Tenho a sensação de que usamos muito mal todas as tecnologias e inovações que chegam diariamente em nossas mãos. Não faço esse comentário somente por mim, mas também por ter constatado esse sentimento em algumas pessoas com quem tenho conversado.
É como se, diariamente, nosso quarto fosse inundado com novos brinquedos e nós, enquanto crianças, não damos conta de descobrir e brincar com tudo que está à disposição.
O conhecimento gerado nas últimas décadas, supera todo o conhecimento gerado pela humanidade em toda sua história precedente. Tanta tecnologia à disposição e tanto acesso a tudo quanto é tipo de informação acabam provocando um sentido de urgência, que nos faz pensar:
- “- O que posso fazer com tudo isso?”
É como se cada nova informação funcionasse como um gatilho, que dispara um processo criativo ininterrupto, que tem como objetivo criar um novo produto, serviço ou uma teoria que nos leve a uma nova fronteira tecnológica.
Por sua vez, todas essas inovações acabam funcionando como um novo estímulo para a criatividade e inovação.
Assim, esse ciclo adquire uma vida própria, que leva as pessoas a entrarem numa espiral crescente de novas informações, tecnologias, teorias e conceitos. E todas essas novidades são apresentadas para que a gente acompanhe e esteja a par de tudo.
Desta forma, ficar à margem das novidades e não inovar continuamente pode comprometer nossa carreira e nossos negócios.
Voltando ao parágrafo inicial desse texto, tenho a sensação de que precisamos utilizar melhor o que já existe. Precisamos entender melhor para que servem todos aqueles softwares e aplicativos que baixamos diariamente, com tantas funcionalidades, que mal usamos.
É preciso saber usar melhor todos os aparelhos que compramos, dos quais exploramos menos da metade dos seus recursos… Até que sai uma nova versão, um novo modelo, uma nova atualização, que traz uma nova urgência de estarmos atualizados.
Só que não conseguimos…
O problema é que para muitas pessoas, essa sensação de estar desatualizado traz uma grande ansiedade, que pode resultar em doença. Não sei se já existe o termo “doença digital” e não sei dizer se esse seria o termo adequado. Mas, penso que é o termo que qualifica essa necessidade constante de estarmos digitalmente ligados e atualizados.
É uma digitalização que atua contra a humanização
Penso que que deveríamos prestar mais atenção ao que temos, antes de ficarmos ansiosos por existir algo mais novo e mais evoluído. Pois, isso pode nos deixar ainda mais ansiosos por não conseguirmos aproveitar adequadamente o que é novo. Penso que é importante usar melhor o que já existe! Aproveitar melhor o que está ao nosso redor! Inclusive – e principalmente – as pessoas e os relacionamentos!