• 6ª Temporada
  • Temas Relevantes para Carreiras Importantes

  • Nossa missão é compartilhar conteúdos que influenciam positivamente as pessoas. Para isso é fundamental estarmos atualizados e termos à disposição informações e conhecimento que ajudem você. Esse ponto foi determinante para elegermos o tema da 6ª Temporada do Coachitório Online.Nesta nova temporada, traremos notícias, informações e fatos atualizados sobre pessoas, carreira e liderança. E mais do que isso, comentaremos cada assunto com o objetivo de mostrar como as informações abordadas podem alavancar a sua vida pessoal e profissional!

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152 – A empresa no divã

Lá nos anos 1990, surgiu uma teoria que afirmava que as empresas aprendem porque nelas há pessoas, que aprendem e aplicam o que sabem. Era uma questão lógica: se as pessoas aprendem e, se as pessoas estão nas empresas, é possível afirmar que as empresas aprendem também. Acontece que nos últimos anos tem outro fato se tornando cada vez mais verdadeiro: as empresas adoecem. E a lógica é a mesma, pois as pessoas estão adoecendo emocionalmente e, se elas estão nas empresas, é possível afirmar também que as empresas estão adoecendo. É chegada a hora de levar a empresa para o divã e cuidar da saúde emocional de quem nela trabalha!

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Transcrição do episódio "152 – A empresa no divã"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

A EMPRESA NO DIVÃ

Lá nos idos dos anos 1990, o escritor americano Peter Senge lançou o livro “A Quinta Disciplina”, no qual falava sobre aprendizagem organizacional. De forma resumida, o escritor afirmava que as empresas aprendem porque nelas há pessoas que estão aptas e dispostas a aprender. Utilizando um raciocínio dedutivo bem simples, Senge nos dizia que, se uma pessoa aprende dentro de uma empresa, a empresa também aprende.

É curioso e um tanto disruptivo olhar para uma empresa e vê-la como uma pessoa. No universo jurídico e contábil já chamamos as empresas de pessoas jurídicas, mas o que Senge propunha no seu livro é que as empresas são organismos vivos, com capacidade de aprender e evoluir. Até já tratamos desse tema aqui no Coachitório Online. Dedicamos o episódio #53, lá da terceira temporada, exclusivamente para falarmos sobre a Quinta Disciplina de Peter Senge.

Olhar para as empresas como organismos vivos não é uma exclusividade de Peter Senge e tampouco foi ele quem lançou essa ideia. Desde que Charles Darwin apresentou a teoria sobre a origem e evolução das espécies, alguns teóricos e pesquisadores começaram a encontrar paralelos importantes entre o que acontece na Biologia e o que acontece nas empresas e na sociedade. Isso nos permite afirmar que Peter Senge estava certo: empresas aprendem porque nelas há pessoas que aprendem. Mas é justamente por conta disso que eu faço outra afirmação: empresas adoecem porque nelas há pessoas que também adoecem. Infelizmente!

Estou falando de adoecimento emocional, do tipo que a gente somente consegue resolver com o auxílio de terapeutas especializados. As pessoas estão cada vez mais adoecidas emocionalmente e isso tem feito com que as empresas também adoeçam. Mas, finalmente, a empresa está no divã! Demorou muito tempo para que as empresas admitissem a necessidade de buscar ajuda profissional para si própria, ou melhor, para as pessoas que trabalham nas empresas.

Numa primeira olhada, pode parecer esquisito imaginar uma empresa no divã, buscando terapia. Tão esquisito quanto era, há 30 anos, imaginar que as empresas aprendem. Só que no que diz respeito à aprendizagem das empresas, as pessoas logo se tocaram que toda aquela mensagem de Peter Senge fazia sentido e rapidamente decidiram procurar formas de gerenciar o conhecimento que era gerado dentro das organizações. Só que no que diz respeito à saúde emocional das pessoas e da própria empresa, relutamos muito em admitir que faz tempo que estamos precisando de ajuda.

Mas a boa notícia é que as empresas têm começado a olhar para esse assunto de uma forma muito séria. Muitas empresas têm feito investimentos importantes em treinamentos comportamentais, desenvolvimento de lideranças em metodologias ligadas ao autoconhecimento e evolução pessoal e profissional. Muitas têm, até, viabilizado ou estimulado seus colaboradores a realizar terapias com Psicólogos.

Tem uma matéria publicada pela revista Você S.A. que vem ao encontro de tudo isso que comentei até aqui. A matéria informa que a procura por terapia triplica nas segundas-feiras. Até um tempo atrás a segunda-feira era o dia mundial de começar uma dieta, de começar a ler aquele livro, de se matricular na academia e por aí vai. A maioria esmagadora dessas promessas era (ou ainda são) em vão. Mas felizmente me parece que quando o assunto é terapia, o pessoal está levando o assunto muito a sério.

Segundo a matéria, em março de 2020, quando eclodiu a pandemia, houve um pico nas buscas pelo termo “terapia” no Google. A partir desse período, a procura pelo termo “atendimento online” dobrou no Google, em comparação com os meses anteriores. A matéria também mostra que o percentual de mulheres que procura por terapia é três vezes maior do que o de homens. Mas se engana quem pensa que isso tem a ver com fragilidade feminina ou instabilidade emocional do suposto “sexo frágil”. Muito pelo contrário: a busca por terapia envolve uma etapa essencial que ocorre antes desse processo, que é ter coragem para admitir que algo está errado e que precisamos de ajuda.

Falo isso por mim mesmo, porque faço parte da estatística da parcela minoritária dos homens que procurou por terapia em 2020 para lidar com questões pessoais que se tornaram ainda mais exponenciais por conta da pandemia. Então eu posso dizer que é preciso ter força e coragem para reconhecer a necessidade de ajuda e partir em busca dela.

A matéria da revista Você S.A. também explica que ainda há fatores culturais que fazem com o que o sexo masculino pense que as questões emocionais são secundárias ou que cada um tem que resolver sozinho os seus problemas. Já imaginou o que os outros vão pensar de mim se souberem que estou indo na terapia? Pois é, eu fui, comentei com várias pessoas, e ninguém achou ruim.

Áudio de uma Psicóloga

Sobre a alta demanda na busca por terapia nas segundas-feiras, a matéria explica que as pessoas costumam ver nesse dia da semana uma referência ao recomeço, um retorno ao cotidiano, ao trabalho e às responsabilidades. É a mesma linha de raciocínio que estimula a pessoa a começar a dieta ou a atividade física na segunda-feira. Apesar de todo dia ser propício para um recomeço, parece que a segunda-feira ainda exerce um efeito importante sobre nós.

Esse assunto de que a empresa está no divã ainda vai ficar muito tempo no nosso noticiário. E tomara que fique, pois quanto mais falarmos sobre isso, mais estaremos ajudando a quebrar os paradigmas que existem em torno do tema. Só que eu me ponho a pensar também sobre as causas e as possíveis soluções para o nosso adoecimento emocional. Não quero acreditar que o “novo normal” faça com que a gente tenha que conviver eternamente com a correria, falta de tempo, bombardeio de informações, cobranças (de si mesmo e dos outros), enfim, com tanta coisa que nos faz mal. Penso que algo precisa ser feito para rompermos esse ciclo.

É por isso que outro artigo, também publicado na revista Você S.A., chamou minha atenção. Esse artigo, publicado em dezembro do ano passado, trazia uma sugestão de cinco livros para presentearmos ou pedirmos de presente para o último Natal. Até aí, tudo bem! O mais interessante foi perceber que dois dos cinco livros sugeridos abordam a nossa saúde mental.

Um dos livros se chama “Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado”, de autoria de Ana Beatriz Barbosa Silva. O livro explica que há psicopatias de diversos graus e que muitas pessoas que são psicopatas vivem entre nós, inclusive no mundo corporativo. O livro também traz comentários sobre líderes que agem como psicopatas dentro das organizações. Não, não é que eles matam pessoas ou agem como serial killers. Mas os psicopatas organizacionais acabam minando a nossa saúde emocional, assediando moral e psicologicamente as pessoas. Ainda não li esse livro, mas definitivamente entrou na minha lista de leitura para este ano.

O outro livro da lista é bem recente e ainda não tem na versão em português. Mas vale o comentário. Em uma tradução livre, o título é: “Estou muito cansado: um plano comprovado para derrotar o burnout, aumentar a sua energia e recuperar a sua vida.” O livro foi escrito pela americana Amy Shah é médica e com especializações em vários tipos de terapia que visam o atendimento da saúde emocional das pessoas.

A matéria avisa que o livro vale a pena só pelo fato de tratar do burnout, que é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema. Também chamada de síndrome do esgotamento profissional, é um dos transtornos que mais tem levado as pessoas e as empresas para o divã.

Coincidência ou não, é impossível não notar o quanto a saúde emocional das pessoas que trabalham na empresa está recebendo mais atenção não só da mídia, mas principalmente das organizações. Na realidade, eu penso que isso reforça a tese de que as empresas são organismos vivos, pois um organismo vivo que está doente procura ajuda, sob pena de não resistir e sucumbir aquilo que está lhe fazendo mal. E tudo começa com a gente. Então, se algo não está OK em nossas vidas, temos que reconhecer e procurar ajuda para reconhecermos a origem do que nos faz mal.

Fala, galera do Coachitório Online. 

Eu tenho para mim que em um futuro não muito distante as mulheres serão a maioria nos cargos de liderança. Já são maioria nas salas de aula de diversos cursos e em diversos ambientes organizacionais. Mas além do fato de estarem estudando mais, as mulheres serão a maioria nos cargos de liderança principalmente porque estão cuidando da sua saúde emocional. Coisa que os homens estão deixando de lado. O mais curioso é que há cerca de um século atrás o escritor Dale Carnegie já avisava que os maiores sucessos profissionais se originam da nossa habilidade de liderar pessoas.

Mulheres serão a maioria nos cargos de liderança. Quem viver, verá!

Mas eu quero ouvir você. Deixe a sua mensagem em nossas redes sociais ou escreva para fabiano@ponteaofuturo.com.br Ficarei muito feliz com a sua mensagem.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!

Fontes:

https://vocerh.abril.com.br/politicasepraticas/procura-por-terapia-triplica-as-segundas-feiras/

https://vocerh.abril.com.br/coluna/isis-borge/cinco-livros-para-presentear-ou-pedir-neste-final-de-ano/