Tem uma frase que eu gosto muito, pela qual eu procuro sempre orientar as ações da minha vida. Ela diz o seguinte:

“O certo sempre é o certo, mesmo que ninguém esteja fazendo. O errado é sempre errado, mesmo que todos estejam fazendo!”

Confesso que eu desconheço o autor desta frase, mas em poucas letras ela tem a capacidade de nos fazer refletir a respeito das nossas próprias ações e também nos faz pensar sobre as atitudes de outras pessoas.

Tenho me preocupado bastante com certas coisas que têm acontecido na sociedade. Me parece que estamos legitimando e legalizando coisas erradas, somente pelo fato de que tem muita gente fazendo o que não deve.

Muitos comportamentos e atitudes inadequados têm ocorrido na esfera profissional e a incidência cada vez maior deste tipo de ação parece estar legitimando um novo jeito “certo” de fazer as coisas.

Na vida pública, então, nem se fala. Me parece que o “novo normal”, expressão que ficou tão comum em épocas de pandemia, foi levada para outro patamar e acabou tornando legal atos de corrupção, mentira, perseguição, preconceito e hipocrisia generalizada. 

Parece que as autoridades que deveriam defender aquilo que é certo perante a Constituição têm achado que é mais fácil se dobrar à falcatrua, falta de inteligência e estreiteza de pensamento. Essas coisas têm feito com que o que é certo talvez nem seja mais o certo e que o errado pode ser tolerado, pois, afinal de contas, tem muita gente fazendo coisa errada e é mais fácil mudar a lei e dar um jeitinho para tornar legal o que nunca foi.

Mas, se engana quem acredita que o problema está somente na esfera pública. Aliás, penso que é correto dizer que o que acontece na vida pública é apenas um reflexo do que a sociedade constrói, aplica e valida. Parece que é mais fácil desistir de cobrar e de exigir os direitos que nos cabem.

Parece que é mais fácil aceitar um serviço meia-boca porque, para nós, meia-solução também serve. Muitos são levados a pensar que “se tem tanta gente fazendo coisa errada, errado sou eu que ainda faço a coisa certa!” E assim a gente dá demonstrações de falta de cidadania e de educação para a nossa família, amigos e colegas de trabalho.

Talvez seja ingenuidade pensar que em algum momento do tempo haverá uma espécie de reforma ética e moral que subitamente fará com que as pessoas façam o que é certo, mesmo que ninguém esteja vendo, e parem de fazer coisas erradas, mesmo que todos estejam fazendo.

Embora seja um pouco ingênuo neste sentido, acredito que esta mudança seja plenamente possível, apesar de acreditar também que ela vai levar um tempo para acontecer. Mas devemos começar!

E ao falar sobre esse assunto com algumas pessoas, algumas semanas atrás, me perguntaram por onde podemos começar. Longe de ser uma resposta definitiva, que vai curar todos os males, acredito que podemos fazer o seguinte:

  • Exija que todos os produtos e serviços que você compre sejam entregues com qualidade. E faça o mesmo para os seus clientes;
  • Seja mais paciente no trânsito. Ou melhor, na vida como um todo;
  • Pague suas contas em dia e, caso não conseguir, dê satisfações ao credor ou procure resolver a situação o mais rapidamente possível;
  • Respeite as pessoas. Todas elas;
  • Lembre-se de quem você votou nas últimas eleições e mande uma mensagem para o seu candidato. Se ele não tiver sido eleito, escreva para o representante do seu bairro, cidade ou região;
  • Substitua palavrões por orações;
  • Obedeça às leis, regras e normas que regem a nossa vida, desde as regras do condomínio até a Constituição.

Certamente a lista merece ser bem maior, mas foram estes os insights que surgiram naquele dia. Embora sejam simples, eu realmente acredito que estas ações têm um poder transformador quando forem realizadas por um número cada vez maior de pessoas.

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