• 3ª Temporada
  • Temas Relevantes para Vidas Importantes

  • A terceira temporada fala de temas relevantes para vidas e carreiras importantes. Falamos sobre felicidade, criatividade, visão, zona de conforto, conhecimento... Enfim, vários temas abordados de uma forma didática porque são assuntos que fazem muito sentido para a nossa vida e carreira. Afinal de contas, na nossa vida profissional é preciso falar sobre temas como trabalho em equipe, perfil comportamental, empatia, entre outros.

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68 – A importância da Cooperação

Coopetição é uma palavra inventada para descrever a mistura de cooperação e competição. A coopetição é uma estratégia de negócios baseada na Teoria dos Jogos, que busca combinar características da cooperação e da competição. O termo coopetição pode ser usado para descrever a relação simultânea de cooperação e competição entre pessoas ou organizações, uma relação em que todos saem ganhando.

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Transcrição do episódio "68 – A importância da Cooperação"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

A IMPORT NCIA DA COOPERAÇÃO

O mundo está se tornando cada vez mais cooperativo e colaborativo. Tem sido cada vez mais comum encontrar movimentos que estimulam o trabalho coletivo e a colaboração mútua para realizarmos algumas atividades. Boa parte dessas iniciativas é voluntária e não tem finalidade econômica. Outras têm uma finalidade econômica muito clara e são bem-sucedidas nisso.

O conceito de cooperativismo avança a olhos vistos no mundo todo. No Brasil, especialmente na região sul, é muito comum encontrarmos cooperativas agrícolas, cooperativas de crédito e até cooperativas de consumo. São organizações muito grandes, bem geridas e planejadas. Elas têm finalidade econômica, ou seja, querem ter lucro e prosperar. Mas fazem isso por meio do trabalho cooperativo e garantem que o resultado do seu trabalho seja dividido de forma justa entre todos os que cooperam. O conceito é simples: quem coopera, vai mais longe e cresce.

Só que a maioria das empresas não é cooperativa em sua forma de atuar. A maior parte das empresas é privada, o que não significa que não sejam boas empresas para trabalhar. E o mais curioso é que as empresas privadas também estimulam muito o trabalho colaborativo e cooperativo dentro da organização, porque sabem que aquela máxima do “cada um por si” não levará a empresa a lugar algum. É por isso que o conceito de trabalho em equipe é tão forte e necessário em toda e qualquer organização.

Mais interessante ainda é que, de forma consciente, a gente sabe o quanto é importante sermos colaborativos. A gente sabe o quanto é importante cooperar com o colega, até porque também precisamos da colaboração dos outros para desempenharmos bem as nossas funções.

Por isso que esses dois conceitos – cooperação e colaboração – devem andar de mãos dadas na nossa vida pessoal e profissional. Isso se explica por meio do próprio conceito das palavras. Colaboração vem de co/laborar, o que quer dizer “laborar juntos”, ou melhor, trabalhar juntos. Cooperação vem de co/operar, ou seja “operar juntos”. O prefixo “co”, aquele que fica no começo da palavra, dá a ideia de unidade, de grupo.

Embora seja do conhecimento geral que a gente deve cooperar com as pessoas, muita gente ainda atua de forma isolada, individual. Diria até, um tanto quanto egoísta. Parece que estão na contra-mão de tudo o que eu já comentei aqui e do senso comum que impera nas empresas, certo?

Em partes, a resposta é sim! Só que não é bem assim, infelizmente. Embora o discurso nas empresas e todas as teorias falem sobre a importância da cooperação, ainda há muitas pessoas (e empresas também, claro!) que de forma individualizada, competindo com tudo e com todos. Isso é explicado por meio de muitas teorias sobre o comportamento humano organizacional, que mostram que a ambição pessoal tem sido mais forte do que o desejo de bem-estar geral.

Parece aquele negócio do tipo “quando a farinha é pouca, o meu pirão vem primeiro”, certo? Para muita gente é assim mesmo que funciona e podemos encontrar parte dessa explicação dentro da nossa própria teoria evolutiva.

Você deve estar lembrado que no episódio #66 do Coachitório Online nós falamos sobre empatia. Em um determinado momento eu citei que o meio organizacional nos ensina a sermos competitivos. Comentei que para subirmos na vida, temos que nos superar e superar também a competição que existe com o nosso colega. Essa teoria nos foi apresentada por Charles Darwin, que ao estudar a origem e evolução das espécies, sugeriu que essa competividade faz com que a gente se adapte ao ambiente, adquira vantagens competitivas diferentes e consiga evoluir para sobreviver. Ou seja, o nosso crescimento profissional passa por processos de competição e seleção, o que faz com que a gente veja as outras pessoas como competidores, como ameaças.

A teoria de Darwin explica muita coisa, muito embora já existam indícios de que é a cooperação, e não a competição, que garantem a sobrevivência de uma pessoa. O conceito dessas novas teorias é muito simples: é mais fácil sobreviver e prosperar quando se está em grupo do que quando se está sozinho. Quando estamos em grupo, um ajuda o outro, um olha pelo outro, um ensina o outro. A vida em grupo, de forma cooperativa, é a melhor forma de garantirmos a sobrevivência e o sucesso evolutivo.

Por isso que há algum tempo se fala de um conceito novo no meio organizacional: a coopetição.

Coopetição é uma palavra inventada para descrever a mistura de cooperação e competição. Esse termo foi criado em 1995 pelos professores Barry Nalebuff e Adam Brandenburger. Segundo eles, a coopetição é uma estratégia de negócios baseada na Teoria dos Jogos, que busca combinar as características tanto da cooperação quanto da competição. O termo coopetição pode ser usado para descrever a relação simultânea de cooperação e competição entre pessoas ou organizações.

Vou abordar a questão da cooperação e da competição para a nossa carreira, usando o conceito de coopetição. Estive pensando muito a respeito e comecei a me lembrar de algumas práticas que eu tenho visto em processos seletivos de contratação e de promoção que algumas empresas têm realizado. Eu lembro que em 2007 eu fui chamado para participar de um processo seletivo em uma empresa de Tecnologia da Informação. O processo seletivo chamou a minha atenção porque as dinâmicas utilizadas foram integralmente aplicadas em grupo. Todas as atividades estimulavam a interação e cooperação dos participantes que eram, naquele momento, competidores. Ou seja, ali estava um grupo de oito pessoas competindo por duas vagas. Mas o sucesso individual dependia diretamente da nossa capacidade de cooperar com o outro.

Você deve estar se perguntando se eu passei nesse processo seletivo, né? Pois é, eu passei. Mas isso não é o mais importante. O mais importante veio depois, quando eu conheci a cultura da empresa e vi que o espírito de trabalho colaborativo e cooperativo fazia parte dos seus valores. Era algo do qual eles não abriam mão e já deixavam isso claro lá na contratação, no processo seletivo. Mais interessante ainda era ver que eles promoviam também um senso de competição, mas não de um profissional ou de uma área contra a outra. A competição acontecia em dois momentos: era da empresa para com o mercado e era do profissional com ele mesmo.

A empresa entendia que o estímulo ao crescimento e ao desenvolvimento pessoal de cada colaborador o tornava mais forte. Éramos estimulados a aprender sempre, a sermos sempre uma versão melhor de nós mesmos. Essa competição consigo mesmo fortalecia cada pessoa e, na medida que cada pessoa se fortalecia, as equipes e a empresa se fortalecia. Pessoas e equipes fortalecidas conseguem cooperar melhor entre si, contribuindo para o crescimento de todos. Consequentemente, uma empresa fortalecida por meio de um trabalho cooperativo tem boas vantagens para competir no mercado.

Simples, não é mesmo? É bem isso que prega o conceito da Coopetição. Mas apesar de ser simples e de não ser algo novo, eu ainda me pergunto por que algumas empresas estimulam a competição interna. Pior ainda, eu me pergunto por que muitos profissionais não veem seus colegas de trabalho como parceiros, mas sim como ameaças, como verdadeiros competidores.

Isso acontece nas empresas onde o trabalho, ou melhor, o conceito de profissionalismo ainda está fortemente atrelado ao paradigma da competência técnica. Explico melhor: tem empresas que ainda vivem de acordo com as regras da segunda revolução industrial, na qual o mais importante era saber fazer. Não importa se você tem um bom relacionamento interpessoal, carisma, educação ou se é um bom líder. Nessas empresas, o que importa é saber fazer bem feito. O resto é detalhe.

Em empresas assim, o tal do paradigma da competência técnica se transforma na tirania da competência técnica, que acontece quando um funcionário que sabe muito bem da sua função acaba se achando a última bolacha do pacote e assume o controle de todo o processo. Como ele sabe que é por meio da competência técnica que ele irá crescer na empresa, esse funcionário vai centralizar as tarefas e o conhecimento. Não vai ensinar os outros, não vai formar equipes e vai pensar que todo mundo pode fazer sombra para ele. É um perfil que ainda encontramos nas empresas.

Só que é um perfil desatualizado. É uma versão ultrapassada do conceito de eficiência e é uma visão antiga do que era ser um bom funcionário. O conceito de coopetição – a mistura de cooperação com competição – é a que faz mais sentido nas empresas nos dias de hoje não só por conta das vantagens competitivas e econômicas que as empresas obtêm a partir dessa forma de trabalho. O maior motivo está na capacidade que as empresas têm de atrair e reter bons colaboradores, pois as pessoas desejam cada vez mais trabalhar em ambientes colaborativos, onde todos cooperam e trabalham juntos para o crescimento de todos. Sabe por quê? Porque é nessas empresas que encontramos os melhores climas organizacionais.

Fala, galera do Coachitório Online.

Eu sempre acreditei naquela frase que diz sozinho vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe. A pergunta é: você quer ir rápido e sozinho, ou ir longe com outras pessoas? A jornada sempre é individual e as metas sempre serão nossas, mas isso não significa que devemos estar sempre trabalhando sozinhos. Não faz sentido.

Cooperar para podermos competir juntos é uma das chaves para o sucesso. Por isso eu te convido a dar olhada no site da Ponte ao Futuro para descobrir a jornada do autoconhecimento. O conhecimento de si mesmo ajuda a conhecer melhor os outros e, assim, podermos ser ainda mais colaborativos.

Muito obrigado a você que nos acompanha semanalmente aqui no Coachitório Online. Quero dar as boas-vindas para quem está chegando agora. O nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança está na terceira temporada e eu aproveito para te convidar a curtir todos os nossos episódios e temporadas pela sua plataforma favorita.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!