• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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138 – Saiba começar de baixo

Ninguém nasce sabendo! Já ouviu esta frase? Embora ela seja verdadeira para todos os seres vivos, há aqueles que acham que já nascem sabendo de tudo e assim deixam de passar por etapas essenciais para a sua formação social e profissional. Há aqueles que deliberadamente preferem pular etapas e desejam se tornar mestres sem ter passado pela fase de aprendiz. É importante saber começar de baixo, pois só assim a gente reconhece e valoriza a dedicação daqueles que chegaram lá graças aos seus próprios méritos e esforços.

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Transcrição do episódio "138 – Saiba começar de baixo"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

SAIBA COMEÇAR DE BAIXO

Você já deve ter ouvido falar naquelas expressões que nos ensinam que errar é humano e que ninguém nasce sabendo e não há como discordar de que elas representam a mais pura verdade. Todo mundo comete erros, justamente porque não nascemos sabendo das coisas. Cometer erros e desejar saber das coisas formam a base para a aprendizagem, que é a mais natural das atividades humanas. Aprender é uma parte essencial de nossa experiência e algo que, como indivíduos, fazemos durante toda a nossa vida. A aprendizagem não só é algo natural, como também é comum a todos os seres vivos. Cada ser vivo irá aprender ao longo da sua vida de acordo com o seu grau evolutivo e diante dos desafios que o ambiente lhe apresenta. Desde as formas mais simples de vida até os organismos mais complexos, a aprendizagem é algo natural, ou melhor, essencial para a adaptação e sobrevivência ao meio ambiente.

A aprendizagem é algo tão importante para a vida que o termo deixou de ser aplicado somente aos organismos vivos no sentido biológico e passou a ser utilizado no meio organizacional. Peter Senge usou o termo “aprendizagem organizacional” para se referir à capacidade que as empresas têm para aprender por meio das pessoas que nelas trabalham. Conceitos como capital intelectual e até a adaptação e seleção de Charles Darwin são cada vez mais utilizadas no meio organizacional para mostrar que as empresas também são organismos vivos que precisam aprender continuamente para lidar com os desafios que o ambiente lhes apresenta, afinal de contas, a organização é um sistema complexo capaz de aprender e de adaptar-se continuamente.

Mas eu quero focar no processo de aprendizagem individual, aquele pelo qual cada um de nós precisa passar para adquirir conhecimentos e experiência a fim de podermos crescer e evoluir pessoal e profissionalmente, até porque um dos aspectos mais ricos da aprendizagem é poder reconhecer e aproveitar as oportunidades que a vida traz. Quem sabe aprender, alarga seus horizontes, explora alternativas, conquista fronteiras e pode ir cada vez mais longe.

Mas ninguém nasce sabendo! Está lembrado desta frase? Pois é, embora ela seja verdadeira para todos os seres vivos, há aqueles que parecem que já nascem sabendo de tudo e assim deixam de passar por etapas importantes, ou melhor, essenciais para a sua formação social e profissional. Há aqueles que deliberadamente preferem pular etapas e desejam se tornar mestres sem ter passado pela fase de aprendiz. Essa atitude faz com que importantes lições deixam de ser aprendidas por aquele que é apressado demais para aprender ou arrogante demais para reconhecer que precisa passar por todas as fases de aprendizagem. Assim, esse que deseja pular etapas acaba pulando também oportunidades de mostrar e explorar ainda mais o seu potencial.

Em um sentido mais acadêmico, costumamos afirmar que o aprendizado ocorre em dois níveis: o primeiro é o aprendizado operacional, que representa a aprendizagem no nível prático, em que a pessoa se dedica a aprender as etapas necessárias para completar uma determinada atividade; o segundo nível é o aprendizado conceitual, que tem a ver com explorar melhor a maneira como as coisas são feitas a fim de propor melhorias e inovações. É verdade que cada vez mais, em espaços menores de tempo, o ser humano precisa aprender, evidenciando um processo de aceleração da aprendizagem. Mas ainda assim, acelerar não significa pular as etapas que são essenciais ao nosso desenvolvimento.

O problema é que muitos preferem pular a etapa do aprendizado operacional, mostrando muita pouca vontade de conhecer a fundo as atividades que precisam ser feitas. Preferem partir direto para a parte da crítica, que questiona a atividade, propõe mudanças e não se conforma com a forma como as coisas estão sendo feitas. Até aí tudo bem, pois uma dose de inconformismo pode gerar um impulso criativo e inovador que é bem-vindo para toda e qualquer empresa. Só que muitos desses que se propõem a questionar o sentido da aprendizagem operacional o fazem somente porque não percebem que essa aprendizagem é importante para a sua ascensão profissional e até para desenvolver a sua capacidade de contribuir com a melhoria da empresa.

Ou talvez o problema seja outro. Talvez o problema esteja no fato de que as pessoas não queiram mais começar de baixo. Mas essa impaciência pode ser reflexo do mundo acelerado em que vivemos ou por sermos bombardeados por perfis em redes sociais que mostram que há pessoas supostamente mais bem-sucedidas que nós em todos os campos da vida. Ocorre que, ao invés de filtrarmos esse tipo de mensagem ou até de questionarmos o grau de esforço daquele que proclama seu próprio sucesso, queremos logo chegar lá para também podermos ostentar o nosso sucesso para alguém, ignorando completamente o fato de que a falta daquelas etapas básicas de aprendizagem vão comprometer a sustentabilidade daquilo que alcançamos.

Para as pessoas que se identificam com essa situação, vai aqui uma notícia importante: as pessoas estão sendo selecionadas pelas empresas menos pelo que já sabem fazer e mais pelo que podem e querem aprender a fazer, ou seja, por sua disponibilidade para aprender, para construir conhecimento de modo compartilhado. As pessoas que crescem no meio organizacional são aquelas que também se desenvolvem, e esse desenvolvimento diz respeito a saber que não irão receber tudo pronto e mastigado e que será necessário saber onde desejam estar e então dedicar um esforço para chegar lá. As pessoas que crescem de forma sustentável em sua carreira são as que estão dispostas a aprender.

Eu até poderia defender esse argumento sob uma ótica espiritual, pois algumas Escrituras Sagradas ressaltam a importância do aprendizado ao longo da vida como parte da busca por perfeição, mas eu prefiro manter o argumento em uma linha bem simples e um tanto quanto lógica e racional: devemos aprender mais para prosperar mais, pois quanto mais conhecimentos adquirimos, mais poderemos crescer. Aquele que busca aprender mais sobre seu trabalho ou carreira sempre será recompensado e estará trabalhando para não se tornar o verdadeiro analfabeto do século 21, que é aquele que não quer aprender e tampouco desaprender para reaprender.

Só que essa falta de vontade de começar de baixo acontece não só com as pessoas, mas também com as empresas. Há uma certa lógica nisso, pois se as organizações também podem ser consideradas como organismos vivos que podem aprender, também é possível afirmar que há empresas que não estão dispostas a começar de baixo. É fato que há empresas que nascem grandes e e bem-sucedidas e o único ponto a se observar é a que custo esse crescimento foi alcançado e a que custo esse crescimento deve ser mantido. Em alguns processos de Coaching, muitos profissionais bem-sucedidos comentam comigo que manter-se no topo da carreira é bem mais difícil do que chegar no topo.

Isso acontece porque pessoas e empresas que estão no topo estão mais propensas a parar de aprender porque é mais fácil continuar o mesmo caminho de sempre e continuar fazendo as coisas do jeito que sempre foram feitas. Verdade seja dita, a chegada no topo simboliza um sucesso merecido. Mas esse sucesso traz consigo uma sensação sedutora de zona de conforto que pode ser prejudicial para as pessoas e as empresas no médio ou longo prazo.

Muitas dessas pessoas ou empresas raramente experimentaram o fracasso e, por não conhecerem o fracasso, não têm a oportunidade de aprender com ele. Quando algo dá errado, tendem a rejeitar críticas e a colocar a culpa em outros. Ou seja, reduzem a sua capacidade de aprender logo quando dela mais precisam, o que faz com que se isolem em si mesmas com a falsa sensação de que estão certas e de que todos os outros estão errados.

Por isso que é importante saber começar de baixo, pois nunca sabemos quando vamos nos deparar com um revés em nossa carreira que vai fazer com que a gente tenha que começar de baixo novamente. Se isso acontecer, fica a dica: comece de baixo e não pule as etapas de aprendizagem necessárias ao crescimento e desenvolvimento, porque talvez sejam esses os aprendizados que vão lhe manter no topo quando você chegar lá.

Fala galera do Coachitório Online!

Eu penso que costumamos errar mais nas coisas que já conhecemos do que naquelas que desconhecemos, porque quando somos colocados diante de uma situação que não conhecemos podemos optar entre fugir ou aprender o que for necessário para lidar bem com o desconhecido. Por outro lado, é justamente quando lidamos com coisas que já conhecemos que costumamos errar com mais facilidade porque não damos a devida atenção ou importância para aquilo que estamos fazendo. Acabamos fazendo muita coisa no piloto-automático e essa atitude pode fazer com que a gente erre nas coisas que mais dominamos.

Então deixa eu lhe fazer uma pergunta: o que você mais deseja aprender nesse momento da vida? É um aprendizado operacional, um aprendizado conceitual ou algo mais ligado ao comportamento ou ao autoconhecimento? Quero ouvir você! Compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!