Transcrição do episódio "59 – A opinião das outras pessoas importa"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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A OPINIÃO DOS OUTROS IMPORTA PARA VOCÊ?
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Tem um clube do qual talvez você faça parte, sem saber. Na realidade, não é um clube, e sim uma comunidade onde todos que dela participam têm uma coisa em comum: é o grupo das pessoas que se importam muito com a opinião dos outros.
É um grupo grande. Muitas pessoas participam conscientemente desse grupo, ou seja, sabem que dão muita importância à opinião dos outros e fazem questão de que assim seja. São pessoas que têm consciência disso e que, assim, conseguem medir o impacto das suas ações sobre a imagem que as outras pessoas vão fazer dela.
Mas há pessoas que participam desse grupo sem saber. Elas não têm consciência de que dão muita importância à opinião alheia e, por isso, às vezes sofrem sem necessidade. Sofrem, justamente porque elas avaliam a reação dos outros e, quando essa reação não é positiva, o impacto é muito grande. Essas pessoas sofrem porque não conseguem se desapegar da importância da opinião dos outros. Sofrem porque, como eu disse há pouco, não têm noção de que esse comportamento faz parte da sua vida e, por causa disso, não conseguem medir ou impedir o impacto que a opinião dos outros tem em suas vidas.
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Vamos falar disso hoje… Vamos falar do quanto devemos dar atenção à opinião das outras pessoas.
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Acho interessante começar esse assunto com base em uma linguagem um pouco mais técnica. As pessoas que têm medo da opinião alheia podem estar sofrendo de um transtorno chamado de Alodoxafobia. É um nome bem complicado, né? Estatísticas apontam que cerca de 8% da população mundial sofre desse mal. As estatísticas apontam também que esse transtorno é mais comum em jovens que têm entre 16 e 24 anos e o mais interessante é que a justificativa para a ocorrência desse transtorno ser mais comum entre os jovens reside no fato de que essa é uma fase da vida em que estamos em amadurecimento social e profissional.
É uma fase de decisões – fase em que escolhemos os nossos primeiros trabalhos, a nossa carreira, faculdade e tudo mais. É a fase em que as pessoas começam a namorar e muitos até pensam em casar ou se casam. Muitos começam a formar família nessa idade e todas essas mudanças implicam em escolhas.
Eu sempre achei que nós somos muito jovens para termos que fazer tantas escolhas importantes nessa fase da vida. Somos jovens, inexperientes e até ingênuos e imaturos para fazer escolhas que podem moldar o resto de nossas vidas. Mas acaba sendo assim e é por isso que muitas pessoas começam a desenvolver o medo da opinião alheia, pois temos medo da reprovação, do julgamento, do que as pessoas vão pensar.
Quem nunca ficou preocupado com o que os seus pais vão pensar quando você vai apresentar a eles a sua namorada? Ou o que vão pensar quando você disser que não quer fazer faculdade nesse momento? Ou de que quer fazer uma viagem ou trocar de emprego?
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A gente não tem medo da decisão, da escolha que fizemos. Temos medo das consequências e, mais ainda, do que as pessoas vão pensar ou dizer sobre o que escolhemos…
Pois é, então seria fácil resolver isso. Bastaria dizer que a gente não dá bola para o que os outros pensam ou sequer ouvir o que as pessoas têm para falar sobre o assunto. A palavra de ordem é ignorar – ignorar tudo e todos e focar somente nos teus sonhos e nas tuas escolhas.
Só que não dá para fazer assim. Nem todos conseguem ligar o botão do “não tô nem aí!” para o que os outros dizem.
Sabe por quê?
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Porque a gente se importa com as pessoas. Pelo menos, com algumas delas. E quando a gente se importa, tudo o que a gente quer é não decepcionar as pessoas que gostamos. É uma sensação muito ruim ver a cara de desaprovação ou ouvir uma repreensão de alguém que gostamos. É por isso que muita gente tem medo da opinião alheia.
Apesar de estar falando sobre esse tema, não sou um estudioso e tudo o que eu fiz foi filosofar a respeito e nessas reflexões eu comecei a me perguntar por que a opinião dos outros passa a ter menos importância na medida que a idade passa, quando chegamos mais perto dos 30 anos de idade – e dali para a frente.
Olhei para mim mesmo, para tentar identificar o que mudou ao longo da vida e fez com que eu conseguisse trabalhar melhor essa questão da opinião alheia. Então eu cheguei a algumas conclusões, que eu compartilho com você agora.
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– acho que o primeiro ponto tem a ver com a palavra amadurecimento. Tem a ver com a experiência de vida mesmo, com a sensação de que você fez as coisas certas diante de todas as circunstâncias e recursos que você tinha para decidir. Com o tempo, a gente começa a perceber que a única decisão errada que existe é aquela que choca com os nossos valores e princípios.
– outro ponto que eu acho importante é saber reconhecer a diferença entre opinião e palpite. Você já reparou como estamos cercados de palpiteiros? De gente fofoqueira, que adora botar os dedos na nossa vida? Acho que todo mundo conhece alguém assim, certo? Pois bem, a dica é importante: saiba reconhecer a diferença entre opinião e palpite. É relativamente simples fazer isso. Basta reparar em duas coisas: quem é a pessoa que está opinando? É alguém próximo, que gosta de você? É alguém que está envolvido com você e que te conhece de verdade? Eu creio que essas são as pessoas para as quais devemos dar atenção ao que falam, pois geralmente elas falam as coisas “para o seu bem”. Já os palpiteiros são aqueles especialistas em generalidades… São pessoas que sabem de tudo, conhecem todos os assuntos e sempre têm (ou melhor, acham que têm) a melhor resposta para as nossas decisões. São pessoas que falam coisas para nós sem que a gente peça. Acima de tudo, são pessoas que não estão nem um pouco envolvidas com a gente e, se o circo pegar fogo, são os primeiros a correr. Se é um palpiteiro, nada melhor do que ignorá-lo.
– aliás, isso me lembra de outro ponto importante: opinião é algo que a gente costuma pedir. Palpite é algo que a gente recebe sem pedir. A opinião a gente busca, geralmente em quem confiamos. O palpite vem de graça, de tudo quanto é lado e a todo momento. Ao reconhecer essa diferença você também terá a condição de separar aquele que verdadeiramente quer te ajudar daquele que somente quer fazer fofoca ou bisbilhotar na sua vida.
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Esses pontos também me fazem lembrar de algo importante, que não podemos deixar de comentar: estamos falando da opinião alheia como se nós fôssemos as “vítimas” (entre aspas) do falatório e dos palpiteiros… mas temos que lembrar que às vezes somos nós que atiramos a primeira pedra. Há casos em que nós damos opiniões e palpites na vida das outras pessoas. Nessa vida, podemos ser tanto a vítima quanto o executor. Podemos ser aqueles que sofrem com a opinião dos outros, assim como podemos ser aqueles que provocam o sofrimento dos outros por conta das opiniões e palpites que damos.
Então, tem uma dica que eu acho importante e que funciona muito bem comigo: guarde as suas opiniões para si e somente exponha se pedirem para você. Somente fale o que você pensa sobre algo que está acontecendo na vida de alguém se pedirem para você. Do contrário, eu acho que o silêncio é o melhor remédio.
Acho que tudo tem a ver com a intenção que as pessoas têm quando elas falam o que acham. Se a intenção for positiva e a ajuda for verdadeira, acho que vale muito a pena dar e receber opiniões. Se não for assim, o melhor mesmo é ignorar.
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Fala, galera do Coachitório Online.
É um assunto delicado, um tanto profundo, você não acha? O medo da opinião alheia pode bloquear uma pessoa. Pode deixá-la paralisada e pode fazer com que ela não realize aquilo que deseja. Pode fazer com que ela desista de sonhos somente porque alguém acha que sabe o que é melhor para ela.
Então, cuidado com o julgamento! Ah, e tem outra coisa: antes de dar ouvidos ao que os outros têm a dizer, procure dar ouvidos a si mesmo. Se aquilo que você deseja fazer é congruente com os seus princípios e valores, se é algo legal e benéfico, se tem intenção positiva e amor envolvido, faça. Fé em Deus e pé na tábua!
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