Transcrição do episódio "193 – Cisne Negro e os Obstáculos"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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Vamos falar de:
OBSTÁCULOS
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A única pessoa no seu caminho é você mesma.
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No episódio anterior do Coachitório Online nós falamos sobre visão e do quanto as nossas crenças limitantes constroem paredes ao nosso redor, que nos protegem e nos dão privacidade, mas que também limitam o nosso campo de visão e impedem que a gente veja as coisas de uma forma mais ampla e diferente. É como se vivêssemos em um sistema fechado, que não se abre para interagir com o ambiente para podermos ver o que há de novo. Só que faz tempo que o mundo vem mudando. Para acompanhar essas mudanças, ao invés de uma forma fechada de ver, viver e pensar, é necessário que a gente viva como se fôssemos um sistema aberto, que vê as mudanças, que vê as coisas de forma diferente e assim se adapta, aprende e cresce.
Pois bem! Esse tema deu pano para a manga e eu pensei em falar um pouco mais a respeito, sobretudo das crenças limitantes. Para isso, eu me inspirei na frase que dá título a este episódio. A exemplo do que fizemos nos episódios #183 e #187, nos quais nos inspiramos em frases dos filmes “O curioso caso de Benjamin Button” e “Harry Potter”, respectivamente, a frase que dá título a este episódio também saiu de um filme: o Cisne Negro.
O enredo do filme gira em torno de uma produção da famosa peça de balé dramático O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. No filme, uma companhia de prestígio da cidade de Nova Iorque procura uma bailarina para interpretar tanto o inocente e frágil Cisne Branco, que no filme é interpretado pela atriz Natalie Portman, bem como o malicioso e sensual Cisne Negro, que são qualidades que se encaixam perfeitamente na recém chegada bailarina interpretada pela atriz Mila Kunis. O filme foi um grande sucesso de crítica e bilheteria, tendo sido indicado a cinco Oscars e que rendeu para Natalie Portman o Oscar de melhor atriz de 2011.
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A frase que dá título a este episódio nos ensina que a única pessoa no seu caminho é você mesma, em uma clara referência às crenças limitantes e da quantidade de desculpas do tipo “veja bem” e “senãos” que colocamos diante de nosso próprio caminho em uma tentativa de dar para nós mesmos motivos suficientes para deixarmos as coisas do jeito como estão e ficarmos no lugar em que estamos. Em uma primeira análise, seria tentador dizer que qualquer semelhança com a zona de conforto não é mera coincidência. Essa semelhança é verdadeira, mas só em partes, pois a teoria da zona de conforto diz que a zona de conforto é necessária, mas temporária. É aquele tempo que precisamos para colhermos os frutos daquilo que semeamos e para nos prepararmos para os próximos desafios. A zona de conforto é algo positivo, desde que reconheçamos que ela tem um prazo de validade.
No entanto, há os que vivem em eterna zona de conforto, resignados a sua carreira ou estilo de vida. Mas isso não é um problema. Estar resignado ou satisfeito com o seu estado atual não é ruim, desde que a gente não fique o tempo todo reclamando da vida como ela é. Aí sim, temos um problema. A zona de conforto ou a resignação com as coisas como estão passam a ser um problema quando tudo o que fizemos para sair do estado atual é reclamar e reclamar. E você já deve ter percebido ou sentido na pele que reclamar não muda o estado das coisas. Apenas reforça, fortalece e fixa ainda mais as coisas do jeito que estão.
A resignação, acompanhada da reclamação, é um dos principais obstáculos que colocamos em nosso caminho. Veja bem: nós próprios colocamos essas pedras em nosso caminho. Ao nos conformarmos com o que somos ou com o que temos estamos fechando as portas para possibilidades de coisas melhores que estão por vir. Fechamos as portas para as oportunidades e as pessoas que estão dispostas a nos ajudar e tudo isso porque preferimos colocar a culpa em algum fator externo para as coisas que nos acontecem.
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Os maiores obstáculos para alcançarmos o sucesso que almejamos são as limitações programadas em nosso subconsciente. Essas programações, ou seja, os comportamentos e crenças que temos podem derivar do que aprendemos de nossos pais, colegas e professores. São aquelas mensagens que nos alertam que “isso não vai dar certo” ou que “isso não é para você” ou “não merecemos”, enfim, uma série de mensagens que recebemos ao longo da vida e que vão se instalando no nosso subconsciente até criarem uma raiz tão forte e profunda que torna muito difícil arrancar tudo isso lá de dentro.
Como eu citei há pouco, essas programações são criadas em nossa mente são feitas por nós mesmos graças às mensagens que recebemos de pessoas que respeitamos, como nossos pais, professores, irmãos mais velhos, entre outros. Por serem pessoas que admiramos, temos a tendência de dar crédito ao que ouvimos, até porque na maioria das vezes a intenção destas mensagens não é nos fazer mal. Por incrível que pareça, às vezes a intenção é justamente nos proteger de decepções ou de algumas mancadas. No entanto, no longo prazo, essa suposta proteção acaba se tornando um obstáculo que criamos para nós mesmos se desejarmos sair do casulo para realizar as coisas que desejamos.
Eu passei por isso quando era mais jovem. Fui criado de uma forma muito amorosa e superprotetora, a ponto de ouvir continuamente que aqueles sonhos e objetivos dignos da juventude não eram para mim. Algo do tipo “tire o cavalinho da chuva” porque isso não vai dar certo ou não é para nós. Por muito tempo acabei acreditando na “verdade” destas palavras e deixei de lado muitas coisas que eu gostaria de ter feito. Levou um tempo até eu perceber que o mundo é grande, que tudo é possível para quem sonha, estuda e trabalha e que todo mundo tem o direito de pensar grande e desejar coisas melhores para a sua vida. Romper essa redoma significa remover os obstáculos que foram semeados em nossa vida e que nós tratamos de regar ao longo do tempo.
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Mas quando eu falo sobre isso nos meus trabalhos de mentoria, treinamento ou consultoria é comum ouvir a pergunta: “- Como eu posso remover esses obstáculos?” Pergunta simples e direta, que faz sentido, pois se fomos nós os responsáveis por colocar esses obstáculos, somos nós que devemos removê-los. A resposta para esta pergunta passa pelo autoconhecimento. A primeira ação é ter consciência de que algo te limita em termos de crença ou pensamento. Depois disso, devemos identificar que crenças e pensamentos são esses e como eles limitam a sua visão e as suas ações. Quando isso ficar mais claro, também deve ficar mais clara a origem dessas crenças. Ou seja, quando elas surgiram e quem as plantou.
Só que aí talvez venha a parte mais delicada, pois eventualmente são pessoas do nosso círculo mais próximo que colocaram os primeiros obstáculos em nossas vidas. E aí não há como simplesmente cortar o relacionamento, romper o vínculo. Confesso que essa foi a parte mais difícil para mim, mas também confesso que descobri que é possível manter a convivência e o mesmo amor e carinho de sempre quando entendermos que é possível colocar uma espécie de filtro em todas essas relações. Em outras palavras, é possível nos relacionarmos com qualquer pessoa desde que saibamos que não devemos e nem precisamos ficar com tudo que vem dela. Se as mensagens são pessimistas, vitimistas ou nos induzem a acreditar que a vida é difícil e que as coisas só dão certo para os outros, te convido a filtrar e dizer para si mesmo: “- Isso não é para mim, não é nisso que acredito e não é assim que eu vejo as coisas!”
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Geralmente é nesse ponto que surgem aqueles pensamentos que nos levam a crer que tudo isso que eu falei não passa de um jogo de palavras, que é bonito no discurso e que não dá para realizar na prática. Eu entendo isso perfeitamente, até porque eu já pensei assim também. Só que o próprio fato de desacreditar na força dessas palavras já é, por si só, uma crença limitante, um obstáculo que você coloca no seu próprio caminho. É nessa hora que eu lembro de grandes figuras da humanidade que há tempos nos ensinaram sobre a força dessas palavras. Napoleon Hill nos dizia que a riqueza começa sob a forma de pensamento. Henry Ford nos ensinou que se você pensa que pode ou se pensa que não pode, estará certo do mesmo jeito. O fato é que grandes descobertas implicam em pensar fora dos moldes tradicionais, eliminar preconceitos e desafiar conhecimentos anteriores.
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Fala, galera do Coachitório Online.
Cisne negro não é só o título de um filme muito bom e de muito sucesso. Também é o nome de uma teoria ou de uma abordagem utilizada na ciência. Diz a história que Karl Popper, que foi um filósofo e cientista austríaco, fixou residência na Inglaterra por conta da Segunda Guerra Mundial. Na Inglaterra foi professor da London School of Economics e da Universidade de Londres. Interessado no método pelo qual a ciência decifra o mundo, criou o conceito de falseabilidade. Para ele, o que torna uma teoria realmente científica é a possibilidade de provar que ela é falsa pela experiência
Para comprovar sua teoria ele deu o seguinte exemplo: por anos, os cientistas acreditavam que só existiam cisnes brancos, pois nunca haviam visto um cisne negro. Só que a aparição de um cisne negro desmontou a tese de que havia somente cisnes brancos. Para o filósofo e cientista austríaco, a única maneira de provar que todos os cisnes são brancos é vendo todos os cisnes que existem no mundo, o que, convenhamos, é impossível. Dessa forma, Karl Popper cunhou o termo falseabilidade para se referir ao fato de que algo é cientificamente verdadeiro até que seja provado o contrário. Tudo por conta de um cisne negro.
Mas eu quero ouvir você. Ficarei feliz em receber o seu comentário. E aproveito para lembrar que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que frase ou personalidade você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!