• 7ª Temporada
  • Grandes Lições em Pequenas Frases II

  • Estamos começando uma nova temporada do Coachitório Online! A temática de uma temporada do podcast tem a ver com simbolismos e com metáforas. Tem a ver com encontrar uma forma de falar com o lado emocional das pessoas, pois assim elas se conectam e absorvem mais facilmente aquilo que o lado racional quer aprender e processar. Com esta temporada não será diferente! E a boa notícia é que vamos fazer uma releitura do tema da segunda temporada. Isso mesmo! A nova temporada do Coachitório Online irá trazer episódios que contam grandes lições em pequenas frases.

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176 – John Donne e o Trabalho em Equipe

Nenhum homem é uma ilha. Eu acredito que o trabalho de forma colaborativa é a essência do trabalho em equipe. Não existe trabalho em equipe quando as pessoas não cooperam umas com as outras ou quando o resultado final é uma espécie de Frankenstein, um simples ajuntamento do que cada uma das partes realizou. Trabalho em equipe tem a ver com ser responsável pelo todo e não apenas pela parte que lhe cabe. Significa dizer que ambientes de trabalho devem ser ambientes de colaboração.

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Transcrição do episódio "176 – John Donne e o Trabalho em Equipe"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

Vamos falar de:

TRABALHO EM EQUIPE

Nenhum homem é uma ilha.

Essa frase é de John Donne, poeta e pastor inglês que viveu entre os séculos 16 e 17. John Donne é mais um daqueles casos em que o artista é reconhecido depois da sua morte, pois suas poesias e textos somente viriam a ser publicados postumamente. Quando em vida, John tinha dificuldades financeiras justamente pelo fato do seu talento não ser reconhecido. Foram essas dificuldades que, de certa forma, o influenciaram a entrar tardiamente na vida religiosa. Tornou-se pastor quando tinha 43 anos e a profissão religiosa influenciou de forma significativa a sua obra.

A frase que dá título a este episódio é parte de uma reflexão mais ampla e um tanto profunda que John Donne fez sobre a morte. Em um texto de sua autoria, Donne dizia: “a morte de cada homem me diminui, porque sou parte da humanidade.” John Donne gostava muito desta frase, tanto é que ela foi escolhida para ser a sua epígrafe, registrada no túmulo em que foi enterrado na Inglaterra. Perceba que a frase da epígrafe de John Donne remete ao conceito do todo, de que ninguém é ou está isolado em si mesmo e tudo o que fazemos e pensamos afeta o todo, o ambiente que nos cerca.

Por isso que a frase que escolhi para o episódio de hoje nos ajudará a entender melhor o trabalho em equipe e, consequentemente, o papel da liderança. Ao afirmar que nenhum homem é uma ilha, John Donne passa uma mensagem muito clara contra o individualismo, o egoísmo e a tendência de que muitas pessoas têm em focar somente na competição ao invés da cooperação.

Antes de avançarmos no tema, é importante dizer que quando eu falo de cooperação e competição, não estou me referindo a abandonar um modelo competitivo para focar somente no jeito cooperativo de ser. Creio que certa dose de competição é salutar para o mercado, para as pessoas e para a Sociedade, desde que esta competição ocorra em condições de igualdade para que todos dela participam e que, principalmente, a vitória não faça com que tenhamos que pisar sobre os outros ou sermos desonestos só para alcançarmos os resultados desejados.

Eu acredito que o trabalho de forma colaborativa é a essência do trabalho em equipe. Não existe trabalho em equipe quando as pessoas não cooperam umas com as outras ou quando o resultado final é uma espécie de Frankenstein, um simples ajuntamento do que cada uma das partes realizou. Trabalho em equipe tem a ver com ser responsável pelo todo e não apenas pela parte que lhe cabe.

Este pensamento não é novo. Há tempos que se fala que as empresas e outros ambientes de trabalho são microculturas que se retroalimentam do comportamento das pessoas que ali vivem, trabalham, pensam, sonham e agem. Considerando-se que o trabalho é quase todo realizado por equipes, e não mais por pessoas isoladas, ambientes de trabalho devem ser ambientes de colaboração. Considerando-se a importância da construção do conhecimento como vantagem competitiva, ambientes de trabalho devem ser ambientes de aprendizado. Eis a melhor definição de empresas hoje: empresas são ambientes de aprendizado e de colaboração. 

Esta afirmação vai na essência da frase de John Donne, que dá título a este episódio. Nenhum homem é uma ilha, mas sim parte de um todo, de um continente. No entanto, um dos grandes desafios que as organizações têm enfrentado é como criar e manter equipes coesas e bem-sucedidas. Equipes não são formadas facilmente e exigem certas condições para se tornarem bem-sucedidas e eficiente e se uma organização consiste em indivíduos talentosos que não podem colaborar dentro de uma equipe, a contribuição da pessoa que atua como uma ilha será severamente limitada. 

Peter Senge, o criador da Quinta Disciplina e da teoria da Aprendizagem Organizacional ensina que equipes talentosas são formadas por indivíduos talentosos. Falamos bastante sobre Peter Senge nos episódios 53 e 152 do Coachitório Online e, em ambos os casos, ficou claro que a individualidade somente faz sentido quando o indivíduo é talentoso e usa o seu talento com o objetivo de elevar o desempenho de toda a equipe, fazendo com que todos aprendam e atuem de forma melhor. Neste sentido, os líderes podem usar mecanismos formais para garantir o compartilhamento das melhores práticas entre as pessoas da equipe, fazendo com que os funcionários conversem entre si dentro da equipe. Assim os líderes podem ainda encorajar a resolução de problemas de forma criativa e inovadora.

Então o desafio consiste em fazer com que o ser humano deixe de ser uma ilha e passe a fazer parte do todo, do continente. Nessa linha, novamente o autoconhecimento nos ajuda porque é por meio deste olhar para nós mesmos que passamos a saber como compreender, aceitar e utilizar as características de cada pessoa. Aproveitar as diferenças é sinal de inteligência. Estas diferenças consistem não somente em divergências de opiniões ou formas de pensar, mas sim diferenças na experiência, conhecimento, competências e até da cultura das pessoas. É um desafio e tanto, sobretudo para o líder, pois ninguém, nem mesmo o líder, sabe o que todas as pessoas de sua equipe pensam e como cada um pode contribuir para a melhoria da equipe. Novamente o autoconhecimento e também a inteligência emocional ajudam a criar as condições ideais para que as pessoas se sintam seguras para contribuir sem serem julgadas. 

Mas há aqueles que não querem trabalhar em equipe. Até querem fazer parte e se sentem seguros dentro de uma coletividade, mas estar em coletividade não significa que a pessoa estará trabalhando em equipe. Há pessoas que não prejudicam, mas que também não favorecem o trabalho em equipe. São neutras e esta neutralidade, por si só, já é prejudicial ao desempenho do todo. Também há as pessoas que jogam de forma contrária à equipe ou de forma contrária ao próprio líder. Seu desempenho ruim e desinteressado prejudica o desempenho de toda a equipe e, neste caso, deve ficar claro para todos (principalmente para o líder), que as pessoas que fazem parte de uma equipe problemática são parte do problema. 

Eu sei que esta é uma verdade difícil de engolir, mas se você se der conta de que trabalha em uma equipe que não funciona, cujos resultados são ruins, pode ter certeza de que há algumas pessoas contribuindo para esse insucesso. Pior ainda: certifique-se de que os dedos não sejam apontados para você quando alguém se propuser a identificar as causas da baixa performance da equipe.

Ao líder também é importante entender que não está fazendo nenhum favor a alguém se aceitar um desempenho medíocre de um membro da equipe. O resultado do líder é o produto que a sua equipe estiver disposta a entregar. Ao tolerar a mediocridade, o líder estará nivelando por baixo as expectativas que ele tem para com o desempenho de todos da equipe. Ironicamente, quando isso acontece o líder acaba dando para a sua equipe motivos suficientes para que as pessoas pensem da mesma forma sobre ele, nivelando por baixo o desempenho e tolerando a mediocridade do próprio líder. 

Fala, galera do Coachitório Online. 

O trabalho em equipe, de forma colaborativa, no qual todos aprendem e compartilham conhecimento e se ajudam mutuamente com a finalidade de alcançar o resultado desejado ou esperado pela organização é ainda a forma mais moderna de gestão de pessoas. Tanto é que no meio acadêmico, várias pesquisas no campo da Administração se dedicam a estudar que variáveis influenciam no desempenho da organização e a maioria delas passa por questões ligadas ao comportamento, ambiente, relacionamento e trabalho em equipe.

Mas eu quero ouvir você! Dá para afirmar que você trabalha em uma equipe ou você tem a sensação de que o seu ambiente de trabalho está muito mais para um monte de ilhas do que um continente? Ficarei feliz em receber o seu comentário.

E aproveito para lembrar que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que frase ou personalidade você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!