• 7ª Temporada
  • Grandes Lições em Pequenas Frases II

  • Estamos começando uma nova temporada do Coachitório Online! A temática de uma temporada do podcast tem a ver com simbolismos e com metáforas. Tem a ver com encontrar uma forma de falar com o lado emocional das pessoas, pois assim elas se conectam e absorvem mais facilmente aquilo que o lado racional quer aprender e processar. Com esta temporada não será diferente! E a boa notícia é que vamos fazer uma releitura do tema da segunda temporada. Isso mesmo! A nova temporada do Coachitório Online irá trazer episódios que contam grandes lições em pequenas frases.

  • Ouça todos os episódios desta temporada!

190 – Sócrates e o Conhecimento

A verdadeira vantagem competitiva não está na informação, e sim no conhecimento. Daí ficamos ansiosos, pensando que somos cada vez mais ignorantes porque não damos conta de aprender, usar e dominar todas as tecnologias e aplicativos existentes na face da Terra. Fazemos todos os cursos que conseguimos, pois o medo de não estarmos atualizados pode trazer a sensação de que ficaremos à margem do mercado de trabalho. Mas somente terá valor o conhecimento que conseguirmos aplicar para alguma finalidade útil e benéfica. Do contrário, estamos apenas estudando por estudar, para empilhar diplomas e ficarmos obesos em conhecimento.

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Transcrição do episódio "190 – Sócrates e o Conhecimento"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

Vamos falar de:

CONHECIMENTO

Só é útil o conhecimento que nos torna melhores.

Em meados do século 16, o filósofo inglês Francis Bacon afirmava que conhecimento é poder. Assim ele inaugurava a era científica no mundo. Francis Bacon falava sobre conhecimento sob a inspiração do que acontecia naquela época. Pessoas brilhantes como Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, desafiavam a lógica e as supostas “verdades” estabelecidas, abrindo os olhos da humanidade para a possibilidade de pensar diferente, de pensar mais, de pensar fora da caixa. Ou, simplesmente, pensar. 

O mais curioso é que a Revolução Científica que começou no século 16 não foi uma revolução do conhecimento. Foi, acima de tudo, uma revolução da ignorância. A grande descoberta que deu início à Revolução Científica foi a descoberta de que não temos as respostas para as nossas perguntas mais importantes. Por isso que o filósofo inglês deixou sua marca nos primórdios da ciência, pois ele entendia que o conhecimento não era só o poder ligado à autoridade, mas principalmente ao poder ligado à possibilidade. Para ele, quem conhece expande seus horizontes, questiona as coisas, pensa, aprende e cresce. Já falamos sobre Francis Bacon e sobre a relação entre conhecimento e poder lá no episódio #99 do Coachitório Online. Te convido a ouvir novamente esse episódio, pois lá esmiuçamos um pouco mais esse pensamento filosófico e eu arrisco a dizer que o episódio de hoje é um complemento interessante sobre o que falamos lá no episódio #99.

Mas vamos voltar à frase que dá título a este episódio. Muito tempo antes de Francis Bacon afirmar que conhecimento é poder, o filósofo grego Sócrates nos ensinava que só é útil o conhecimento que nos torna melhores. Essa é, literalmente, uma daquelas frases que justificam bem o propósito desta temporada do Coachitório Online. É uma grande lição contida em uma pequena frase. Há mais de dois mil anos, Sócrates já nos avisava que de nada adianta conhecermos algo que não nos torna melhores ou que não melhora o ambiente em que vivemos e que não influencie positivamente as pessoas ao nosso redor.

Há muito se sabe que ter informação não é mais uma vantagem competitiva; ter conhecimento, sim. A capacidade de transformar dado em informação, informação em conhecimento e conhecimento em experiência é um dos grandes desafios do ser humano no mundo atual. Não só em termos de carreira ou trabalho, mas sim na vida como um todo e na responsabilidade que todos temos para criar e manter um ambiente de trabalho melhor, uma Sociedade melhor e um planeta melhor. É por isso que há muito já se fala que o conhecimento não tem outro valor exceto o que pode ser obtido com sua aplicação a algum fim útil. Isso me faz lembrar de outro episódio do Coachitório Online, no qual falamos sobre a obesidade do conhecimento. No episódio #142 fizemos um questionamento importante: estamos colocando na prática aquilo que já estudamos, ou estamos apenas estudando por estudar, para empilhar diplomas e ficarmos obesos em conhecimento? 

É bem verdade que o livro que você não leu não vai te trazer o conhecimento que vai lhe ajudar a crescer ou se desenvolver na vida pessoal e profissional. No entanto, eu abordei o tema sob a ótica da obesidade do conhecimento porque na fisiologia do corpo humano, ficamos obesos quando acumulamos mais energia do que gastamos e eu penso que a obesidade do conhecimento surge quando acumulamos mais cursos, formações e informações do que temos capacidade ou estamos dispostos a aplicar ou compartilhar com as pessoas. Convido você a ouvir novamente esse episódio, que também complementa o tema que estamos falando hoje aqui no nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. 

Hoje em dia ficamos ansiosos, pensando que somos cada vez mais ignorantes porque não damos conta de aprender, usar e dominar todas as tecnologias e aplicativos existentes na face da Terra. Daí nos colocamos em todos os cursos que conseguimos assistir, pois o medo de não estarmos atualizados poderá trazer a sensação de que nada sabemos e que ficaremos à margem do mercado de trabalho. Posso dizer para você que essa é uma visão equivocada, pois o que o mercado de trabalho deseja é que tenhamos conhecimento, mas um conhecimento que possa ser aplicado e transformado em algo útil e que gere resultados para as pessoas e para as empresas.

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Então, se a tecnologia deve ser encarada como uma grande máquina, um poderoso agente acelerador, então o conhecimento deve ser encarado como seu combustível. Só que eu acho que está começando a faltar combustível para essa máquina, pois a capacidade de geração de dados e informações é muito maior do que a nossa capacidade absorver, analisar e aprender algo com tudo o que nos é apresentado. Há pouco eu comentei sobre a trilha que é composta por dado, informação, conhecimento e experiência e a teoria e a prática nos ensinam que o conhecimento somente surge quando as informações que chegam até nós têm sentido e servem para algo prático, para gerar algum benefício e para que haja um aprendizado.

Mas estamos limitados, ou melhor, chegamos ao nosso limite e parece que não conseguimos transformar tudo o que inunda diariamente as nossas vidas em algo útil para nós e para as pessoas. O mais interessante é que essa constatação não é de hoje. Há cerca de cem anos, Frederick Taylor, o pai da Administração Científica, nos alertava que o ser humano deveria empregar sua capacidade criativa para fazer realmente progressos no conhecimento mundial, em lugar de reinventar coisas velhas. Fico impressionado com esta frase, pois Taylor teve a genialidade de enxergar a dificuldade que temos de fazer algo útil com o que aprendemos.

Por outro lado, o olhar para o conhecimento antigo e para as inovações já lançadas e que há muito estão consolidadas é essencial para nos inspirarmos e melhorarmos o que já existe. Muitas inovações resultam da reformulação de conhecimentos anteriores, e não de ideias luminosas. Assim, conceitos antigos e novos coexistem. Na realidade, eu tenho certeza de que toda inovação deve se colocada entre aspas, pois a inovação é sempre um avanço, um passo à frente em uma caminhada feita por uma estrada que só existe porque alguém lá atrás teve as ideias iniciais que serviram como base para o que temos hoje. Foi Isaac Newton quem disse que só enxergou longe porque estava apoiado em ombros de gigantes. Ele disse isso, veja só, lá no século 18. Imagina o quanto essa frase é válida para os dias de hoje. Por isso que eu acredito que, assim como as sociedades, o conhecimento nunca é definitivo; muda constantemente à medida que categorias antigas desaparecem e formam-se novas.

Só que no meio organizacional é preciso que existam estímulos para que o conhecimento seja produzido e, principalmente, colocado em prática de forma útil para as pessoas, para a empresa e para a Sociedade. Há algum tempo, Peter Drucker, um dos mais renomados autores na área da Administração, avisava que o século 21 seria conhecido como sendo a Era do Conhecimento, uma época em que o foco das empresas mudaria de processos para pessoas, de tarefas para conhecimento. Peter Drucker comentava que as empresas terão de satisfazer os interesses de seus funcionários que trabalham com conhecimento ou pelo menos colocar esses interesses em posição alta o suficiente para atrair e reter os funcionários de que elas necessitam e torná-los produtivos, pois, nas organizações, muito do conhecimento é mantido nas cabeças dos trabalhadores e nunca é partilhado.

Surge um gargalo importante, que infelizmente encontramos facilmente nas empresas. As pessoas deixam seus trabalhos e levam consigo o que sabem e as empresas não conseguem contratar, treinar e formar pessoas na mesma velocidade das demandas que o mercado exige. Eis a importância da criação de um ambiente humano saudável, capaz de permitir a colaboração e o aprendizado nas empresas, nas equipes, para a criação de um ambiente propício à geração do conhecimento e aprendizagem, pois isso pode fazer com que o conhecimento útil seja gerado de forma mais rápida e, principalmente, pode fazer com que as pessoas queiram ficar na empresa justamente pelo fato de estarem aprendendo algo e de perceberem que o seu conhecimento tem um propósito e está sendo útil. Segundo Peter Drucker, o conhecimento faz com que os trabalhadores dos dias atuais possuam o principal meio de produção que existe, que é justamente o conhecimento. Os mais antenados logo irão perceber que conhecimento é poder e que eles poderão aplicar o que sabem em coisas que fazem sentido, pois somente é útil o conhecimento que nos torna melhores.

Fala, galera do Coachitório Online. 

Há pouco eu citei uma frase de Frederick Taylor, que há mais de cem anos já criticava o fato de estarmos reinventando coisas velhas. Mas tem outra citação interessante, que também foi feita há cerca de cem anos, por outra personalidade importantíssima para a história da Administracão. Henry Fayol comentava que enquanto se fazem – e com razão – os maiores esforços para ampliar e aperfeiçoar os conhecimentos técnicos, nada ou quase nada se faz, em nossas escolas e indústrias para preparar os futuros gestores para suas funções comerciais, financeiras, administrativas, etc. Perceba que há cem anos já se anunciava a dificuldade na formação de líderes e gestores. O líder técnico precisa ser um gestor e um bom líder de pessoas.

Mas eu quero ouvir você! Que conhecimentos você sente que precisa desenvolver? Que conhecimentos você quer colocar em prática? Ficarei feliz em receber o seu comentário. E aproveito para lembrar que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que frase ou personalidade você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

Também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo! Para ter mais informações sobre a Jornada, é só clicar no link deste post.

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!