Às vezes, surge a sensação de a vida se resume a uma sucessão de fardos que precisamos carregar. Os fardos nem sempre são pesados, mas a distância ou o tempo que demoramos para completarmos a nossa caminhada, faz com que pareça que o peso do fardo aumente cada vez mais.

Eu acredito muito nessa metáfora dos fardos, porque cada um de nós tem uma história e tem situações com as quais precisamos lidar. Coisas que herdamos, situações que surgem ou que foram criadas por nós mesmos que, mesmo que a gente as delegue ou faça de conta que não as vê, eventualmente precisarão ser tratadas por nós.

Por outro lado, há cargas que a gente acaba carregando que não dizem respeito a nós. Muitas vezes pensamos que se tratam de problemas nossos quando, na realidade, são fardos de outras pessoas, mas que acabam fazendo peso para nós porque assumimos essa responsabilidade.

De forma consciente ou inconsciente, muitas vezes acabamos carregando o fardo alheio. Isso ocorre pois, nossa prestatividade, boa intenção – e até ingenuidade ou egoísmo – nos impedem de ver que cada pessoa precisa assumir a sua responsabilidade.

Há exceções? Sim, certamente há…

Há muita gente que precisa ser assistida e receber apoio para lidar com suas responsabilidades. E é esse justamente o ponto. Ajudar, caminhar junto, dar apoio e incentivar são ações que podemos e devemos fazer. Afinal, uma das coisas que nos torna humanos é a bondade e a disposição de fazer o bem para as outras pessoas.

Digo isso porque assim como há pessoas que se “esforçam para não fazer força”, deixando a cargo de outros aquilo que é de sua responsabilidade, há pessoas que preferem fazer tudo sozinhas. Preferem enfrentar todas as dificuldades sozinhas, mesmo tendo a quem recorrer e pedir ajuda.

Quando insistimos em carregar o fardo sozinhos podemos estar dando uma mostra de força e autossuficiência, mas também podemos estar nos mostrando egoístas e arrogantes, podendo dar a entender que ninguém é bom o suficiente para ajudar.

Nenhum momento de dificuldade – seja de ordem pessoal, profissional ou econômica – deve ser enfrentado sozinho!

Embora cada um tenha sua missão, não significa que não podemos pedir ajuda e, para isso é sempre importante saber a quem podemos recorrer. Então, talvez faça sentido pensar que uma das grandes mudanças que podemos fazer para nós mesmos é quebrar esse paradigma de autossuficiência, que muitas vezes beira o egoísmo.

E tão importante quanto pedir ajuda é ajudar quando nos for solicitado!

Ou melhor, diria até que mais importante ainda é identificar quem precisa e oferecer a ajuda, pois, infelizmente, nem todo mundo tem facilidade para levantar a mão e pedir apoio quando precisa. Mas, eu tenho fé que o processo evolutivo pelo qual a humanidade está passando, fará com que sejamos cada vez mais solidários para ajudar e cada vez mais humilde para reconhecermos que não devemos enfrentar tudo sozinhos.

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