• 6ª Temporada
  • Temas Relevantes para Carreiras Importantes

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156 – É possível separar o eu pessoal do eu profissional?

Quando comecei a minha vida profissional, era comum ouvir uma expressão que nos ensinava que: “profissional bom era aquele que deixava os problemas pessoais em casa e que conseguia focar somente no trabalho”. Desnecessário dizer que essa separação entre vida pessoal e profissional é utópica. Só que eu também devo dizer que a linha que separa a vida pessoal da profissional está tão fina que mal conseguimos perceber onde começa uma e termina outra. É aí que mora o perigo, pois ao misturarmos muito as coisas corremos o risco de prejudicar o equilíbrio necessário entre esses papeis.

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Transcrição do episódio "156 – É possível separar o eu pessoal do eu profissional?"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

É POSSÍVEL SEPARAR O EU PESSOAL DO EU PROFISSIONAL?

Quando eu comecei a minha vida profissional, lá nos idos dos anos 1990, era comum ouvir aquela expressão que nos ensinava que profissional bom era aquele que deixava os problemas pessoais em casa e que conseguia focar somente no trabalho. Eu era muito novo e confesso que não tinha tantos problemas pessoais assim, de forma que para mim era mais fácil ver sentido nesse mandamento organizacional. Mas eu olhava para o lado e via que os meus colegas mais velhos não conseguiam lidar muito bem com essa necessidade de separar a vida pessoal da vida profissional.

Eles já tinham outras demandas. Estavam na faculdade, namorando ou casados. Alguns tinham filhos pequenos e todos falavam sobre os desafios de começar uma vida em família ao mesmo tempo que construía sua vida profissional. Eu, que não tinha nem 18 anos, olhava para esses meus colegas que nem eram tão mais velhos assim (estavam na casa dos 25 anos em sua maioria) e ouvia deles que era bom eu aproveitar a fase da vida em que eu estava, pois chegaria um momento em que eu passaria por tudo aquilo que eles estavam passando e todo aquele contexto influenciaria muito no meu trabalho, da mesma forma como estava influenciando o trabalho deles.

O mais interessante era que eu tinha empatia por eles. De verdade, tinha empatia mesmo, pois embora eu fosse muito jovem, eu sabia que logo eu ia passar por tudo aquilo. Só que eu queria que comigo fosse diferente em um aspecto bem simples: não queria deixar que a minha vida pessoal interferisse na minha vida profissional e vice-versa. Eu tinha esse objetivo porque eu via o quanto os chefes daquela época nos falavam que não podíamos deixar que brigas de namorado, preocupação com as contas, a construção casa ou a compra do apartamento, as provas da faculdade ou a falta de tempo para o lazer atrapalhasse o trabalho. Funcionário bom era aquele que deixava os problemas pessoais na portaria, era o que eu escutava.

Desnecessário dizer que essa separação, ou melhor, essa barreira que os chefes daquela época queriam construir entre vida pessoal e profissional era utópica. Algo simplesmente impossível de ser feito, até porque os chefes que cobravam isso tinham a mesma dificuldade de separar a sua vida pessoal da profissional. Ainda assim, eles nos cobravam e eu lamentava ver que muitos deles faziam essa cobrança apenas porque também eram orientados a proceder assim porque a cultura das empresas daquela época não era tão aberta como é hoje.

Eu estou falando de algo que eu observava lá nos anos 1990 e que eu imaginava estar superado nos dias de hoje. Melhorou muito, é verdade, pois as gerações que vieram depois da minha trouxeram também uma nova geração de líderes e empresários que vêm que essa história de separar vida profissional da vida pessoal é conversa fiada. Muito pelo contrário: as empresas mais visionárias estão acolhendo e tratando as pessoas de uma forma cada vez mais integral, pois entendem que a vida pessoal equilibrada faz com que o colaborador trabalhe de forma mais produtiva. Por outro lado, o bom ambiente de trabalho faz com que o colaborador possa se dedicar melhor a sua família. É uma troca, uma relação de harmonia com aquilo que os gestores de outras épocas teimavam em separar.

Só que por incrível que pareça ainda não é bem assim que acontece. Ainda há empresas e gestores que entendem que vida pessoal e vida profissional são que nem água e óleo: não devem se misturar. Em muitos casos eu entendo o que querem dizer, pois tem gente que extrapola e faz tudo misturado mesmo. Usam as horas de trabalho para resolver assuntos pessoais e, quando estão fora do trabalho, usam as horas de descanso e lazer com a família para resolver coisas do trabalho. Que a vida pessoal e a profissional são inseparáveis, isso é verdade. Mas usar o tempo de uma para resolver a outra, aí não.

E isso acontece bastante e é justamente esse o ponto em que muitos gestores pegam no pé das pessoas. Confesso que às vezes eu me pego tendo esse tipo de atitude. Quando isso acontece, eu procuro olhar para mim mesmo para tentar identificar o que aconteceu, o que fez com que eu me distraísse daquela forma. E a resposta está na falta de foco no momento presente. No meu caso, é fácil eu perceber que quando eu misturo as coisas é porque não estou no momento presente. Ou é porque estou em algum lugar do passado ou é porque estou antecipando o futuro. E a última alternativa é, de longe, a mais comum. Não sou de remoer o passado, mas sim de me preocupar com o futuro.

Isso me lembra de um dos melhores livros que já li: O Poder do Agora, de Eckhart Tolle. O livro nos ensina que o que nos impede de viver plenamente e presente são os pensamentos e emoções dos quais não temos consciência e, por não termos consciência, não dominamos. Lembra de uma máxima da Administração que eu já citei aqui no Coachitório Online: somente gerenciamos o que medimos. Em outras palavras, somente controlamos aquilo que temos consciência.

O Poder do Agora nos ensina que a mente não para e, por isso, precisamos estar atentos ao que pensamos. Em síntese, é bem simples. O mais difícil é saber como colocar isso em prática. Uma das formas que é o planejamento nosso de cada dia. Planejamento é, de longe, o tema mais falado aqui nesse podcast e, no que diz respeito a pensar no momento presente, não poderia ser diferente. 

O planejamento a que me refiro tem a ver com fazer agenda, organizar os horários, definir as prioridades e executar o que planejou no dia-a-dia de trabalho. É claro que nem sempre dá certo, afinal de contas somos diariamente submetidos às emergências que vêm daqueles que, adivinhem só, na maioria das vezes não se planejaram. O planejamento não significa se fechar para as emergências e situações não esperadas. Significa que saberemos quais são as nossas prioridades e que saberemos avaliar o que é urgente e o que não é. Saberemos dizer não e conseguiremos focar com mais facilidade no momento presente, no que foi planejado.

Perceba que toda essa conversa começou com aquela pergunta sobre se era possível separar a vida pessoal da profissional. Muito embora o Poder do Agora e o planejamento sejam aliados para podermos focar naquilo que importa, é sabido que há outras questões que tornam a separação entre vida pessoal e profissional algo irreal e inalcançável. O trabalho em home office é um exemplo.

Uma matéria da Revista Exame fala justamente do quanto o home office uniu ainda mais as famílias – pelo menos no aspecto presencial – e o quanto isso fez com que a rotina da casa se misturasse com a rotina do trabalho e vice-versa. Se, por um lado, o equilíbrio entre vida e trabalho é mais fácil quando trabalhamos em home office, o desafio parece justamente enxergar a linha que divide trabalho e vida pessoal. E o home office não é o problema. O problema é que não estávamos preparados para trabalhar de forma remota. Simplesmente aconteceu e tivemos que nos adaptar a isso da noite para o dia.

Não é à toa que conflitos logo surgiram. Uma matéria da Revista Valor Econômico mostra que a falta de estrutura física para trabalhar de forma adequada em home office e, por incrível que pareça, o tempo excessivo que as famílias começaram a passar juntas provocaram grandes mudanças nas dinâmicas familiares que, em muitos casos, resultaram em conflitos sérios. Como dar atenção ao trabalho se a criança está chorando ou pedindo atenção ou se o cachorro está latindo? Como trabalhar adequadamente se o seu home office é, na realidade, um cantinho na mesa da cozinha onde você liga seu computador para trabalhar?

E aí parece que vamos na contramão da história para afirmar que, se está cada vez mais difícil de enxergar a linha que divide a vida pessoal da profissional, é porque elas estão muito misturadas e isso pode não ser bom. Veja bem, não se trata de voltar no tempo, na época em que os gestores afirmavam que os problemas pessoais deveriam ficar do lado de fora da empresa. Não é isso, até porque, para muita gente, não existe mais o lado de fora da empresa. 

Quando eu afirmo que deveria haver uma linha, ainda que bastante fina, que separe a vida pessoal da profissional, não estou me referindo a ter uma capacidade sobrehumana de ignorar os aspectos familiares quando estamos trabalhando. Simplesmente não dá para fazer isso. Mas é certo que há uma necessidade de criarmos os ambientes e os momentos propícios para realizarmos cada um deles. Ainda que estejamos trabalhando em casa, há que se adotar uma rotina, um planejamento, ter foco e educar a nós mesmos e a quem está conosco que hora de trabalhar é hora de trabalhar. Assim como precisamos ter a noção de que quando é hora de descansar é, efetivamente, hora de desligar o computador, ignorar o telefone celular e se dedicar a si mesmo e à família. Do contrário, logo algo não ficará bem e não saberemos dizer se o trabalho está prejudicando a vida pessoal ou o contrário.

Fala, galera do Coachitório Online. 

É possível separar o eu pessoal do eu profissional? É possível ter essas duas personas bem definidas, desenvolvidas e até separadas, sem perder a nossa essência? Bom, você já sabe a minha opinião a respeito.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!