• 3ª Temporada
  • Temas Relevantes para Vidas Importantes

  • A terceira temporada fala de temas relevantes para vidas e carreiras importantes. Falamos sobre felicidade, criatividade, visão, zona de conforto, conhecimento... Enfim, vários temas abordados de uma forma didática porque são assuntos que fazem muito sentido para a nossa vida e carreira. Afinal de contas, na nossa vida profissional é preciso falar sobre temas como trabalho em equipe, perfil comportamental, empatia, entre outros.

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63 – A ignorância é uma benção

Saber ou não saber? Eis a questão! Tomei a liberdade de parafrasear a frase de Hamlet, uma das mais famosas peças de Shakespeare, para provocar uma importante reflexão: com toda a tecnologia e com tanta informação disponível, será que nós estamos mais próximos do conhecimento ou da ignorância? Embora a resposta seja individual e possa mudar com o tempo, penso que é fundamental prestarmos atenção se cada dia da nossa vida traz um aprendizado para nós.

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Transcrição do episódio "63 – A ignorância é uma benção"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

A IGNOR NCIA É UMA BÊNÇÃO?

Saber ou não saber: eis a questão?

Estou fazendo uma adaptação da frase “Ser ou não ser: eis a questão!”. Essa frase é de Hamlet, uma famosa peça de William Shakespeare. É uma das mais famosas citações da literatura mundial e é tida como uma frase que desperta profundas questões filosóficas…. Não sabemos o que Shakespeare queria provocar ao escrever essa frase, mas a verdade é que até hoje ela inspira muitas reflexões.

Uma das reflexões é justamente essa que eu falei há pouco: saber ou não saber, eis a questão.

Há alguns dias eu estava ouvindo o Naruhodo, um podcast que aborda vários temas de uma maneira bem científica e bem didática. Em um determinado episódio, o apresentador comentou algo que eu achei interessante: quem tem muito conhecimento, quem é muito inteligente, quem é sábio, sofre tanto quanto aquele que é extremamente ignorante… Ou seja, quando se trata de conhecimento, os opostos sofrem muito.

Confesso que essa afirmação mexeu comigo. Na hora, eu me lembrei de outra frase: “a ignorância é uma bênção”. Quem falou essa frase foi John Lennon, dos Beatles. Ele afirmava que desconhecer as coisas é melhor, porque assim não sentimos a dor da decepção, da frustração, da expectativa não atendida, da ansiedade e por aí vai…

Antes de dizer se eu concordo ou não com a frase de John Lennon e com o que comentou o apresentador do Naruhodo, é importante fazer um esclarecimento. Quando falamos em ignorância, estamos usando o sentido literal da palavra, que é o de desconhecer, de não saber algo. É claro que todos nós somos ignorantes em vários assuntos.

Tendo explicado esse ponto, eu confesso a vocês que, embora a frase de John Lennon seja verdadeira e faça muito sentido para mim, eu acho que a ignorância está longe de ser uma bênção. Na realidade, penso que a ignorância está mais para uma maldição do que para uma bênção.

Sabe por quê?

Bom, o primeiro motivo está ligado diretamente à minha formação profissional. Na área da Administração o conhecimento dos fatos que acontecem no dia-a-dia das organizações é questão fundamental para o sucesso e o resultado das empresas. Há uma frase que diz que “somente conseguimos gerenciar aquilo que medimos” e essa frase resume a Administração na sua essência. Não há como promovermos melhorias ou implantarmos novas ações se a gente desconhece o resultado do que está sendo feito. Quanto está o faturamento? Como está a margem? Quanto dinheiro tem no caixa? Como está a qualidade do nosso produto?

Se não soubermos as respostas para essas perguntas, fatalmente teremos dificuldade em fazer a gestão da empresa. Volto a dizer: somente conseguimos gerenciar o que medimos. Se não há informação, se não há indicador, vamos conseguir fazer muito pouco em termos de gestão. Será como estar a bordo de um barco à deriva, pois estaremos navegando sem ter controle da embarcação.

A frase de John Lennon também pode ser aplicada para as questões comportamentais, pois somente conseguiremos mudar nossos comportamentos e atitudes quando tivermos consciência deles. Ou seja, se não soubermos como o nosso comportamento afeta as pessoas e o ambiente, dificilmente conseguiremos promover melhorias em nós mesmos. Esse é o poder do autoconhecimento e é por isso que saber mais sobre nós mesmos é tão importante. Aliás, eu sugiro que você ouça novamente o episódio #52 do nosso podcast, que fala sobre o autoconhecimento por meio do perfil comportamental.

No episódio da semana passada também falamos sobre cavernas e sobre a jornada do autoconhecimento e eu aproveito o gancho para te convidar a dar uma olhada no site da Ponte ao Futuro, onde tem uma jornada do autoconhecimento esperando por você.

Muito bem, por falar em frases poderosas e sobre a importância de conhecer a nós mesmos e o ambiente, eu acabei de lembrar de outra frase muito bacana, atribuída ao filósofo e cientista britânico Francis Bacon. Ele dizia: conhecimento é poder.

O meu mestrado em Administração foi sobre gestão do conhecimento nas empresas e posso dizer que, depois de tanta pesquisa, devo concordar com essa frase de Francis Bacon. Conhecimento é poder.

Só que a gente acha que o “poder” que está escrito nessa frase tem a ver somente com o poder de mando, de autoridade. Aquele tipo de poder que muitas pessoas buscam, o tipo de poder que causa disputas, brigas e muitas guerras. Só que não era bem esse tipo de poder para o qual Francis Bacon chamava a atenção em sua frase. Na verdade, ele estava se referindo à palavra “poder” enquanto verbo. Eu posso, tu podes, ele pode… O poder da possibilidade. O poder do livre arbítrio.

Esse poder é indomável, pois quanto mais conhecimento tivermos, mais discernimento e consciência iremos ter. Vamos ter mais bom senso e condições de tomar melhores decisões. Teremos condições de analisar com mais cuidado tudo o que nos falam e nos prometem. É muito difícil iludir ou enganar pessoas que têm conhecimento e é por isso que Francis Bacon dizia que conhecimento é poder, pois ele nos afasta das trevas da ignorância e nos dá condições de usarmos o nosso livre-arbítrio.

Aliás, tem uma coisa bem interessante: repare que quando usamos palavras como “empoderamento”, a palavra “poder” está ali no meio. No Coaching nós falamos das perguntas e das ações poderosas. Novamente, a palavra “poder” está ali. Muitas vezes, ao elogiarmos alguém, a gente diz que aquela pessoa é poderosa. Poderosa porque usou o seu poder, o seu livre-arbítrio. Teve iniciativa, aprendeu, tomou boas decisões. Teve coragem para crescer. Por isso que conhecimento é poder.

Mas não acaba por aí… Eu quero voltar para aquela afirmação que o apresentador do Naruhodo fez sobre os extremos do conhecimento. Só para lembrar, ele disse que o sábio e o ignorante sofrem muito. Fiquei encucado com isso e comecei a tentar descobrir porque os extremos da ignorância e do conhecimento podem causar sofrimento nas pessoas.

Então vamos pensar no seguinte: John Lennon afirmava que a ignorância é uma bênção porque não saber das coisas faz com que a gente não reconheça a necessidade de mudar. A ignorância vai privar você da ansiedade pela mudança e pela melhoria, mas também vai te aprisionar e te levar a acreditar no conto da carochinha. Quando ignoramos algo, somos mais facilmente manipuláveis. Não saber de algo gera uma sensação de impotência porque não sabemos e, pelo fato de não sabermos, nada conseguiremos fazer para mudar.

Por outro lado, o sábio, aquele que conhece muita coisa de vários assuntos, também pode sofrer porque o fato de ele ter consciência das coisas que acontecem pode colocá-lo numa condição extrema de insatisfação e angústia, pois ele vê o que precisa mudar, mas não consegue promover a melhoria. Surge uma sensação de ansiedade e impotência que pode leva-lo a um sofrimento desnecessário.

Tá, então quer dizer que o melhor é ficar no “meio-termo”? Ser ignorante não é bom, mas ser sábio também não. É isso mesmo?

Só que não… não é tão simples…

O bom é estar no meio da escala, mas como podemos saber em que ponto da escala estamos? Estamos mais próximos do nível de ignorância ou do conhecimento? Sabendo que estamos numa fase da história em que a humanidade consegue produzir mais informação e conhecimento do que consegue processar, será que não estamos correndo o risco de nos aproximarmos cada vez mais da condição de ignorância do que de sabedoria?

Claro que a resposta é individual, subjetiva e depende muito do contexto em que cada um se encontra. Mas não há como negar que as novidades que surgem diariamente no mundo dos negócios, carreira e tecnologia fazem com que a gente se pergunte se estamos andando para frente ou para trás.

Acho que o simples fato de sabermos a resposta para essas perguntas, ou o fato de nos colocarmos a pensar sobre o assunto já nos afasta significativamente da ignorância. Esse é o meu convite para você: reflita sobre isso. Tente descobrir em que ponto da escala você está. Olhe para si mesmo e procure sempre se afastar das trevas da ignorância, porque é só assim que a gente consegue evoluir e ajudar as outras pessoas a evoluírem também.

Fala, galera do Coachitório Online.

Eu acho que a ignorância não é uma bênção. É uma maldição, é uma cadeia, uma prisão sem portas ou ferrolhos. É uma prisão de segurança máxima, porque mantém a gente em um estado de letargia muito grande. É perigoso ser ignorante. É perigoso para si mesmo e para a Sociedade.

Digo isso porque o conhecimento permite que a gente use melhor o nosso livre-arbítrio, para evitarmos problemas futuros, por mais dolorosa que a experiência tenha sido. Conhecimento é poder, aquele tipo de poder que vai te dar condições de pensar, tomar as melhores decisões e realizar.

Muito obrigado a você que nos acompanha semanalmente aqui no Coachitório Online. Quero dar as boas-vindas para quem está chegando agora. O nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança está na terceira temporada e eu aproveito para te convidar a curtir todos os nossos episódios e temporadas pela sua plataforma favorita.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!