Reuniões longas, constantes e sem sentido. Caixa de e-mails lotada com mensagens redundantes e desnecessárias. Planilhas eletrônicas sendo criadas e atualizadas para que ninguém as veja. Pilhas de relatórios que são geradas diariamente, mas que sequer são analisados.
São trabalhos sem sentido. São atividades que muito pouco ou nada contribuem para a empresa e, principalmente, para o crescimento dos profissionais envolvidos.
- Quem nunca se deparou com situações assim?
- Ou melhor, quem consegue escapar dessas armadilhas do mundo corporativo?
Recentemente, participei de uma reunião numa empresa e, nesta reunião, além da diretoria, estavam presentes todos os gestores da organização. Lembro muito bem do comentário de um dos diretores, ao falar sobre produtividade e o quanto a gente se engana com relação ao conceito de produtividade.
Ele comentou que havia participado de um evento, no qual o palestrante estimulou os participantes a preencherem uma ferramenta, que mostra a taxa de entrega de diária. Ou seja, o quão produtivo é o trabalho tendo em vista os resultados desejados, as metas a serem alcançadas e a importância do que é feito. E para a surpresa dele, a ferramenta mostrou que;
Sua taxa de produtividade era de somente 40%.
O diretor comentou que questionou muito o resultado. Afirmou que trabalha com muita vontade e dedicação – o que é verdade – e não entendia como a sua taxa de entrega poderia ser tão baixa.
Mas, o palestrante pediu para que as pessoas analisassem cuidadosamente as respostas; a fim de verificar se todas as suas atividades contribuem verdadeiramente para o resultado da empresa. O diretor comentou também que o palestrante lembrou de algo óbvio:
Entregar horas não é o mesmo que trabalhar e, não necessariamente, o nosso trabalho contribui para a entrega de resultado.
O problema é que as empresas contratam o trabalhador e o pagam por hora e não por resultados. Então, isso faz com que as pessoas precisem preencher horas e o líder tenha como função vigiar se as horas são cumpridas. É claro que parte deste problema é originado na forma como os contratos de trabalhos são elaborados, para cumprir com a legislação trabalhista vigente.
Porém, o mais curioso é que:
Quanto mais esse exercício de vigilância e controle ocorre, mais flagrante é o mal aproveitamento das horas de trabalho.
Passada a incredulidade com relação ao resultado, o diretor da empresa comentou na reunião que se assustou com a possibilidade de que todos os líderes da empresa estavam mais focados em garantir o cumprimento das horas, do que com o quanto o trabalho realizado contribuía para o resultado.
E falou sobre a possibilidade de que os colaboradores também estavam mais preocupados em se ocupar, do que entregar tarefas que façam sentido e contribuam com o resultado. A lição de casa para os presentes foi refletir, analisar e, se necessário, mudar o rumo da situação.