Assim que as necessidades de treinamento e desenvolvimento ficarem mais claras, torna-se necessário apontar quais treinamentos deverão ser priorizados. É muito importante saber o que deve ser feito primeiro, por alguns motivos bem justos:
- Limitação de orçamento: em geral, as pessoas e as empresas têm um orçamento limitado para investir naquele momento, ou seja, não dá para fazer tudo de uma vez. Por isso que temos que saber qual o orçamento disponível para aquele mês, para daí aplicá-lo no que é mais urgente naquele momento;
- Limitação de tempo: mesmo que haja orçamento disponível para fazer todas as atividades simultaneamente, é preciso entender que não se trata apenas de dinheiro, mas também de tempo. Digo isso porque às vezes uma atividade de treinamento ou desenvolvimento humano esbarra na falta de disponibilidade de tempo das pessoas para participarem ou é feita num horário que é inadequado para as pessoas em função da dinâmica do trabalho interno. Sei que muitos (inclusive eu) diriam que é uma questão de se planejar e agendar o horário para participar, só que é sabido que em determinadas empresas há dias e horários que não são indicados para retirar o pessoal das suas atividades para uma atividade de treinamento. Se fizermos isso, corremos o risco de termos bons treinamentos feitos “de corpo presente”. É importante que as pessoas estejam disponíveis para poderem se dedicar bem ao programa de treinamento e desenvolvimento que está sendo feito.
Mas há outro fator que eu considero tão ou mais importantes do que o que foi apontado acima. Eu sempre observo que quando as pessoas passam por um treinamento ou um processo de Coaching, por exemplo, elas obtêm resultados positivos em áreas que inicialmente não imaginavam que poderiam ser beneficiadas. Em outras palavras, uma atividade de desenvolvimento humano irá gerar “efeitos colaterais positivos” para as pessoas que participam e, possivelmente, para as demais pessoas da equipe.
Mas, por que esse é um fator importante na questão da definição das prioridades? Porque na medida que o programa de treinamento e desenvolvimento vai avançando e os efeitos colaterais positivos vão surgindo, é bem provável que não seja mais necessário intervir em alguns pontos de melhoria que inicialmente demandavam de treinamento.
Ou seja, os efeitos colaterais positivos das atividades de desenvolvimento humano que já foram feitas acabaram ajudando a resolver também outros pontos de melhoria e, assim, ajudam a economizar dinheiro para a pessoa ou para a empresa.
Só que para termos a certeza de que esses efeitos colaterais positivos estão acontecendo é preciso observar as mudanças nas pessoas e, principalmente, verificar continuamente se aquilo que havia sido levantado como necessidade de treinamento continua a ser uma demanda para a pessoa ou para a empresa ou não.