• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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104 – Quem está disposto a ouvir?

Estamos numa época em que o fácil acesso ao mundo virtual tem facilitado a democratização da informação. Hoje em dia, toda e qualquer pessoa pode falar, expor seu ponto de vista, criticar e analisar aquilo que é escrito por alguém. Mas, será que a pessoa que tanto fala e emite opiniões também está disposta a ouvir? Numa era em que é tão fácil comunicar – ou melhor, falar – estar disposto a ouvir é um grande exercício de humildade e paciência.

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Transcrição do episódio "104 – Quem está disposto a ouvir?"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

QUEM ESTÁ DISPOSTO A OUVIR?

Você já reparou que a busca por curtidas e comentários nas redes sociais é cada vez maior? Cada vez mais eu ouço pessoas falarem sobre a necessidade de fazer um detox virtual, eliminando sua conta em certas redes sociais ou simplesmente não dando mais muita atenção para o que acontece no mundo da internet. Conheço algumas pessoas que fizeram isso e que falaram que o resultado foi muito bom.

Mas, calma lá! Não estou aqui fazendo apologia ao fim das redes sociais. Muito pelo contrário, pois eu aprecio os benefícios que a tecnologia traz para cada um de nós e tudo o que precisamos fazer é encontrar moderação com relação à forma como utilizamos as redes sociais. Veja bem: eu me referi à forma como utilizamos as redes sociais, e não necessariamente o tempo que dedicamos para elas. Digo isso porque eu acredito que pior do que a quantidade de tempo que dedicamos às redes sociais é o que estamos consumindo e produzindo dentro dela.

Estamos numa época em que a democratização da informação por meio do fácil acesso ao mundo virtual tem feito com que toda e qualquer pessoa possa falar, expor seu ponto de vista, criticar e analisar aquilo que é escrito por alguém. É o exercício do direito universal à liberdade de expressão, que em muitos lugares ainda é restrita ou vigiada. Estamos vendo e vivendo o surgimento da era da informação à medida que se intensificam os meios de comunicação e com isto percebe-se um salto na quantidade de informação que trocamos uns com os outros.

Os benefícios destes fenômenos chamados internet e redes sociais são imensos. Temos uma liberdade de expressão jamais vista e a comunicação com as outras pessoas também tem se tornado mais fácil. Tudo isso acontece porque o acesso facilitado ao mundo virtual acaba estimulando cada pessoa a manifestar o seu ponto de vista, a compartilharmos pontos de vista de outras pessoas e a analisar, ainda que superficialmente, todo e qualquer fenômeno social, político e econômico que acontece ao seu redor.

Conforme aumenta o acesso aos meios virtuais de comunicação, aumenta a quantidade de pessoas dispostas a emitir as suas opiniões, bem como aumenta o número de pessoas dispostas a discutir com qualquer um que atravesse o caminho com uma opinião diferente. A quantidade de opiniões e comentários colocados nas redes sociais aumenta diariamente, mas eu fico me perguntando: será que a quantidade de pessoas dispostas a ouvir, a refletir, a mudar de opinião ou mesmo calar-se diante de determinados assuntos aumenta na mesma proporção? Eu acredito que não, porque hoje em dia tem muita gente falando e pouca gente disposta a ouvir. Essa prepotência intelectual pode matar boas ideias e bons projetos.

As pessoas têm perfis comportamentais diferentes. Há aqueles que são predominantemente comunicadores e por conta disto têm uma necessidade muito maior de serem ouvidos do que de ouvir. E há aqueles que têm um perfil mais analítico e comedido, que preferem mais ouvir do que falar. E as pessoas exercitam sua comunicação a sua maneira transitando livremente entre esses dois extremos. Nós até já falamos sobre esse assunto lá no episódio #52 do Coachitório Online.

Porém, no mundo virtual o que se observa é uma dinâmica bem diferente. A maioria das pessoas faz uso de sua capacidade de expressão para falar ou opinar a respeito de todo e qualquer assunto. Mas parece que é pequeno o número de pessoas dispostas a internalizar ou ao menos refletir sobre a opinião de outros. É como se no mundo virtual assumíssemos um avatar, uma personalidade diferente que nos permite (ou que nos encoraja) a assumir uma postura mais comunicadora e até agressiva. E eu acredito que isto seja verdadeiro porque ferramentas ou tecnologias que permitem nos privarmos do contato real com pessoas reais acabam também fazendo com que a gente se esconda atrás de uma máscara, de uma personalidade diferente daquela que temos na vida “normal”.

É neste momento que eu sempre me pergunto qual é a verdadeira personalidade daquele ser humano: aquela que a gente conhece no dia-a-dia ou aquela que a gente vê nas redes sociais.

E assim, no mundo virtual, é que surgem os maiores ruídos que prejudicam os processos de comunicação. A comunicação é um processo composto de emissor, receptor, mensagem e veículo e, para termos sucesso nesse processo, é importante preservarmos a integridade de cada uma destas partes. Só que tem outra parte, que talvez seja a mais importante e também a mais negligenciada de todas: o feedback.

O feedback é uma das inquestionáveis habilidades que todo líder deve ter. Mas a habilidade de dar e receber feedback deve ser desenvolvida em todos, porque é o momento em que talvez seja falada a verdade sobre o meu desempenho que eu não queira ouvir, mas que é exatamente a que eu preciso ouvir. O feedback não é simplesmente retrucar o que foi dito, mas sim internalizar a informação recebida e devolvê-la ao emissor de uma forma enriquecida. Quando isso acontece, é sinal de que ouvimos o que foi dito. Feedback é diálogo construtivo, é conversa. Só que muita gente acredita que o ato de comunicar é uma via de mão única. Ou seja, apenas falamos. A comunicação vai e não volta porque não temos o interesse de ouvir.

Mas quem está disposto a ouvir? Numa era em que é tão fácil comunicar – ou melhor, falar – estar disposto a ouvir é um grande exercício de humildade e paciência. A ânsia de opinar sobre tudo muitas vezes se sobrepõe à necessidade de conhecer e analisar melhor os fatos. Muito embora o escritor e conferencista brasileiro Ricardo Semler afirme, com toda razão, que raras são as pessoas muito inteligentes que sabem ouvir melhor do que falar, é fundamental saber reconhecer o momento de calar e ouvir aqueles que têm conhecimento de causa sobre um determinado assunto.

Só que muita gente prefere ouvir o som da própria voz, ser o centro das atenções e dar a entender que sabe de tudo, sobre tudo. É por isso que eu gosto daquela frase do ex-presidente americano Abraham Lincoln, que diz: é melhor ficar calado e deixas as pessoas pensando que você é um tolo do que abrir a boca e fazer com que elas tenham certeza disso.

Só que além de ser uma forma de compartilhar conhecimento e contribuir para o crescimento das pessoas e das empresas, a comunicação é um ato de acolhimento. Ouvir alguém é um ato de respeito, pois ao darmos ouvidos atentos a uma pessoa estamos também dando o nosso tempo, que é muito precioso. Ouvir uma pessoa é um sinal de que nos importamos com ela. Vou além: ambientes onde a boa comunicação impera são, sem dúvida, ambientes onde todos querem estar. São ambientes mais produtivos e humanizados.

E já que cada vez mais se fala em humanizarmos os relacionamentos organizacionais, é fundamental desenvolvermos a nossa capacidade de comunicação. Refiro-me à comunicação verdadeira, aquela que contempla o ato de falar e ouvir em toda a sua essência, pois só assim conseguiremos manter um relacionamento interpessoal positivo. E, de preferência, que essa comunicação se processe ao vivo e a cores, olhando no olho do interlocutor.

Fala galera do Coachitório Online!

Faz sentido para você que videogames, relacionamentos virtuais online e comunicação que dispensa a voz e o olhar estão substituindo o contato face a face na vida real? São sinais de uma sociedade com problemas. A vida online, embora seja interessante e até necessária para a nossa vida, também pode ser vista como uma bandeira vermelha que sinaliza o perigo e nos diz como estamos fora da rota para uma vida rica, saudável e significativa.

Diante disso, eu tenho uma pergunta: a comunicação virtual, as redes sociais e os relacionamentos online são mais benéficos ou prejudiciais para as pessoas? Por quê? Pense a respeito desta questão e, se fizer sentido para você, compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br

Tenho outro pedido para você: sabe aquele episódio que te marcou, aquele que você mais gostou? Pois é, compartilhe este episódio com os seus amigos nas suas redes sociais. E lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online.

Esse é o Coachitório Online. Obrigado a você que sempre acompanha os episódios semanais do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Eu te convido conhecer todas as temporadas do nosso podcast e também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo!

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!