Dinheiro é um meio ou é um fim? A resposta para essa pergunta aparentemente simples é o que vai determinar as atitudes do nosso dia-a-dia, pois as ações costumam estar sempre focadas em conseguir o que desejamos. É o que acontece quando falamos de Coaching, afinal, um processo de Coaching tem como norte o estado futuro que a pessoa deseja alcançar. Esse estado futuro, que são os objetivos que a pessoa deseja alcançar, podem estar relacionados à mudança ou desenvolvimento de determinados comportamentos e atitudes que ela deseja adotar. Os objetivos que a pessoa deseja alcançar podem também estar relacionados à conquista de coisas concretas e mensuráveis.
É justamente nesse último ponto que o dinheiro se faz mais presente, pois na maioria das vezes a realização de sonhos de consumo passará pela questão financeira necessária para adquiri-los. Por conta disto que eu penso que a resposta à pergunta do começo desse texto é a seguinte: dinheiro é um meio. Dinheiro deve sempre ser meio, pois se encararmos o dinheiro como a única coisa que vale a pena ser alcançada, estaremos dispostos a arriscar tudo para consegui-lo.
A diferença é sutil, pois no final das contas a gente sempre acaba agindo e tomando decisões que na maior parte das vezes está pautada nas questões financeiras. Fazemos pesquisas de preço, estudamos melhor o tipo de investimento a ser feito e o momento para fazê-lo. Pesquisamos as melhores condições para pagamento e ficamos extremamente desconfortáveis quando o dinheiro nos falta e compromete nossa capacidade de honrar nossos compromissos financeiros.
No entanto, quando o dinheiro é o fator que mais importa e todo nosso esforço é em função de consegui-lo, há aí um sinal de que nos falta um propósito ou nos faltam sonhos. Assim, o dinheiro passa a ser o objeto de conquista e para ter sucesso nessa busca acabamos comprometendo muitas coisas, inclusive a nossa própria imagem. Infelizmente, esse comportamento é visível em muitas situações nas quais pessoas agem de forma a preservar o seu ganho em detrimento da sua própria felicidade, satisfação e realização profissional, podendo inclusive prejudicar outras pessoas pelo caminho. Esse comportamento é explicado por Napoleon Hill:
“Todo ser humano que atinge a idade de compreender a finalidade do dinheiro passa a desejá-lo.”
Note que a palavra finalidade está grifada na frase acima. Embora remeta muito claramente à questão do dinheiro como sendo um fim, o contexto deixa claro que o dinheiro será desejado por qualquer pessoa quando entendermos para o que ele serve. É o dinheiro sendo visto como o meio pelo qual iremos realizar nosso propósito e nossos objetivos. Nesse sentido, o dinheiro é visto como uma forma de realizar nossos sonhos, só que essa visão traz consigo a responsabilidade de agirmos de forma correta e sustentável para que esses sonhos sejam realizados. Pode ser que os sonhos estejam ligados à compra de uma casa própria, de pagar os estudos dos filhos ou de fazer aquela tão desejada viagem.
Quando tratamos o dinheiro como meio, fazemos tudo que é congruente e coerente com nossos valores para alcançarmos o que desejamos. Assim, construímos uma imagem de credibilidade e persistência, pautada numa história que valerá a pena ser ouvida.
Quando temos sonhos e objetivos, nos dedicamos para realizá-los. Com um detalhe importante: respeitaremos os sonhos e objetivos das outras pessoas pois, caso contrário, estaremos prejudicando de forma importante a nossa imagem e o sonho de outras pessoas.