Transcrição do episódio "8 – Responsabilizar-se"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
O sucesso vem antes do trabalho somente no dicionário. E a responsabilidade vem antes destas duas palavras no dicionário e na vida. O tema da vez é responsabilidade e é sobre responsabilizar-se que o Coachitório Online vai falar hoje.
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O sucesso é consequência do trabalho, ao passo que trabalho e sucesso são consequências da nossa capacidade de assumir responsabilidades. Por mais lógico que possa parecer, o exercício da liderança traz consigo algumas obrigatoriedades, algumas coisas das quais não abrimos mão. É o que chamamos de ônus e bônus da liderança.
Há alguns anos, numa conversa informal com um grupo, uma pessoa comentou que desejava muito se tornar líder na empresa em que atuava. Dizia que estava estudando e trabalhando com bastante dedicação para chegar lá. Até aí, tudo bem! Eu sempre encorajo as pessoas que têm esses objetivos claros.
Mas daí eu fiz uma simples pergunta para ela: “Por que você quer ser líder?” E a resposta foi: “- Se eu me tornar líder, é sinal de que eu fui promovido. Se eu for promovido, eu vou ganhar mais e vou ter algumas regalias.”
Ônus e bônus. A pessoa está somente de olho no bônus, nas vantagens, ignorando completamente as responsabilidades que fazem parte da liderança.
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Não gosto de fazer julgamentos a respeito de pensamentos e opiniões das pessoas, até porque nós todos temos pensamentos e opiniões que podem ser julgados pelos outros. Mas eu confesso que a resposta que eu comentei antes mostra o quanto algumas pessoas ainda estão distantes de entender do que se trata, efetivamente, exercer a liderança.
Me parece que o desejo pela liderança é inversamente proporcional ao desejo pela responsabilidade. Queremos o bônus da liderança, mas não queremos o ônus da responsabilidade.
Aliás, é importante dizer que não estou me referindo somente ao que acontece dentro das empresas, até porque esse tipo de comportamento acaba sendo replicado para a nossa vida pessoal e social. Desejamos o protagonismo, mas não as responsabilidades que acompanham o estrelato social.
Tem até uma expressão muito famosa que diz que “Pai é quem cria!”. Eu acho legal essa expressão porque, na minha leitura, essa frase diz que pai é quem tem responsabilidade.
Qualquer semelhança com a liderança não é mera coincidência.
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Mas se engana quem pensar que falar sobre responsabilidade é algo novo. Mesmo no mundo das empresas e da carreira, a importância de assumirmos responsabilidades já vem sendo falada há anos. Um dos principais autores da Administração – o francês Henri Fayol, chamava a atenção sobre o quanto era importante lutar contra a irresponsabilidade dos líderes e empresários. Dizia ele que “não existe autoridade sem responsabilidade.”
Inclusive, ele falava abertamente que a disposição em aceitar responsabilidades é uma das maiores qualidades morais que o ser humano deveria ter e, por isso, as pessoas que tem essa qualidade deveriam ser mais valorizadas.
Ah, vale dizer que ele falou isso há mais de cem anos…
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Veja só outra coisa interessante: uma pesquisa realizada pelo Psicólogo e Professor britânico Richard Wiseman constatou que 78% das pessoas não cumpre as promessas de final de ano. Aliás, as promessas de final de ano são um tema sobre o qual eu gosto muito de falar, pois a não realização daquelas promessas tem tudo a ver com o não exercício da autorresponsabilidade.
Então talvez aqui você esteja se perguntando como a gente desperta esse senso de responsabilidade nas pessoas. Bom, eu acredito que essa capacidade já está em nós. É algo que devemos, de fato, despertar. No mundo organizacional, acredito que uma das formas é fazer com que a pessoa participe mais ativamente do seu trabalho – ouvindo ele, pedindo sua opinião, dando feedback, etc. Quando uma pessoa participa mais ativamente do seu trabalho, tende a se sentir mais responsável por ele também.
Tem, inclusive, uma frase de um escritor e Psicólogo americano chamado Robert Cialdini que eu gosto muito. Ele diz que “a pessoa que se sente responsável pelas cláusulas de um contrato fica mais inclinada a cumpri-lo.”
Seja o ator principal da sua vida. Chame as responsabilidades da sua vida para si. Como a gente diz no futebol: chame o jogo para você!
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Lembro que você pode acompanhar esse tema no ebook dos 19 verbos, que está lá no site da Ponte ao Futuro.
Qualquer dúvida, fale comigo. Escreva para fabiano@ponteaofuturo.com.br