Para muitos, a paternidade é planejada, mas para outros não. Para muitos, a paternidade é ansiosamente aguardada. Para outros, nem tanto. Algumas pessoas encontram na paternidade um sentido para a vida e outros afirmam o quanto se tornam melhores com a paternidade. Também há a paternidade ausente e os casos em que a figura paterna é exercida por outra pessoa.
O fato é que ser pai é um exercício gratificante! Traz ansiedades e preocupações que a pessoa nunca experimentou antes, mas também traz alegrias e sensações igualmente nunca antes experimentadas.
É justamente a sua experiência na figura de pai que inspirou Marcos Piangers a escrever e publicar uma obra que rapidamente se tornou um best-seller no mercado editorial brasileiro. E é muito fácil entender o motivo, pois parece que o que Piangers relata em seu livro é exatamente igual as nossas histórias.
Parece que ele está falando de nós. Na realidade, ele está, pois quando conta as suas histórias, seus medos, descobertas e alegrias, Piangers nos mostra que todas essas sensações são perfeitamente normais e acontecem para todos os pais.
O livro é uma coletânea de histórias. Ou melhor, uma coletânea de contos que traz uma história em cada página, uma descoberta vivida por ele no exercício da paternidade. E todas essas histórias fazem muito sentido para quem as lê.
Mas o que mais me impressiona neste livro é a coragem do autor de se desnudar e se expor para o mundo quando confessa que o exercício da paternidade também é um grande desafio para ele. Erros e acertos, alegrias e arrependimentos fazem parte deste relato.
Acho muito adequado recomendar esse livro no mês dos Pais. Na correria em que vivemos, no mundo tecnológico em que estamos inseridos e na falta de tempo para fazermos tudo o que desejamos, muitas vezes nos sentimos culpados por não dedicarmos à nossa família todo o tempo que gostaríamos.
Muitos pais têm a sensação de não verem o crescimento dos seus filhos; muitos pais se culpam por não estarem presentes em momentos importantes do crescimento de seus filhos. Penso que o livro tira um pouco desta culpa quando fica claro para nós que o que mais importa é a qualidade do tempo que dedicamos à família, em vez da quantidade.
Por fim, cabe dizer que vivemos num mundo em que temos que fazer várias escolhas. E é justamente uma escolha – talvez a mais importante da vida de Piangers – que é relatada no começo do livro e que, felizmente, permite que ele esteja aqui contando para nós as suas histórias e nos inspirando no papel da paternidade. Quem já leu o livro, sabe do que estou falando. Quem não leu, vale a pena conferir.
FICHA CATALOGRÁFICA:
PIANGERS, Marcos. O Papai é pop. Caxias do Sul: Belas Letras, 2016.