• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

  • Ouça todos os episódios desta temporada!

134 – A Vaca no Penhasco

A história da vaca no penhasco é a metáfora perfeita para todas as coisas nas quais nos apegamos, por serem essenciais à nossa sobrevivência. Só que, às vezes, a vida acaba empurrando a nossa vaca do penhasco; o que faz com que tenhamos que encontrar outras formas, não só de sobreviver, mas também de crescer e melhorar de vida. E é só nesse momento que percebemos o quanto estávamos presos a crenças ou situações que acreditávamos que nos faziam bem, mas que na realidade nos impediam de evoluir!

Se você preferir, pode assinar este podcast e ouvir em sua plataforma preferida:

Outros episódios que você pode gostar

Transcrição do episódio "134 – A Vaca no Penhasco"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

A VACA NO PENHASCO

Tem uma história que conta que mestre e discípulo andavam pela estrada. O caminho era inóspito e agressivo. O ambiente não era favorável à vida. Muitas pedras e montanhas e pouca vegetação. Mas ao longe avistaram uma casinha de aspecto pobre e humilde, e decidiram ir para lá. Chegando na casinha, foram recebidos de maneira muito gentil pelo dono da casa e sua numerosa família. Foram abrigados e, apesar da escassez, a família compartilhou com os visitantes a pouca comida que tinha e cederam seu espaço para dormir.

Solidário com a situação, o mestre perguntou ao dono da casa sobre a situação em que a família se encontrava. Atentamente, o dono da casa disse que a alimentação provinha de uma singela fonte: uma única vaca da qual tiravam o leite e produziam seus derivados. Assim a família se alimentava e o que sobrava era usado para trocar por outros mantimentos no povoado mais próximo.

O mestre e o discípulo ficaram ali alguns dias e depois partiram. Algumas horas depois da partida, o mestre disse ao discípulo: “- Volte lá e empurre a vaca no penhasco. Cuide para que ninguém veja você!” Surpreso, o discípulo argumentou: “- Mestre, você não pode me pedir isto! Não percebes a pobreza daquela família, que tem na pobre vaquinha o seu único sustento? E, mesmo assim, me pedes para jogá-la no penhasco?” O mestre respondeu: “- Sim! Estou seguro do que estou lhe pedindo. Jogue a vaca no penhasco!” Sem entender coisa alguma, o discípulo decidiu atender a ordem do mestre. Sentiu uma culpa enorme, mas fez conforme seu mestre lhe orientou.

Alguns anos depois, mestre e discípulo passavam novamente pelas proximidades. O discípulo lembrava daquele dia em que tinha empurrado a vaca daquela pobre família do penhasco e sentia ainda enorme remorso por ter feito aquilo. Estava decidido a ir até aquela casa e pedir perdão à família. Torcia para que todos estivessem bem e para que fosse perdoado por aquele ato.

Sem dizer nada ao mestre, o discípulo dirigiu-se até lá. Mas, quando chegou, teve enorme surpresa. Ao invés de encontrar aquela pobre casinha, viu uma nova e confortável construção. As pessoas que encontrou nem pareciam as mesmas. Estavam limpas, bem vestidas, bem alimentadas. O progresso daquela família era evidente. Então se dirigiu até uma das pessoas e perguntou: “- Uns dois anos atrás eu estive aqui neste mesmo lugar e então havia uma pequena e pobre casinha, na qual vivia uma pobre família. Por acaso sabe me dizer para onde foram aquelas pessoas?” O homem responde: “- Somos nós!”

Inconformado com a resposta, o discípulo insistiu em querer saber sobre as pessoas pobres que ali viviam, mas recebeu do homem a mesma resposta afirmativa. Ao olhar atentamente para o homem com quem conversava, sou que era verdade. Reconheceu naquela pessoa o mesmo homem que havia abrigado a ele e o seu mestre tempos atrás. Ainda mais curioso e apontando progresso a sua volta, o discípulo perguntou: “- Mas, o que aconteceu?” O homem lhe respondeu: “- Bem, acontece que em determinada noite um terrível acidente aconteceu. Nossa vaca, nossa única e querida vaquinha, caiu do penhasco e ficamos sem nossa fonte de sustento. Não tivemos alternativa a não ser buscar trabalho. Descobrimos que tínhamos muitas competências e assim conseguimos realizar muitas coisas. Tudo o que você está vendo a sua volta é fruto desse trabalho.”

Nesse momento, o discípulo entendeu a grande lição que o mestre havia lhe dado anos antes, ao ordenar que aquela vaca fosse jogada do penhasco. Soube, naquele momento, que o mestre enxergou muito além do que estava a sua frente e, por isso, teve segurança ao mandar jogar a vaca do penhasco. O discípulo teve a certeza de que grandes lições e aprendizados às vezes demoram a acontecer e que alguns infortúnios podem, na verdade, trazer grandes oportunidades.

Esse é mais um daqueles casos em que a lenda deveria bastar para nos dar uma lição. A fábula da vaca no penhasco é clara e clássica, mas nunca é demais reforçar os ensinamentos que esta estória representa, até porque a nossa vaca é jogada do penhasco algumas vezes nas nossas vidas. Ao longo da minha vida eu tive algumas vaquinhas, que foram criadas e alimentadas por mim com bastante cuidado e carinho, até que em um belo dia alguém jogou a vaca do penhasco e fez com que eu tivesse a mesma atitude que teve a desafortunada família protagonista da fábula: se reinventar, ir à luta, fazer diferente. Enfim, sair da zona de conforto.

Ao mandar o discípulo empurrar a vaca do penhasco, o mestre estava determinado a tirar aquela família da zona de conforto. Por mais irônico ou estranho que possa parecer, a situação miserável em que se encontrava aquela família nada mais era do que a zona de conforto em que viviam. A situação era ruim e difícil, mas era estável e previsível. E a zona de conforto é aquele lugar em que muitos preferem ficar justamente porque é estável e previsível. São os empregos que não fazem sentido, os relacionamentos tóxicos, a profissão que não traz realização e até a dependência financeira ou emocional por alguém.

Não quero dizer que estas pessoas gostam de estar nesta situação. Acredito, na realidade, que muitos pedem ao Universo um sinal, uma ajuda para saírem daquela situação. Pedem uma orientação, uma luz que as guie para fora zona de conforto em que habitam. E eis que a ajuda aparece sob a forma de um mestre e um discípulo que, sorrateiramente, jogam a vaca do penhasco. A ajuda veio, o sinal surgiu. Mas será que todos aqueles que pedem por ajuda conseguem perceber quando ela finalmente surge? Essa é uma boa pergunta, você não acha? Me faz lembrar, inclusive, de uma frase que eu gosto muito e que, por algum motivo, faz muito sentido e vêm à tona sempre que eu ouço a fábula da vaca no penhasco. A frase diz que Deus trabalha de formas misteriosas.

Eu acredito em Deus e tenho certeza que ele existe porque diariamente Ele manifesta a Sua bondade por meio de coisas simples que ocorrem no nosso cotidiano, mas que não conseguimos enxergar porque sempre que recorremos a Ele estamos pedindo por algo grandioso, pelo milagre que somente o Divino pode nos trazer. Acontece que a ajuda sempre aparece, os sinais estão ao nosso redor, mas nem sempre a solução para os nossos problemas vem embalada em papel de presente. Às vezes, ou melhor, quase sempre, a ajuda Divina vem embalada na forma de trabalho, suor e até uma certa desordem momentânea em nossas vidas. O problema é que muitos dos que estão insatisfeitos na sua zona de conforto esperam ser resgatados por alguém daquela situação. São verdadeiros agentes passivos, vivendo em um verdadeiro Complexo de Messias, acreditando que somente “alguém lá em cima” pode lhes salvar.

Eu também acredito que nem toda desordem que se instala em nossas vidas é negativa. Alguns reveses são necessários e acabam fazendo muito sentido para nós, porque trazem aprendizado e crescimento. Algumas situações, que em um primeiro momento parecem derrotas, podem vir a se tornar vitórias ou situações muito benéficas. Só que nós somente conseguiremos perceber a ordem surgindo a partir do caos quando adicionarmos outro elemento importante nesta equação: o tempo. Nós julgamos as coisas que nos acontecem somente a partir dos efeitos que observamos no momento presente, e isso faz todo sentido porque a dor que mais dói é a que estamos sentindo agora. Aliás, convido você a ouvir novamente o episódio #106, no qual nós falamos precisamente sobre o quanto a dor que sentimos no momento atual é urgente e faz com que tudo pareça perdido e sem propósito. 

Empurrar a vaquinha do penhasco só fez sentido para o discípulo depois de algum tempo. Foi somente depois de alguns anos que ele conseguiu ver os efeitos positivos da ação que o mestre tinha ordenado fazer.

Só que não é apenas o tempo que faz com que a gente aprenda as lições ou que faz com que todo discípulo se torne mestre. O tempo é fator crucial, mas paralelo ao tempo dedicado para o aprendizado também é preciso ter humildade para aprender e olhos para perceber as oportunidades de aprendizado que temos a nossa volta. O tempo, por si só, nada faz. Se não aproveitarmos os benefícios que o tempo nos traz, tudo o que iremos perceber é o nosso envelhecimento.

É preciso a ação do tempo para que o aprendizado, conhecimento e experiência aconteçam e se solidifiquem. Mas também é preciso a nossa ação e talvez a diferença entre um mestre e um discípulo esteja justamente na forma como o mestre utilizou o tempo. A sabedoria do mestre não está no seu conhecimento ou experiência, mas sim na forma como ele usou o tempo ao seu favor e em prol dos outros.

Fala galera do Coachitório Online!

Por falar em frases que vêm à minha mente sempre que eu ouço a história da vaca no penhasco, aqui vai mais uma: Deus escreve certo por linhas tortas. Na minha interpretação, essa frase nos ensina que o caminho fácil nem sempre é o caminho plano, fácil de ser percorrido. Eventualmente será necessário andar por caminhos tortuosos para evoluirmos e conquistarmos o que desejamos. Bem como aconteceu com aquela pobre família da fábula da vaquinha.

Vou aproveitar essa história para te perguntar: a sua vaca já foi jogada do penhasco? Compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

Tenho outro pedido: sabe aquele episódio que te marcou, aquele que você mais gostou? Pois é, compartilhe este episódio com os seus amigos nas suas redes sociais. E lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online. 

Obrigado a você que sempre acompanha os episódios semanais do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Eu te convido conhecer todas as temporadas do nosso podcast e também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Você encontra mais informações sobre a Jornada no link que está aqui nesse post. Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo! 

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!