com mais flexibilidade e compreensão.

Só que, apesar da arrogância e inflexibilidade, suas intenções eram boas. Do ponto de vista de treinador, ele estava querendo que os jovens vissem o basquete não somente como uma forma de ganhar dinheiro, mas de serem cidadãos, de se tornarem alguém na vida. Sustentava que sem os estudos eles não teriam futuro garantido no basquete, por mais promissores que pudessem ser enquanto jovens atletas.

Houve momentos em que ele puniu determinados jogadores e isso fez com que os demais atletas se unissem para “pagar” a punição do colega de forma solidária. Isso faz com que os próprios atletas acabem notando a importância das lições que o treinador Carter estava lhes dando. E o próprio treinador aprendeu suas lições também. Assim, a resistência inicial acaba sendo quebrada. Os próprios atletas reconhecem que o método de trabalho e as exigências de Carter estão dando resultados acadêmicos melhores. Além disso, o desempenho em quadra também melhora e o time evolui muito, chegando a disputar a final do campeonato estadual de basquete colegial.

Embora as famílias de alguns atletas estivessem enfurecidas com o comportamento do seu treinador, a opinião pública começa a mudar e os métodos de Carter começam a ser vistos como positivos e efetivos. Carter sempre dizia que o basquete era somente um detalhe, que o que mais importava eram os estudos, os valores e o caráter da pessoa e ele se dedicou ao máximo para transmitir isso aos jovens. Assim, ele conseguiu um feito marcante: todos os jogadores que ele treinou entre 1997 e 2002 se graduaram no ensino médio e foram para a faculdade.

Eu sei que talvez para você isso pareça estranho, porque a gente acha que para os padrões americanos é mais do que normal fazer o ensino médio e ir para a faculdade. Na realidade, o sonho americano nem sempre é tão florido assim e era essa a realidade do Colégio Richmond. Situado em um lugar pobre, cercado por criminalidade, tráfico, gravidez na adolescência e tudo mais, ir para a faculdade era uma façanha. Menos da metade dos alunos que se graduavam em Richmond conseguia isso. E o treinador Carter ajudou a mudar esse panorama.

Para conseguir esse feito, Carter precisou tocar em algumas feridas. E a primeira delas foi trabalhar a noção de liderança junto ao time. Como a maioria dos atletas não reconhecia a autoridade de seus professores, diretoria, antigos treinadores e até de seus pais, nenhum daqueles jovens estava disposto a se submeter às ordens ou ao comando de quem quer que fosse. Carter logo notou isso, mas também cometeu seus erros. O treinador confundiu liderança com dar ordens. Confundiu liderança com chefia e isso quase fez com que o time quebrasse.

Carter ensinou muitas lições aos atletas, mas aprendeu que para ganhar o respeito de seus jogadores e da comunidade, era preciso que fosse o primeiro a respeitar. Era preciso respeitar para ser respeitado. É a liderança pelo exemplo, que tanto falamos.

Os jogadores também acabaram despertando para a importância da disciplina. Eles perceberam que sem disciplina não há sucesso em carreira alguma. E isso serve para todos nós. Eu costumo ouvir muitas pessoas falarem dos seus sonhos pessoais e profissionais, mas é raro ver dedicação e disciplina para aprender e fazer o que precisa ser feito para chegar lá. Pior ainda: muitos chamam de sortudo aquele que se dedicou e teve disciplina para se preparar e paciência para esperar e colher os resultados.

Disciplina e paciência para colher resultados. Só que além disso, Carter entendia que todo e qualquer resultado somente vai ser obtido quando temos estratégia e foco em resultados de médio e longo prazo. Qualquer semelhança com o que acontece nas empresas não é mera coincidência. No entanto, é perceptível como ainda há pessoas e empresas que caem na armadilha do “amanhã eu vejo isso”, do “apagar incêndio” ou do “vamos tocando assim para ver no que dá”.

E quando me perguntam qual é a melhor hora para começar o planejamento, a execução, a dedicação ou disciplina, a minha resposta é sempre a mesma: agora, porque o momento presente é tudo o que temos.

Fala, galera do Coachitório Online.

Apesar de ser um filme de 2005, eu acho que essa história é muito atual e recomendo que você assista ao filme, caso não tenha visto. Se já assistiu, vale a pena revisitar porque sempre é importante lembrar das importantes lições que essa história real nos ensina.

Aliás, o que eu acho mais legal é que essa história é real, o que quer dizer que é possível liderar equipes difíceis, inspirar a mudança de comportamentos e atitudes de pessoas que parecem destinadas ao fracasso e despertar nas pessoas uma noção diferente do que é sucesso. Só que isso dá trabalho e requer tempo e, enquanto o líder e as equipes almejarem resultados somente no curto prazo, é provável que nossas decisões e ações também estarão focadas no curto prazo e terão consequência de curto prazo.

Esse é o Coachitório Online. Ao longo da quarta temporada nós vamos contar a história de alguns personagens históricos da vida real, da TV, das séries e do cinema e fazer um retrato de suas principais características.

E volto a lembrar que você também pode participar ativamente dessa temporada. Diga que personagem você quer ouvir aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!