• 3ª Temporada
  • Temas Relevantes para Vidas Importantes

  • A terceira temporada fala de temas relevantes para vidas e carreiras importantes. Falamos sobre felicidade, criatividade, visão, zona de conforto, conhecimento... Enfim, vários temas abordados de uma forma didática porque são assuntos que fazem muito sentido para a nossa vida e carreira. Afinal de contas, na nossa vida profissional é preciso falar sobre temas como trabalho em equipe, perfil comportamental, empatia, entre outros.

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65 – O corpo fala

Imagine a cena: você está conversando com uma pessoa. Ela bate os dedos sobre a mesa, cruza e descruza os braços. Olha o tempo todo para os lados, evita contato visual com você. Mas tem outra pessoa, que faz diferente: senta-se de maneira ereta, coloca os braços levemente apoiados sobre a mesa e olha você diretamente nos olhos. Qual delas lhe passa mais segurança? Que tipo de atitude gera mais firmeza ou até intimida você? Quer dizer que o corpo fala. E muito! Cabe a nós saber que mensagens a nossa linguagem corporal está passando para as pessoas.

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Transcrição do episódio "65 – O corpo fala"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

O CORPO FALA

Imagine a cena: você está conversando com uma pessoa. Ela bate os dedos sobre a mesa, cruza e descruza os braços ou ainda cruza e descruza as pernas. Essa pessoa olha o tempo todo para os lados, evita contato visual com você. Ou faz diferente: senta-se de maneira ereta, coloca os braços levemente apoiados sobre a mesa e olha você diretamente nos olhos.

Qual dessas pessoas lhe passa mais segurança? Que tipo de atitude gera mais firmeza ou até intimida você?

Certamente você já deve ter passado por situações assim. Será que você se comportou de maneira a gerar credibilidade e confiança ou gerou a impressão de ser inseguro e até vacilante no que estava conversando?

Quero dizer que o corpo fala. Muito mais do que as palavras que dizemos, o corpo fala uma linguagem própria e universal. Falamos essa linguagem de forma inconsciente e dificilmente conseguimos controlar o que dizemos com o nosso corpo. O corpo fala e, se não cuidarmos do que ele fala, a nossa postura e as reações do nosso corpo podem contradizer tudo aquilo que estamos verbalizando.

No ano de 1967, Albert Mehrabian, um professor iraniano radicado nos EUA, lançou suas pesquisas sobre a comunicação não-verbal. Seus estudos concluíram que apenas 7% da comunicação é verbal. Isso mesmo, somente 7% da comunicação acontece por meio das palavras faladas e ouvidas pelas pessoas, assim como está acontecendo nesse exato momento com esse podcast. Os estudos também apontaram que 38% da comunicação acontece por meio da entonação da voz (que é o tom, o timbre e o volume das palavras que falamos) e que 55% da comunicação acontece por meio da linguagem corporal.

Trocando em miúdos, as mensagens que chegam até nós são percebidas pelo cérebro de uma forma complexa, pois ele mistura as palavras que são ditas, a forma que as palavras são ditas e a postura e o gestual que nós temos quando passamos nossas mensagens. Isso quer dizer que estamos redondamente enganados se pensamos que somente as palavras convencem. O nosso corpo fala e a linguagem corporal pode fortalecer ou enfraquecer os nossos argumentos.

Esse tema tem sido tratado há muito tempo. Os estudos do professor Albert Mehrabian têm sido revisitados e esse tema evoluiu muito nos últimos anos. Surgiu a PNL, a Programação Neurolinguística, que de certa forma nos ensina a escolher as palavras certas, a forma correta e a postura adequada para nossos processos de comunicação. Claro que não é assim simples e os entendidos do assunto que me perdoem por essa simplificação, mas o que mais me chama a atenção na PNL é a forma como ela foi construída. Os criadores da PNL – Richard Bandler e John Grinder – afirmam que existe uma conexão entre os processos neurológicos (a letra N, de neuro), com a linguagem (a letra L, de linguística) e os padrões comportamentais do ser humano que são adquiridos ao longo da vida. É justamente nesse ponto que a PNL atua, pois parte da premissa que esses padrões de comportamento podem ser gerenciados. Podem ser programados para que possamos adotar formas diferentes de pensar, comunicar e agir.

Apesar das críticas a respeito da metodologia e da eficácia dos trabalhos de Albert Mehrabian e da PNL, faz muito sentido para mim acreditar que o corpo fala e que nós conseguimos gerenciar aquilo que é dito pelo nosso corpo.

Mas é justamente aí que está o maior desafio: como gerenciar esse processo de comunicação que o nosso corpo produz?

Vamos tentar responder a essa pergunta voltando um pouco na história. Ou melhor, voltando muito… Por volta do ano 3000 a.C., os sumérios desenvolveram o primeiro sistema organizado de escrita que se tem conhecimento. Foi a partir do alfabeto sumério que o ser humano conseguiu começar a registrar a história, o conhecimento e até os lançamentos contábeis que eram feitos na época.

Só que o ser humano é muito mais antigo do que isso… Então, como nossos antepassados faziam para registrar e eternizar as mensagens? Tudo acontecia de forma oral, por meio da linguagem verbal. Só que a linguagem verbal não era suficiente para que as pessoas entendessem e até internalizassem o que era dito. Quando nossos antepassados se reuniam em suas tribos ou famílias, em volta das fogueiras, o conhecimento era transmitido de forma oral e, principalmente, por meio de linguagem corporal. Nossos parentes dançavam, gesticulavam, pulavam e faziam um verdadeiro teatro para contar histórias antigas, lendas e superstições. Nossos antepassados memorizavam não só as palavras, mas a entonação com a qual essas palavras eram ditas e, principalmente, todo o gestual que acompanhava o relato.

O ser humano já foi muito bom em controlar a sua linguagem corporal. A gente já soube gerenciar o que o nosso corpo fala de uma forma bem mais eficiente. Então, como reaprender isso agora?

Eu diria que o primeiro passo é observar. Calar um pouco o barulho interior e observar as pessoas que estão a nossa volta. Como se comportam as pessoas que falam com você? Quais são os seus gestuais? Como se comportam as pessoas que você mais confia? E como se comportam as pessoas com quem você tem um pé atrás?

Vamos fazer o exercício inverso. Como você se comporta em uma situação em que você está desconfortável? Você transpira? Mexe os braços ou as pernas de forma involuntária? Olha para baixo ou para cima? Evita contato visual com outras pessoas? Repare no seu comportamento e no comportamento das pessoas que estão com você e você irá perceber que esse processo de observação traz, por si só, muita informação importante.

Eu faço essa sugestão pelo seguinte motivo: o corpo fala, mas será que a gente escuta? Se o corpo fala, como eu faço para escutar?

Quanto mais tempo ficamos diante do computador ou presos aos nossos celulares, pior será a qualidade da nossa comunicação. Nos meus trabalhos de Coaching e consultoria, tenho observado que praticamente 100% das empresas alegam ter problemas sérios de comunicação organizacional. E deveria ser o contrário, pois temos várias ferramentas e dispositivos que têm a obrigação de tornar a comunicação mais fácil.

Só que não sabemos usar esses recursos de forma adequada e acabamos nos distanciando das pessoas. Assim, estamos renegando aqueles momentos que eu citei há pouco, quando nossos antepassados interagiam muito uns com os outros por meio da linguagem verbal e, principalmente, da linguagem não-verbal. Abrir mão do contato real, face a face com as pessoas é quase um ato de violência contra algo tão essencial para o ser humano, que é o relacionamento interpessoal e a comunicação com os outros.

Estamos desaprendendo e nos perdendo, pois estamos deixando a tecnologia falar aquilo que o nosso corpo deveria expressar. Então, para ouvirmos o que o corpo fala é fundamental começar a desgrudar os olhos das telinhas e observar as pessoas que estão ao seu lado. Você irá notar o semblante das pessoas. Caras amarradas, pessoas cansadas, desanimadas e até tristes. Mas irá ver também pessoas com sorriso no rosto e dispostas a lhe dar um bom-dia. Basta levantar os olhos e a linguagem corporal estará lá, conversando com você e passando várias mensagens sobre o ambiente que está ao seu redor.

Mas eu também quero deixar algumas dicas a respeito da linguagem corporal. Estudos apontam que alguns comportamentos são reveladores e a gente deve ter consciência de quando estamos agindo assim. Vou citar alguns exemplos:

Olhar para baixo pode demonstrar vergonha, timidez ou desânimo;
Mexer as mãos e as pernas continuamente pode ser sinal de ansiedade ou pressa;
Levantar as sobrancelhas pode ser sinal de dúvida;
Cruzar os braços ou pernas pode mostrar impaciência;
Postura ereta pode mostrar confiança e autocontrole.

Então, ao se comunicar com alguém (principalmente em reuniões importantes ou entrevistas de emprego, por exemplo), certifique-se de que não irá adotar um desses comportamentos que comentei há pouco. Tenha também a certeza do seguinte:

Tenha uma postura ereta quando estiver sentado;
Nivele seu tom de voz e o seu posicionamento na conversa. Não fique em posição inferior ou superior. Não fique mais alto ou mais baixo do que o seu interlocutor;
Não tome a mesa (não coloque os braços sobre a mesa como se quisesse tomar o espaço do outro);
Controle o seu gestual. Faça gestos, mas de forma controlada;
Faça contato visual com quem você está falando.

São dicas simples, mas que funcionam. Lembre-se sempre que as pessoas tendem a contratar ou fazer negócios com quem transmite segurança e empatia. Acima de tudo, as pessoas desejam estar com pessoas que passam uma boa impressão.

Fala, galera do Coachitório Online.

Eu adoro esse tema! A linguagem corporal é um dos grandes trunfos para processos de comunicação bem-sucedidos e quanto mais conhecermos sobre a forma como o corpo fala, mais entenderemos a respeito de nós e dos outros. Existe muito material disponível na internet sobre esse assunto e eu convido você a ir um pouco mais fundo e se familiarizar mais com a linguagem corporal.

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