Somos seres humanos e não engrenagens de uma máquina que trabalha de forma mecanizada, autômata, sem ter consciência do que está fazendo.
Embora essa frase pareça um tanto óbvia, arrisco a dizer que é desta forma que muita gente se sente para com o seu trabalho ou a empresa em que trabalha. Rapidamente, seria fácil dizer que a culpa disso é das empresas e da correria maluca que faz parte da nossa vida atual.
Até concordo que, certas empresas e o mundo atual não colaboram muito para que a gente saia desse piloto automático… Mas, vamos falar a verdade:
Somos os maiores responsáveis por isso!
Eu tenho a oportunidade de conversar com muitas pessoas, de diversas profissões, em diversas empresas diferentes. Tem gente que comenta que: em um belo dia, se dá conta de que seu trabalho parece não fazer sentido e de que não sabe direito porque continua fazendo o que está fazendo. Confessam que estão vivendo no piloto automático, dia após dia, semana após semana, ano após ano.
Essa descoberta é fantástica!
Pois, o primeiro passo para a mudança é descobrir que não está contente com a situação atual. E o segundo, é decidir iniciar um processo de mudança. Pode ser uma mudança somente na forma de encarar a rotina, na forma de se relacionar com as pessoas ou na forma como lida consigo mesmo.
É aí que começam as dificuldades. Ou melhor, é aí que começam as resistências.
A pessoa se descobre insatisfeita com determinada situação e manifesta vontade de mudar. Mas mudar dá trabalho! Estamos falando de sair de uma zona de conforto que é quentinha e agradável para uma situação diferente, certamente melhor, mas que requer esforço e paciência para conquistar.
Estar no piloto automático não é ruim. O lado negativo de estar no piloto automático é saber que está assim, não gostar da situação, mas não ter força interna para mudar o estado atual. Nesta situação, podem surgir sensações de fracasso ou ansiedade, justamente porque acabamos descobrindo algo que faz parte da nossa vida e que não gostamos, mas não conseguimos ou temos forças para mudar.
Faria sentido dizer, então, que o melhor é ignorar tudo isso. O melhor seria abraçar aquela frase que diz que a ignorância é uma benção e viver em uma espécie de Matrix. É escolher a pílula azul ao invés da vermelha e continuar a viver no piloto automático; afinal, se deu certo desse jeito até aqui não deve ser tão ruim assim. Segue o baile!
O problema é que se torna inquietante o fato de saber que há uma alternativa para sair do piloto automático e ser mais consciente sobre seus pensamentos, palavras e ações. Só o fato de saber que você pode escolher entre a pílula azul ou vermelha, já faz com que várias reflexões e questionamentos surjam em sua cabeça.
Se você decidir continuar do jeito que está, tudo certo! Se decidir mudar a partir das descobertas que fez sobre si próprio, sua carreira e sua vida, tudo certo também. Temos o livre-arbítrio para estas decisões e eu sempre defendo que devemos ter a liberdade de fazer escolhas conscientes. E principalmente, o que mais importa é que continuemos sendo pessoas do bem, fazendo o bem para as empresas e as pessoas ao nosso redor. Ah, e se você não assistiu ao filme Matrix, fica o convite para assistir a esta obra-prima do cinema.