• 6ª Temporada
  • Temas Relevantes para Carreiras Importantes

  • Nossa missão é compartilhar conteúdos que influenciam positivamente as pessoas. Para isso é fundamental estarmos atualizados e termos à disposição informações e conhecimento que ajudem você. Esse ponto foi determinante para elegermos o tema da 6ª Temporada do Coachitório Online.Nesta nova temporada, traremos notícias, informações e fatos atualizados sobre pessoas, carreira e liderança. E mais do que isso, comentaremos cada assunto com o objetivo de mostrar como as informações abordadas podem alavancar a sua vida pessoal e profissional!

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159 – A longevidade nas empresas

Este episódio é uma homenagem a um cidadão brasileiro, morador de Brusque-SC, que no mês de abril completou 100 anos de vida. O nome dele é Walter Orthmann. Só que o que mais chama a atenção na história do sr. Walter é que ele tem dedicado toda a sua vida profissional a uma mesma empresa. Isso mesmo! São 84 anos de trabalho na mesma organização, a Renaux View, também da cidade de Brusque-SC. Além de ser uma homenagem ao sr. Walther, esse episódio também é um alerta para aqueles que trocam muito de empresas e para aqueles que estão estagnados em suas carreiras.

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Transcrição do episódio "159 – A longevidade nas empresas"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

A LONGEVIDADE NAS EMPRESAS

O episódio de hoje é uma homenagem. Uma singela homenagem a um brasileiro, morador de Brusque, cidade que fica pertinho de Blumenau, que é o lugar em que eu moro aqui em Santa Catarina. Esse brasileiro se chama Walter Orthmann, e no dia 19 de abril de 2022 ele completou 100 anos de vida. O fato de ser um homem centenário já merece, por si só, todo destaque e homenagem que podemos dar. Mas tem um fato que é ainda mais marcante e impressionante: o sr. Walter trabalha há 84 anos na mesma empresa. Isso mesmo! Ele tem a carreira mais longeva do mundo. São 84 anos trabalhando na área comercial de uma indústria têxtil na cidade de Brusque.

Esse fato é tão marcante que foi devidamente reconhecido pelo Guiness Book, o livro mundial de recordes, que reconhece que ninguém chega perto da longevidade profissional que o sr. Walter construiu em toda a sua vida. E num país que vive às voltas de crises e instabilidades econômicas sem fim, além de crises sociais e morais, a história do sr. Walther nos traz tantos ensinamentos que me fazem pensar que é ele o herói em que nós deveríamos nos espelhar. Digo isso por um motivo muito simples: aqui nesse podcast falamos sobre pessoas, carreira e liderança e penso que deveríamos reconhecer, divulgar e homenagear as pessoas que nos dão os melhores exemplos de conduta profissional.

É uma pena que esse exemplo ainda não dê tanta notícia e que muita gente ainda prefere eleger heróis cuja credibilidade e exemplos são, no mínimo, questionáveis. É uma pena que ainda miramos nas publicações que prometem ascensão meteórica na carreira, dinheiro rápido e fácil ou um empreendedorismo vazio em redes sociais. Mas eu sou otimista e acredito que há vários exemplos como o do sr. Walther por aí. Histórias que merecem ser contadas, aquelas que verdadeiramente inspiram a carreira das pessoas.

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Mas eu também quero aproveitar o gancho desta singela homenagem para destacar um ponto bastante relevante para a vida profissional: a longevidade das pessoas nas empresas. Eu comecei a minha carreira lá nos anos 1990. Acredite, apesar de não parecer ter passado tanto tempo assim, às vezes eu sinto que comecei a trabalhar lá na Idade Média, em um mundo completamente diferente do que vivemos hoje. As coisas eram diferentes, claro. Tive a felicidade de ver a popularização dos computadores e a entrada e ascensão da internet. Eu costumo comentar que faço parte de uma geração privilegiada, que viu a transição de um mundo analógico para um mundo digital, que ainda está se transformando.

Uma das coisas mais normais para quem começou a vida profissional antes da virada do século era ficar muito tempo em uma mesma empresa. A rotatividade era baixa, mas a mobilidade de cargos dentro da mesma empresa acontecia com frequência porque as pessoas aposentavam-se cedo, abrindo diversas oportunidades de crescimento profissional. Ficar bastante tempo na empresa era uma boa estratégia de crescimento, porque a pessoa sabia que eventualmente chegaria a sua vez.

Mas também havia um detalhe bem importante, que alimentava essa tendência de ficar bastante tempo em uma mesma organização: ficar trocando de emprego não era bem visto. Os recrutadores da época torciam o nariz quando entrevistavam candidatos que não conseguiam ficar mais de dois anos na mesma empresa. Pessoas com a carteira de trabalho recheada de carimbos tinham mais dificuldade de ingressar em uma empresa e, uma vez empregados, tinham que lidar com a resistência de muitos chefes que diziam que não valia a pena dar oportunidades de crescimento para aqueles que pulavam de galho em galho.

Esse é o ponto em que as pessoas da minha idade que estão ouvindo esse episódio talvez digam, de forma saudosa: “aqueles é que eram bons tempos!” De fato, muita coisa positiva havia nessa forma de pensar o trabalho. As pessoas tinham oportunidades de crescimento. Recebiam treinamento. A rotatividade era muito baixa, o que fazia com que as pessoas fossem ainda mais produtivas. A gente estabelecia vínculos muito legais com os colegas de trabalho e às vezes parecia que estávamos em uma grande família.

Eu fui uma das várias pessoas que surfou essa onda. Fiquei 15 anos em uma mesma empresa, na qual tive várias oportunidades, fui treinado e cresci profissionalmente. Tenho muita gratidão pelas pessoas que conheci e por tudo que lá aprendi, pois foi meu primeiro emprego e o profissional que sou hoje foi altamente influenciado ou moldado por aquela empresa. Naquela época, essa longevidade nas empresas era muito comum. Por exemplo, o meu pai trabalhou por 28 anos em uma mesma empresa. Mas hoje em dia, quando digo que fiquei 15 anos em uma mesma empresa, as pessoas perguntam “como foi que você aguentou”?

E a resposta é: “não sei!” O fato é que eu não sei mesmo. Mas não porque foi ruim. Pelo contrário, não foi sacrifício nenhum ficar tanto tempo naquela empresa. Penso até que seria mais difícil para mim imaginar uma vida profissional nômade naquela época. E quando as pessoas me perguntam como eu aguentei por tanto tempo em uma mesma empresa, eu geralmente devolvo a pergunta: “por que você não consegue ficar mais de dois anos em uma mesma empresa?” As perguntas são diferentes, mas a resposta é a mesma: as pessoas não sabem!

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Uma pesquisa muito interessante foi realizada pela Confederação Nacional dos Diretores Lojistas. Ao entrevistarem as pessoas que trocaram de emprego em 2021, descobriram que, em média, essas pessoas ficaram 2 anos e 9 meses no emprego anterior. Confesso que eu acho que esse número é bom, acima do que eu imaginava. Digo isso porque em algumas empresas com as quais trabalho tem sido cada vez mais comum encontrar pessoas que não conseguem ultrapassar a barreira do primeiro ano. Pedem a demissão ou são desligadas por motivos diversos.

Mais interessante ainda é perceber a rotatividade é mais elevada nas pessoas com baixa escolaridade. Ou seja, quanto menor a escolaridade, maior a rotatividade. A explicação é que conforme a pessoa vai estudando, oportunidades de crescimento vão surgindo dentro da organização. Da mesma forma, a pessoa que estuda vai definindo uma carreira, um nicho de atuação, que faz com que ela seja mais criteriosa nas suas decisões de mudança de emprego. Não sei para você, mas para mim isso faz todo o sentido.

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Também é importante questionar outro mito que a gente ouve nos corredores das empresas: ficar muito tempo dentro da mesma empresa é mal visto pelo mercado de trabalho, em um pensamento completamente oposto ao que ocorria há 30 anos. Essa afirmação é verdadeira, mas só em partes. Ficar bastante tempo em uma mesma empresa somente será malvisto se você não mudou de função, não aprendeu algo novo ou não foi promovido. Em um mundo repleto de oportunidades, essa estagnação realmente não pega bem. 

Mas vale lembrar que o contrário é verdadeiro, pois as pessoas que trocam demasiadamente de emprego para trabalhar em coisas que não têm conexão alguma com o trabalho anterior também têm dificuldades no mercado de trabalho. Essas pessoas passam uma imagem de instabilidade e nenhum recrutador ou gestor que eu conheço gostam de contratar pessoas cuja carreira é instável.

Em outras palavras, se por um lado a estagnação é prejudicial para a carreira, a instabilidade também é. E, como sempre, o ideal é o equilíbrio. O que fazer com a carreira, então? Como eu faço para saber a justa medida entre estagnação e instabilidade? Em minha opinião, uma opinião de quem atua como consultor na área, eu diria o seguinte: 

  • fique atento às tarefas que está desempenhando, pois se você não buscar ou não surgir nada novo ou desafiador no horizonte, você pode estagnar;
  • ofereça-se para aprender algo novo ou fazer parte de novos projetos;
  • ouça atentamente aos feedbacks formais e informais. Se não estiver recebendo feedbacks, peça;
  • certifique-se de que você está fazendo o seu trabalho de forma melhor e mais rápida. E certifique-se também que o seu gestor está observando isso;
  • e, por fim, talvez o mais importante: continue estudando e se profissionalizando.

Se você está seguindo esses passos e nada está acontecendo, é sinal de que o seu ciclo ali se encerrou e que você deve procurar novos desafios.

Fala, galera do Coachitório Online.

Antes de encerrar o episódio eu gostaria de volta para a bela história do sr. Walther, que está trabalhando há 84 anos na mesma empresa, dando um belo exemplo de vida. O que eu quero destacar nessa história é um ponto que foi pouco (ou nada) comentado: a longevidade da empresa em que o sr. Walther trabalha. Para ficar tanto tempo na em uma mesma empresa, é preciso que a organização também esteja há bastante tempo no mercado. Se o sr. Walther trabalha há tanto tempo na mesma empresa, méritos para a Renaux View, tradicional empresa do ramo têxtil na qual o sr. Walther trabalha e que está há 130 anos no mercado. Isso mesmo: 130 anos. Bom, são dois exemplos de sucesso, que merecem essa singela homenagem do Coachitório Online e que, assim espero, inspirem empresários e colaboradores para que o trabalho seja cada vez melhor.

E você, tem exemplos de pessoas e empresas longevas, boas histórias que devem ser compartilhadas? Quero te ouvir. Deixe a sua mensagem em nossas redes sociais ou escreva para fabiano@ponteaofuturo.com.br Ficarei muito feliz com a sua mensagem.

Esse é o Coachitório Online. Obrigado a você que sempre acompanha os episódios do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. E por isso eu tenho um pedido: escolha um episódio para compartilhar com seus amigos nas suas redes sociais e lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Temos vários episódios para você ouvir e curtir, feitos com muito carinho para você!

Também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo! Para ter mais informações sobre a Jornada, é só clicar no link deste post.

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!