• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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76 – Gandalf: o Branco

O mago branco é um dos meus personagens preferidos de todos os tempos. Ele é uma das figuras centrais da trilogia O Senhor dos Anéis e seu personagem ganha força por ser uma espécie de lucidez silenciosa que acompanha a Sociedade do Anel em sua missão. Equilibrado e sábio, Gandalf é, na realidade, a encarnação de um espírito muito antigo, um espírito do bem que atua como o grande mentor da Sociedade do Anel. Gandalf nos dá a lição de que às vezes é preciso morrer para abandonarmos determinados comportamentos e atitudes, para só então renascermos mais fortes e iluminados.

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Transcrição do episódio "76 – Gandalf: o Branco"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

GANDALF – O BRANCO

Gandalf é um dos personagens centrais da trilogia Senhor dos Anéis, escrita entre os anos de 1937 e 1949 pelo professor britânico John Ronald Tolkien, ou simplesmente J. R. Tolkien, para os mais íntimos. Tolkien também era professor universitário na área de Filologia. Para quem não sabe o que é (e eu também tive que pesquisar mais a respeito), a Filologia é o estudo da linguagem, das línguas históricas e de textos literários e registros escritos muito antigos.

A paixão pela Filologia foi fundamental para que Tolkien se inspirasse a escrever Senhor dos Anéis e várias outras obras de ficção e fantasia que ele produziu ao longo da vida. É considerado o pai da literatura fantástica moderna, tanto é que autores como J. K. Rowling (a autora de Harry Potter) e C. S. Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia). A influência de Tolkien na literatura foi tão grande que até hoje é possível ver escritores bebendo da fonte que ele criou. Inclusive, muita gente da área dos games brinca hoje em dia em jogos eletrônicos que foram amplamente inspirados pela literatura fantástica de Tolkien.

Como eu comentei há pouco, o Senhor dos Anéis levou 12 anos para ser escrito. Levou todo esse tempo porque Tolkien não só escreveu um livro. Ele inventou um mundo próprio – a Terra Média – que é onde toda a história de O Senhor dos Anéis se desenvolve. Mais do que isso, ele criou idiomas próprios. Isso mesmo, ele criou os idiomas que em diversos momentos são falados pelos personagens da trilogia. É por isso que a paixão e formação em Filologia foi tão importante para a sua obra literária.

Um dos personagens centrais da obra é Gandalf. Gandalf é o mago cinza, que serve como como guia espiritual e mentor da Sociedade do Anel, liderada por Frodo, o elfo que se propõe a partir em uma jornada para destruir o Um Anel, um artefato poderoso que não pode – em hipótese alguma – cair nas mãos das forças do mal. Embora Frodo seja o personagem principal da história, é Gandalf a figura que mais me encanta em toda a trilogia.

O primeiro motivo está no que ele representa para a Sociedade do Anel. Equilibrado, sábio, Gandalf é, na realidade, a encarnação de um espírito muito antigo, um espírito do bem, que vem à Terra Média para ajudar a Sociedade do Anel a cumprir a sua missão. Eu confesso que sempre me identifiquei muito com essa figura do mago, do mentor, do sábio. Não porque eu o seja, mas sim porque eu sei o quanto é importante a gente ter em nossas vidas uma pessoa que nos ajude a cumprir o nosso papel.

Outro ponto que faz com que eu goste muito de Gandalf é o fato de ele ser mago. Muita gente faz confusão e diz que Gandalf é um bruxo ou um feiticeiro e, no início, até eu fazia confusão com esses termos. Essa falta de informação acabou quando a minha filha Valentina disse para mim: “- Pai, senta aqui que eu vou te explicar as diferenças!” Fã declarada de Harry Potter e de todo tipo de literatura fantástica, a minha filha me ensinou que Gandalf é um mago porque magos são detentores da magia essencial, primitiva e primordial. Sua fonte de poder é o próprio universo. Mas o mais importante é que os magos são, muitas vezes, espíritos do bem que encarnam para cumprir um propósito ligado justamente a fazer o bem.

Já os bruxos são exímios criadores de objetos mágicos e conhecem a fundo a natureza e a invocação de das coisas ocultas. Têm muito conhecimento sobre os cinco elementos: fogo, água, terra, ar e espírito. Ah, e a Valentina fez questão de lembrar que Harry Potter é um bruxo, para facilitar na explicação. E os feiticeiros são experts em profetizar as coisas, ver o futuro, produzir encantamentos e invocações espirituais.

Mas a diferença essencial é que magos sempre são espíritos do bem.

OK, tendo dito isto, vamos falar de Gandalf e das suas proezas em O Senhor dos Anéis. Eu falei há pouco que ele era uma espécie de líder espiritual. Um verdadeiro mentor. Ele exerceu muita influência no grupo que se encarregou de fazer a perigosa jornada para destruir o Um Anel. Gandalf era uma espécie de Lucidez Silenciosa – aliás, tem até uma música chamada Silent Lucidity, de uma banda chama Queensryche, que eu acho que foi feita na medida para explicar o que Gandalf representava para aquele grupo.

Mas Gandalf também era guerreiro. Ele foi para o campo de batalha e participou de inúmeros combates. Apesar de ser um líder espiritual e informal, ele esteve lado a lado com os guerreiros que ajudaram a combater as forças do mal. E foi em uma dessas batalhas que Gandalf teve que morrer para renascer…

Em um determinado momento da trilogia, Gandalf trava uma longa e cansativa batalha contra um Balrog. O Balrog era uma espécie de encarnação do mal que havia no mundo antigo e era necessário que esse monstro fosse eliminado para que toda a Sociedade do Anel conseguisse prosseguir em sua jornada. Gandal enfrenta e derrota esse monstro. Mas ele também morre. Toda a Sociedade do Anel lamenta e fica em profundo pesar pela morte do seu mentor.

Gandalf morreu, mas renasceu. Em um determinado momento da saga, em mais uma batalha em que a causa da Sociedade do Anel parecia estar perdida, surge uma ajuda inesperada, um guerreiro iluminado e forte que faz a balança pender para o lado do bem e ajuda a Sociedade do Anel a vencer a batalha. Essa ajuda iluminada era Gandalf. Mas não era o mesmo. Aquele que outrora era chamado de Gandalf, o cinza, passou a ser chamado de Gandalf, o branco.

Morrer e renascer faz parte da jornada de muitos heróis. Aqui no Coachitório Online já falamos da Jornada do Herói de Joseph Campbell e eu aproveito para lhe convidar a ouvir os episódios #62 e #69 do nosso podcast, que falam sobre o quanto a jornada do herói é popular na vida e na arte. Gandalf sabia que precisaria morrer para renascer, mais forte e iluminado.

Só que morrer e renascer não são os principais diferenciais de Gandalf. O principal ponto forte do nosso personagem de hoje é o fato de ele saber que precisaria cumprir essa jornada de morte e vida para não sucumbir à tentação do Um Anel. Quem conhece a trilogia do Senhor dos Anéis deve lembrar que o famoso anel exerce uma atração irresistível e pode desvirtuar até os mais nobres corações. Gandalf sabia que a sua morte e renascimento seriam necessários para ajudar a equipe em sua jornada e, principalmente, para não sucumbir à tentação e ao poder do Um Anel.

É um ato de humildade e talvez essa seja a principal característica do Mago Branco. Ele sabia do seu poder, mas sabia também do poder que a tentação do mal exercia sobre ele, o que o fez cumprir uma jornada para se tornar mais forte.

Apesar de toda esta força, houve momentos em que Gandalf subestimou a si mesmo. Talvez não tenha acreditado em seu poder e influência. Gandalf sabia que era inferior aos outros seres que habitavam a Terra Média – lugar onde acontece toda a trilogia de O Senhor dos Anéis. Ele sabia que o mal exercia uma autoridade muito forte na Terra Média e que havia poderes no mundo maiores do que o dele. Foi ali que ele demonstrou a sua maior fraqueza. E era por isso que temia tanto sucumbir à tentação do Um Anel, pois Gandalf era um mago que entendia a mente dos povos e poderia usar esse poder a seu favor causando uma espécie de empatia para manipular as pessoas.

Também houve momentos em que Gandalf perdeu a paciência com os conflitos internos e os erros da Sociedade do Anel. O problema é que a admiração por Gandalf era tão grande que o Mago Branco preocupava e até assustava os demais quando cometia alguns deslizes de comportamento. Normal, né? Ninguém é perfeito e paciente o tempo todo!

Fala, galera do Coachitório Online.

Subestimar a si mesmo tem a ver com a humildade, que eu citei há pouco. A linha que separa a humildade do ato de subestimar a si mesmo é muito tênue e é importante que a gente saiba reconhecer a diferença entre ambas. Você já reparou que muitas pessoas falam de autoconhecimento como se fosse somente um exercício para conhecermos os nossos pontos de melhoria? Pois então, o que eu tenho a dizer é que somos mais completos do que isso. Temos pontos fortes que precisam ser igualmente reconhecidos e, mais importante ainda, precisam ser valorizados e utilizados. Gandalf nos ensina essa lição na trilogia de O Senhor dos Anéis

Reconhecer nossos pontos fortes não têm a ver com ficar se gabando ou se achando. Também faz parte da humildade. Bom, por falar em autoconhecimento, eu te convido a dar uma olhada no site da Ponte ao Futuro para visitar a nossa Jornada de Autoconhecimento. Vale a pena, porque faz com que a gente conheça mais sobre nós mesmos.

Quero agradecer a você, que nos acompanha semanalmente aqui no Coachitório Online. Você sabia que o nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança já está na quarta temporada? Já percorremos uma longa jornada e temos muito mais a caminhar a e a aprender. Se você está chegando agora, eu aproveito para te convidar a curtir todos os nossos episódios e temporadas pela sua plataforma favorita.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!