Transcrição do episódio "150 – Previsões para 2022 – Parte 2"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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PREVISÕES PARA 2022 – PARTE 2
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No episódio da semana passada eu trouxe alguns dados interessantes que foram divulgados pelo relatório Big Ideas 2020. Esse relatório foi publicado no final de 2019, um pouquinho antes do surgimento da Pandemia e o que torna esse trabalho interessante é justamente conhecer a forma como vários especialistas olhavam para década que estava começando, sem ter ideia de que o Covid-19 mudaria muitas coisas que lá estavam previstas.
Então, se você não ouviu o episódio anterior, peço que você ouça primeiro aquele antes de continuar com a gente nesse episódio. Talvez você descubra que algumas previsões feitas antes da Pandemia não mudaram tanto assim. Na realidade, penso que algumas coisas tenham sido aceleradas e outras aconteceram, mas não da forma como esperavam. Por isso que no episódio de hoje o relatório Big Ideas 2020 será novamente o centro das nossas atenções e vou comentar mais alguns fatos interessantes que os especialistas estavam prevendo para esta década
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Uma previsão que chamou minha atenção foi a de que o benefício mais desejado no trabalho será o tempo! Faz sentido para você que, entra ano e sai ano, continua sendo comum usarmos expressões como “estou na correria” ou “estou sem tempo” ou “não consigo tirar tempo nem para comer” e coisas parecidas com essa? Eu confesso que realmente gostaria de saber onde foi parar o tempo de todo mundo. Inclusive o meu. Acho até que essa é a pergunta de 1 milhão de dólares.
Bom, devo confessar também que eu torço um pouco o nariz quando as pessoas falam que precisamos ter uma gestão melhor do tempo. Claro que o tempo é um recurso precioso do qual precisamos cuidar, mas eu prefiro pensar que nosso problema não é gestão do tempo, e sim gestão de prioridades. A maioria das pessoas não fica à toa durante o dia. Trabalham e estudam e fazem diversas atividades que trazem a elas a ilusão de que o seu dia foi produtivo e agregou algo para elas, para a sua carreira ou para a empresa onde trabalham.
Mas se olharmos atentamente, muitos de nós estamos apenas nos mantendo ocupados, vendo o relógio passar. Vamos colocando coisas na nossa agenda que não são prioridades, e, quando nos damos conta, dizemos que não temos tempo para o restante das coisas. Falta tempo para a atividade física, para ir à igreja, para namorar, para ter vida social ou para simplesmente não fazer nada (aliás, devemos ter tempo na agenda para não fazer nada mesmo).
Mas para falar melhor sobre esse assunto eu quero trazer a voz de um especialista. Irá falar conosco o Alexandro Rodrigo de Sá, gestor da área de Recursos Humanos de uma grande empresa do ramo têxtil de Santa Catarina. Ele também é palestrante e autor do livro “100 drops de hiperprodutividade”. Vamos ouvir o que ele tem a nos ensinar sobre o tema.
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Já tem um tempinho que surgiram várias iniciativas de empresas que estão promovendo jornadas de trabalho flexíveis ou reduzidas na Europa e Estados Unidos e inclusive no Brasil. Antes da pandemia, o Santo Graal do trabalho seria a questão do Home Office, que entrou nas nossas vidas de maneira forçada por conta da pandemia. Jornadas flexíveis ou reduzidas e home office seriam os grandes remédios para a nossa falta de tempo. Mas, adivinhem só: aquilo que poderia nos libertar e fazer com que tivéssemos mais tempo para nós acaba nos tornando ainda mais escravos do relógio. O problema não é falta de tempo. É não sabermos estar no momento presente e fazer o que precisa ser feito naquele momento. Nossa dificuldade é não saber reconhecer e gerir as nossas prioridades e se dedicar para elas no momento que for necessário.
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Outra previsão publicada pelo relatório Big Ideas 2020 que se cumpriu e, infelizmente, superou as previsões, tem a ver com a nossa saúde mental. Segundo o relatório, começaremos a falar mais abertamente sobre a nossa saúde mental no local de trabalho porque estaremos cada vez mais emocionalmente adoecidos. Desnecessário dizer que o que acelerou esse processo foi a onipresente Pandemia (e pronto, lá fui eu de novo falar desse assunto, que insiste em ficar na pauta). Mas não dá para fechar os olhos para o tema da saúde mental.
Segundo o relatório, às vésperas do ano de 2020 a depressão e a ansiedade custavam à economia global cerca de 1 trilhão de dólares a cada ano, segundo um dado da Organização Mundial da Saúde. Esse é um problema cada vez mais real. Para os colaboradores, uma necessidade crescente. Para os empresários, um grande desafio para atrair e desenvolver seu capital humano. Só que não é só a Pandemia que está acelerando a necessidade de falarmos sobre esse tema. Tem outro fator muito positivo que está fazendo com que alguns paradigmas sejam quebrados no que diz respeito à saúde mental: as novas gerações.
As gerações mais jovens querem falar sobre o assunto. Querem estar em uma empresa que possa oferecer mais do que salário, vale-transporte e benefícios. Mais do que isso: querem estar em um lugar que oferece mais do que uma mesa de ping-pong e puffs para descansar na hora do almoço ou desestressar. As pessoas mais jovens querem estar em lugares em que a liderança esteja disposta a ouvir. Querem estar em empresas que possam lhes auxiliar em como lidar com problemas como ansiedade, depressão, TOC e tudo mais.
Mas tem outra coisa da qual eu tenho certeza absoluta: não são só as gerações mais novas que querem isso. As gerações anteriores, o pessoal da minha idade, também quer. O fato é que essa necessidade ficou abafada por anos, pois por muito tempo a necessidade de pedir ajuda para tratarmos da nossa saúde mental ou de apenas falar sobre o assunto foi vista como frescura ou sinal de fraqueza. Herança de uma Sociedade machista, mecanicista e orientada puramente para o resultado. O resultado continua sendo importante, mas não podemos ficar doentes por conta disto.
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Tem outra previsão que eu quero compartilhar com vocês, cujo impacto aumentou muito nesses últimos dois anos. O relatório Big Ideas 2020 afirmou que começaremos a questionar o valor do trabalho. Não, não me refiro a questionar o salário que as pessoas ganham (muito embora esse seja um assunto de grande importância). Estamos falando de propósito, de encontrar um sentido no que fazemos. E para entendermos melhor isso, é preciso voltar um pouco na História.
Lá por volta dos anos 1600 houve a Primeira Revolução Industrial. A invenção do motor a vapor permitiu a mecanização dos equipamentos manuais utilizados pela indústria da época. Isso permitiu um aumento absurdo na capacidade produtiva das empresas. Máquinas viraram produtos e, quem tinha dinheiro, comprava e começava a produzir. Mas para isso era preciso de mão-de-obra e aí teve início um dos maiores movimentos migratórios da História, que fez com que as pessoas deixassem as difíceis condições da vida no campo e no interior com destino às cidades grandes para encontrar vidas tão ou mais difíceis a que tinham.
Não sei se você sabe, mas o jeito que a gente vive e trabalha foi moldado há cerca de 400 anos e temos repetido esse modelo desde então. Claro que as condições de vida e trabalho melhoraram muito e não vejo como mudar esse modelo de trabalho em curto espaço de tempo. Mas a pandemia (olha ela de novo) fez com que as pessoas começassem a questionar o sentido do que fazem. Falo por experiência própria: a quantidade de pessoas que atendi e com quem conversei dentro das empresas e que estão em dúvidas com relação a sua carreira e ao seu trabalho é cada vez maior. Muitos sentem-se presos a uma espécie de buraco negro, sem forças para sair. Na realidade, com o perdão do trocadilho, o buraco negro é mais embaixo: não é só sair, mas, sair para onde?
As pessoas querem trabalhar! Ou melhor, querem se sentir produtivas e terem a certeza de que estão entregando algo que agregue valor à Sociedade e para si mesmas. As pessoas querem ver o valor do seu trabalho e eu não tenho medo de afirmar que esse desejo será cada vez mais presente. Caberá às empresas encontrar uma forma de tornar isso mais visível por meio da sua missão, visão e valores.
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Fala, galera do Coachitório Online.
Previsões ou realidades! Quem sabe? O que importa é o que vamos fazer com tudo isso. Eu acredito que previsões são, na realidade, induções. Pode ser que aquele que prevê algo está somente manifestando uma possibilidade e, ao agir assim, esteja induzindo as pessoas a agirem desta forma. Fica a dica: nem toda a previsão se concretizará se optarmos por usar o nosso livre arbítrio para fazer com que as coisas sejam diferentes, para melhor.
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!
Relatório: Big Ideas 2020.
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/20-grandes-ideias-que-mudarão-omundo-em-2020-rafael-kato