Transcrição do episódio "194 – Mahatma Gandhi e os Resultados"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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Vamos falar de:
RESULTADOS
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Vencer por meios que não acredito me trazem resultados que não preciso.
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Resultados a qualquer custo. O fim justificando os meios. O que importa é alcançar os objetivos, sem se preocupar com a forma como os resultados serão alcançados. Pois é! A internet está povoada de “mentores” ou “influenciadores” que nos dizem, de forma direta ou subliminar, que o negócio é vender mais, é o resultado, é chegar lá antes de todo mundo ou, pior do que isso, apesar de todo mundo e por cima de todo mundo. E nós ficamos aqui, olhando para essa pregação constante de que o resultado é o que mais importa e acabamos esquecendo que há questões éticas que envolvem o meio, a forma como fazemos o que devemos fazer.
Agora há pouco eu citei a expressão “o fim justificando os meios”. É uma menção ao maquiavelismo, termo que foi criado para se referir ao ato de querer obter resultado a qualquer custo, sem se importar se a forma como esse resultado será alcançada será ética ou legítima, tampouco sem se importar com os danos que a pessoa provoca enquanto trilha o caminho para o resultado. O termo “maquiavelismo” foi cunhado em uma “homenagem” a Nicolau Maquiavel que, supostamente, teria dito que o fim justifica os meios. Repare que eu coloquei a palavra homenagem entre aspas e te digo por que. Há dois motivos: o primeiro é que realmente é um presente de grego ter seu nome associado a algo que não é tão positivo; o segundo é justamente porque essa homenagem é indevida, pois não há relatos de que Maquiavel tenha, algum dia, dito essa frase.
Independente disso, o termo pegou e o que importa é o seu significado. Ao acreditarmos que o fim justifica os meios, estamos ignorando propositadamente os impactos negativos que causamos na busca desenfreada por aquele objetivo. Ignoramos o mal que eventualmente fazemos para os outros, para o ambiente e para nós mesmos. Ignoramos regras, leis, o bom senso sob a justificativa de que o resultado é o que importa. E é bem nesse momento que cometemos o maior de nossos erros, pois ao ignoramos as questões éticas estaremos abrindo um precedente perigoso para futuras decisões e ações.
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Sim, dilemas éticos. Questões éticas que devem ser levadas em conta quando se trata daquilo que queremos e da forma que vamos obter o que queremos. Será que vale a pena burlar regras e leis para chegar aonde desejamos? Será que vale a pena magoar ou prejudicar pessoas sob a justificativa do resultado que pretendemos? Talvez todos digam que não! Mas várias vezes vemos isso acontecer na política, na sociedade e nas organizações. É por isso que a ética é importante. É importante debater sobre o valor daquilo que desejamos e, o mais importante, o valor da maneira como vamos obter o que desejamos.
Por isso, como de costume, é importante falar novamente sobre a frase que dá título a esse episódio e, principalmente ao seu autor. Foi Mahatma Gandhi, célebre pacifista indiano que disse que “vencer por meios que não acredito me trazem resultados que não preciso.” Essa frase é poderosa. Ou melhor, além de poderosa, é extremamente verdadeira, porque Gandhi foi um incansável batalhador na busca pela independência da Índia em relação à Inglaterra e também na busca pela melhoria das condições de vida do seu povo. Gandhi desejava muito a independência do seu país, mas queria que essa conquista fosse feita de uma forma pacífica. Ele pregava a revolução sem armas e a independência sem violência. É por isso que ele afirmava que não precisava e não desejava que seu objetivo fosse alcançado por meios que ele não acreditava e não defendia. Para Gandhi, o fim não justificava os meios.
Essa abordagem é completamente diferente do que aprendemos nos livros de História, pois todas as independência e revoluções que conhecemos ocorreram por conta de muitas guerras e muitas vidas perdidas. E quando eu lembro que Mahatma Gandhi conseguiu uma revolução pacífica eu tenho a certeza de que todos os objetivos que temos na vida podem também ser alcançados por meios éticos, legais e pacíficos. Não é necessário nos prejudicarmos ou causarmos mal ao ambiente ou às pessoas para chegarmos aonde queremos.
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Mas são os resultados que movem o mundo. Verdade seja dita, metas e objetivos são essenciais para a nossa vida. Eu acredito muito nisso e vivo defendendo isso. E quando eu falo sobre esse tema dentro das empresas eu lembro do que ensinou Peter Drucker. Ele dizia que é muito importante concentrar-se em suas forças e colocá-las onde elas possam produzir os resultados que você deseja. Ele nos ensinou a concentrar nossas forças nas áreas de nossa alta competência e aptidão. Significa dizer que o sucesso naquilo que queremos vem como resultado de nossos próprios esforços e aptidões.
Eu também acredito muito em pensar se os objetivos que temos em mente fazem sentido. Não, não se trata de uma crença limitante ou de um pensamento paralisante, do tipo que nos diz que não podemos ou merecemos algo. Eu me refiro ao gatilho, aquilo que faz surgir aquele sonho ou objetivo. De onde veio o sonho de conquistar aquela promoção, aquela carreira almejada, a viagem que tanto deseja fazer ou as conquistas que deseja realizar? É sabido que resultados saudáveis são mais facilmente obtidos por meio de processos saudáveis e, principalmente, quando o que desejamos for algo digno, justo e perfeito. Por trás dos resultados das pessoas mais produtivas está esse forte senso de vocação. E quem faz o que faz motivado pela certeza de sua vocação sempre deixa um legado transformador.
Sucesso e fracasso são em grande parte resultados de hábitos! Dos hábitos que precisamos adotar para sair da zona de conforto que nos impede de nos aproximarmos dos nossos resultados. Os resultados também dependem dos hábitos ligados ao nosso pensamento, ou seja, depende daquele velho ditado que nos ensina que pensar grande ou pensar pequeno dão o mesmo trabalho. Nesse caso, é lógico que temos que ver o copo meio cheio, pensar de forma grandiosa e positiva e nas possibilidades de sucesso naquilo que queremos. Não há limitações à mente, exceto as que nós mesmos impomos. Pobreza e riqueza, sucesso e fracasso, são resultados de nosso próprio pensamento. Por isso que é importante lembra que desejos fracos geram fracos resultados, da mesma forma que pouco volume de fogo só produz um pequeno volume de calor.
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Só que a palavra resultado reverbera de forma diária nas nossas cabeças porque é algo essencial para as organizações. Todas empresas têm metas. Somos cobrados por resultados e, embora a forma como em muitos casos os resultados são cobrados ultrapassem o limite da educação e do respeito, os resultados são essenciais para a sobrevivência da organização. Na Administração somos ensinados que a gestão precisa focalizar nos resultados e o desempenho da organização. A gestão de uma empresa deve definir quais são os resultados pretendidos e deve organizar os recursos da instituição para atingi-los.
No entanto, muitas vezes a gestão acaba dando mais importância a outras coisas que, embora sejam relevantes, se tornam preciosismos quando feitos em excesso. Um dos problemas é que a maioria das empresas contrata o trabalhador e o pagam por hora e não por resultados. Então isso faz com que o trabalhador tenha que desempenhar suas funções em um lugar em que possa ser “vigiado” a fim de que a chefia garanta que as horas sejam cumpridas. O engraçado é que quanto mais esse exercício de vigilância e controle ocorre, maior é o mal aproveitamento das horas de trabalho.
É lógico que precisamos controlar as horas de trabalho, bem como supervisionar o trabalho das pessoas. Mas é preciso fazer mais: é preciso treinar, é preciso acolher e engajar as pessoas de uma forma que elas entendam que o resultado da organização é, também, resultado delas. As pessoas precisam realmente entender o porquê do que fazem ou não chegarão aos resultados esperados pela organização. Ao darmos atenção a isso, estaremos formando pessoas que aprenderão a oferecer resultados ao invés de justificativas.
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Fala, galera do Coachitório Online.
Mahatma Gandhi é uma das grandes personalidades que já existiu. Até hoje o seu legado inspira muita gente e as suas frases são memoráveis. É curioso notar que várias frases de Gandhi têm o mesmo sentido da frase que utilizamos no título deste episódio, ou seja, elas chamam muita atenção para a forma por meio da qual você irá conquistar seus resultados. Exemplo disso é essa frase, de autoria dele: “Uma pessoa não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível.”
Mas eu quero ouvir você. Você já se arrependeu de algo que tenha feito somente para conquistar um resultado na vida pessoal ou profissional? Ficarei feliz em receber o seu comentário. E aproveito para lembrar que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que frase ou personalidade você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!