O rei está morto! Vida longa ao rei!

Esta frase, que remonta à Inglaterra do século XIII, diz respeito a um decreto que determinava que a soberania do monarca era transmitida ao seu descendente assim que a morte do rei anterior ocorria. Na época, o Conselho Real Britânico publicou esse decreto (que é utilizado até hoje) para garantir que o trono não fique vazio, e que o reino jamais fique sem monarca.

Eu uso esse exemplo histórico como analogia para fazer referência ao papel do paradigma nas organizações. 

A expressão “quebra de paradigmas” refere-se a uma mudança significativa nas maneiras tradicionais de pensar ou abordar determinados conceitos, processos ou situações. Esse termo é comumente usado para descrever momentos em que as pessoas, organizações ou sociedades abandonam antigas maneiras de fazer as coisas em favor de abordagens inovadoras e revolucionárias.

Como exemplo, podemos citar:

  • O caso das máquinas de escrever e das cartas, pois a adoção de computadores mudou o paradigma (a forma) como as pessoas lidavam com a comunicação escrita.
  • A introdução de smartphones é outro exemplo, pois mudou a maneira como as pessoas se comunicam, acessam informações e realizam transações.

Mudanças semelhantes ocorrem em outras áreas, como a educação

A pandemia fez com que tivéssemos que acelerar a adoção de metodologias de ensino, pautadas na tecnologia para que as aulas continuassem a acontecer. Algumas alternativas foram utilizadas para dar continuidade ao processo de ensino, como:

  • Aulas online;
  • Lives;
  • Podcasts;
  • Canais no YouTube
  • Entre outros…

A boa notícia é que, apesar das aulas voltarem ao modelo presencial, as tecnologias online continuam a ser utilizadas pelos professores, a fim de reforçar ou compartilhar o conteúdo a ser ensinado. Esses exemplos sugerem que a expressão mais adequada a ser utilizada é:

“Mudança de paradigma” ao invés de “quebra de paradigma”.

Apesar da existência de um paradigma, seja quase sempre indesejável e embora muita gente olhe de cara feia quando ouve falar de “paradigma”, a verdade é que sempre existirá um paradigma. Em outras palavras:

O trono nunca ficará vazio

Sempre que desejarmos “quebrar um paradigma”, pode estar certo de que há um novo paradigma espiando escondido, prontinho para tomar o lugar daquele paradigma que foi derrubado.

Só que isso não significa que a existência de um paradigma seja algo negativo, ou que o paradigma é algo que tenhamos sempre que “quebrar” ou “substituir”. Penso que a nossa vida diária não deva ser pautada por esforços para mudarmos os paradigmas vigentes; mas sim em entender o motivo de as coisas serem como são na nossa família, na empresa em que trabalhamos ou na sociedade em que vivemos.

Reconhecer isso é o primeiro passo para podermos discutir de forma adequada se o paradigma vigente faz sentido ou não, e qual seria o novo jeito de ser, o novo modo de trabalhar, enfim, o novo paradigma.

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