Transcrição do episódio "55 – O que você carrega na sua mochila"
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Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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O QUE VOCÊ CARREGA NA SUA MOCHILA?
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Para cada escolha, uma renúncia. Você já deve ter ouvido essa frase em algum lugar, certo?
Ela é muito clara: se eu preciso fazer uma escolha, decidir entre várias alternativas, haverá somente uma opção que será a escolhida. As outras serão deixadas de lado, serão renunciadas. Isso acontece com todo mundo, várias vezes ao longo da vida. Acontece nas provas de múltipla escolha que a gente faz no vestibular ou na faculdade, na decisão entre comprar esse ou aquele objeto, entre ir para essa ou aquela empresa ou até mesmo sobre qual carreira seguir.
Mas a cada dia que passa eu vejo que essa frase vem tomando outro sentido. Eu tenho percebido que as pessoas (e eu me incluo nesse grupo) querem abraçar o mundo. A gente quer fazer tudo, quer coletar tudo, dar conta de tudo. Quer dar atenção a tudo e a todos e fazer tudo bem feito.
Só que não dá. Às vezes é preciso fazer renúncias, deixar de lado coisas que não fazem mais sentido para nós ou não fazem mais parte da nossa vida. Não dá para fazer escolhas sem fazer renúncias.
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Muita gente diz que tem dificuldade em tomar decisões, em fazer escolhas. Tomar decisões é, de fato, algo que pode ser complicado para muita gente. Tem pessoas que fraquejam diante de determinadas decisões. Há os que ficam em cima do muro porque são naturalmente indecisos e há os que têm o medo de errar. A gente até elaborou um ebook que fala sobre a tomada de decisões, que está lá no site da Ponte ao Futuro e eu vou deixar aqui o link para esse material.
Eu também acredito que a tomada de decisão faz parte de uma trilha. Eu chamo essa trilha de descoberta-decisão-ação. Descobrir é ter consciência das coisas. Descobrir é “tirar o que te cobre”, pois assim você consegue ter mais clareza sobre a situação e o que precisa ser decidido. É a primeira parte do processo de decisão. A decisão em si é o segundo passo. É a escolha. Só que a decisão, por si só, muitas vezes não leva a lugar nenhum porque a gente tropeça na última parte: a ação. A ação significa cumprir aquilo que decidiu: trocar de emprego, começar um novo projeto e por aí vai.
Descobrir-decidir-agir: não tem como escapar dessa trilha.
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Eu quis trazer à tona esse exemplo da trilha da tomada de decisão porque eu percebo que muita gente (e eu me incluo novamente nesse grupo) não têm dificuldade com a escolha, com a tomada da decisão. Nós temos problemas com a ação, ou seja, temos dificuldade de colocar em prática o que decidimos.
Sabe por quê?
Porque para podermos dar início a uma nova jornada, aquela que vai nos levar para onde nós queremos, é preciso desapegar. E a dificuldade está justamente em saber o que devemos desapegar nesse momento da vida.
Novamente, eu me incluo nesse grupo porque estou passando por essa fase. O ano mal havia começado e eu já tinha dado início a alguns projetos que logo me levaram a fazer escolhas. Está bem claro que eu terei que desapegar de coisas que eu gosto para poder iniciar aquilo que eu quero fazer.
E, sendo ser humano, imperfeito e sujeito a todas as crenças e auto-sabotagens que qualquer pessoa pode ter, eu comecei a me questionar se eu precisava, de fato, desapegar de uma coisa para começar outra. Aliás, eu tenho certeza de que, muitas vezes, isso não é possível, nem necessário e recomendável. Há itens que carregamos na mochila da nossa vida que são indispensáveis para a caminhada que queremos iniciar: os aprendizados, os erros e acertos, as amizades e o apoio das pessoas que estão ao nosso redor, etc.
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Só que essas coisas não pesam… Não são esses os itens que mais sobrecarregam a nossa caminhada. O que mais pesa na nossa mochila é a quantidade de coisas que a gente faz e que não têm mais sentido. Não trazem retorno – não só o retorno financeiro, mas principalmente o retorno que tem a ver com aprendizado ou satisfação pessoal. Tem coisas que a gente faz somente porque estamos numa espécie de “piloto automático” ou mesmo em uma zona de conforto que nos dá a ilusão de que estamos produzindo e progredindo.
Também tem outros pesos que carregamos em nossa mochila (ou na nossa consciência), que são as lembranças negativas, o remorso, a raiva, a inveja, etc. São os sentimentos negativos, que pesam mais do que chumbo e que vão deixando a nossa caminhada mais lenta e sofrida. Essa sobrecarga negativa não só deixa a nossa caminhada mais penosa, como também faz com que a gente tenha que caminhar solitariamente, afinal de contas, é difícil encontrar alguém que queira caminhar ao lado de uma pessoa que anda de forma pesada, arrastando os pés porque está arrastando consigo o peso da negatividade. Para falar um Português mais claro: é difícil encontrar alguém que queira estar na companhia de pessoas negativas. A não ser, claro, alguém que seja igualmente negativo. Só que essa pessoa dificilmente vai lhe ajudar e talvez somente faça ainda mais peso para você.
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Fazer escolhas não é difícil. O problema está em saber o que devemos desapegar. A vida é uma jornada muito legal, de erros e acertos, de frustrações, mas de aprendizados e sucessos. Faz sentido pensar uma das lições que a gente deve aprender na vida é saber o que desapegar ao longo dessa jornada?
O que cabe na mochila da sua vida? Ela está pesada? Às vezes esse peso é necessário, porque precisamos de tudo o que há na mochila para chegarmos ao nosso estado futuro. Mas, quando chegar lá, você vai saber o que precisa desapegar para continuar a sua caminhada? Ainda mais importante do que isso: terá a coragem necessário para o desapego?
Para isso, recomendo abrir a mochila da vida e dar uma boa olhada no que tem lá dentro. Vire-a de ponta-cabeça e despeje sobre a mesa tudo o que tem dentro dela. Tenho certeza de que você vai encontrar muita coisa que não faz mais sentido. Sabe por quê? Porque foi assim que eu encontrei o que estava pesando na minha caminhada.
Quando você descobrir que precisa de bem menos peso para caminhar, irá descobrir também que não é só a mochila que estará mais leve. Você também estará. E descobrirá que esse desapego foi fundamental para conseguir abrir espaço para as coisas novas que devem fazer parte da sua jornada.
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Fala, galera do Coachitório Online.
Tem uma música do Charlie Brown Jr, chamada “Lutar pelo que é meu”, que é bem legal e tem um pedaço da letra que diz o seguinte:
“Cada escolha, uma renúncia
Essa é a vida.
Estou lutando para me recompor.”
Algumas escolhas e renúncias vão fazer parte da minha vida esse ano, assim como da sua vida também. Desejo que você seja sábio e que consiga identificar o que você quer e o que precisará desapegar para chegar lá.
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!
