Transcrição do episódio "54 – Visão além do alcance"
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Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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ESPADA JUSTICEIRA, DÊ-ME A VISÃO ALÉM DO ALCANCE
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Quem está na casa dos 35 ou 40 anos vai se lembrar disso…
Quem falava essa frase era o Lion, o líder dos Thundercats. É um desenho, ou melhor, um verdadeiro clássico dos desenhos animados dos anos 1980 e 1990. O desenho conta as aventuras de um grupo de felinos que sobreviveram à destruição do planeta Thundera, que era a sua terra natal. Os Thundercats faziam parte da nobreza de Thundera e, ao fugirem da destruição de seu planeta, levaram consigo a Espada Justiceira. Encrustada na espada estava o Olho Místico de Thundera, que era a fonte do poder dos Thundercats e era o que dava aos felinos a famosa visão além do alcance.
A espada justiceira e o olho de Thundera eram cobiçados pelos mutantes, que perseguiram os Thundercats até a sua nova casa, o Terceiro Mundo e é esse o enredo das quatro temporadas desse desenho que tinha o Lion – que era o líder dos Thundercats – e os seus companheiros: Cheetara, Panthro, Tygra, WilyKit, WilyKat e Snarf. Além, é claro, do Mumm-Ra, o vilão da história.
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Quando se encontrava em momentos de perigo, Lion empunhava a espada e dizia: espada justiceira, dê-me a visão além do alcance. A esse comando, o olho de Thundera, brilhava e dava visões clarividentes para Lion. Em outras palavras, por meio da espada justiceira Lion conseguir ver o futuro.
A espada justiceira dava uma visão além do alcance das pessoas normais. O olho de Thundera via o que os Thundercats não conseguiam ver.
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Bom, já deu para perceber que eu gosto muito desse desenho, não é mesmo? Não sou saudosista, mas confesso que acho muito legal revisitar filmes, livros e desenhos antigos porque eles podem trazer várias lições para a nossa vida e nossas carreiras.
Aliás, a expressão “dê-me a visão além do alcance” tem muito a ver com o que, na Administração, chamamos de visão estratégica. Tanto é que Idalberto Chiavenatto, um dos principais escritores brasileiros sobre Administração, comenta que um líder deve ter uma mistura de visão sistêmica, visão periférica e visão antecipatória
A visão sistêmica é ver o todo e não apenas uma de suas partes;
A visão periférica significa sair da nossa caixinha e ver o que está fora dela, ao seu redor;
A visão antecipatória é prever as decorrências ou consequências futuras das suas decisões atuais.
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Só que eu sou um pouco metido… Eu penso que há outro tipo de visão que pode ser incluído nesse esquema. É a visão evolutiva, que significar enxergar as capacidades necessárias para seguir em direção aos objetivos que nós traçamos para nossas vidas.
E se a gente olhar mais de perto para esses quatro tipos de visão, a gente vai ver que eles se separam em dois grupos distintos: lugar e tempo.
A visão sistêmica e a visão periférica falam de lugar. De ver o todo e não apenas as suas partes. De olhar para os lados, para ver o que está ao nosso redor.
A visão antecipatória e a visão evolutiva falam do tempo. Falam de antecipar as consequências futuras das decisões que tomamos hoje. E fala das competências que precisamos desenvolver para realizarmos nossos objetivos.
E é justamente sobre o tempo, sobre a visão antecipatória e a visão evolutiva que eu quero falar com vocês. São esses os tipos de visão que o olho de Thundera concede para o Lion. Essas são as visões que estão além do alcance da maioria das pessoas e é justamente a falta desses tipos de visão que prejudica muito a nossa evolução.
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Nesse momento surge uma pergunta simples, mas muito importante: como eu desenvolvo a visão além do alcance?
É uma pergunta pertinente, porque não somos o Lion, não somos os Thundercats. Tampouco temos uma espada justiceira. Mas a boa notícia é que nós temos um olho de Thundera, um olho que tudo vê.
Na tradição hinduísta, o terceiro olho está ligado à capacidade intuitiva, aos insights. Você já deve ter visto que em muitos povos, as pessoas usam o adorno de uma pequena pedra, entre os olhos, que simboliza esse terceiro olho. Os hindus e budistas acreditam que a prática da meditação pode ajudar a desenvolver a nossa visão além do alcance. Aliás, percebam que eu usei a palavra “desenvolver” porque várias tradições e mitologias acreditam que essa habilidade é inerente a todos os seres humanos. Todos nós podemos ter intuição e insights. É uma competência a ser desenvolvida.
É aí que a gente volta para aquela pergunta: como eu desenvolvo a visão além do alcance?
Esse é um tema recorrente para a Administração e, principalmente, para o Coaching de carreira e o desenvolvimento profissional e de lideranças. As pessoas querem muito saber como desenvolver essa capacidade e, por causa disso, eu decidi compartilhar algumas coisas nas quais eu acredito.
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– em primeiro lugar, é preciso entender que a visão além do alcance não necessariamente diz respeito a algo esotérico, sobrenatural. Há pessoas que tem habilidades mediúnicas, de clarividência. Mas a visão além do alcance é algo bem palpável para todos.
– em segundo lugar, é importante dizer que a visão é um dos cinco sentidos do ser humano. Um sentido ajuda o outro, ou seja, a visão pode ajudar os outros sentidos, assim como os outros sentidos podem ajudar a visão. Mas também podem atrapalhar, e o sentido que mais atrapalha a visão é a audição. Quero dizer que, quanto mais barulho existir ao nosso redor, mais difícil será desenvolver a visão além do alcance. Quanto mais falamos, menos enxergamos. As pessoas que gostam de barulho terão mais dificuldade em desenvolver a sua visão. As pessoas que adoram o som da sua própria voz terão muita dificuldade para enxergar mais longe.
– outro ponto é importante é esse: a visão além do alcance surge quando adotamos algumas práticas simples. A meditação é uma delas, pois estimula o silêncio e a introspecção. Também contribui para melhorar o foco e a concentração no nosso trabalho. Também há pessoas que conseguem ter essa visão além do alcance quando realizam atividades bem diferentes do usual. Coisas que as distraem, como uma caminhada, mexer no jardim ou fazer outras atividades manuais – geralmente um hobby. É o que melhor funciona comigo.
– por fim, é importante dizer que a visão além do alcance não aparece do dia para a noite. E esse é o pior obstáculo para as pessoas que desejam desenvolver essa habilidade porque todo mundo tem pressa. Como qualquer competência ou habilidade ou qualquer objetivo que desejamos alcançar, a visão além do alcance é desenvolvida com o tempo, com dedicação e constância. Meditar só por um dia não vai resolver o problema, assim com ir na academia ou fazer dieta somente por um dia não vão te aproximar da sua forma física ideal.
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O Lion – o líder dos Thundercats – precisava da espada justiceira e do olho de Thundera para ter a visão além do alcance. Ou seja, ele precisava de uma ferramenta, de um artefato. Por incrível que pareça, essa também é uma dica legal. Encontre a sua ferramenta. Para alguns, pode ser uma caneta, uma régua, um souvenir qualquer. A miniatura de um objeto, enfim. Para mim, é uma pequena bolinha azul de borracha que eu gosto de apertar quando eu preciso me concentrar e quero ter ideias, quando quero ter a visão além do alcance.
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Fala, galera do Coachitório Online.
Confesso que bateu a saudade desse desenho animado. O lado positivo é que, graças à internet, conseguimos encontrar os episódios dessa série. Inclusive, falar sobre os Thundercats me deu outro insight: acho que em outro episódio eu vou falar sobre outro desenho animado que embalou a geração dos anos 1980: a Caverna do Dragão! Vamos ver no que vai dar.
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!
