Para cada escolha, uma renúncia. Acredito que você já tenha ouvido essa frase em algum lugar. Ela é muito clara: se eu preciso decidir entre uma das alternativas, aquela que eu eleger será a escolhida. As outra serão renunciadas.

A frase nos ensina que não há como escolher duas ou mais opções, então temos que tomar uma decisão e conviver com a consequência dela. Mas, a cada dia que passa, eu vejo que essa frase vem tomando outro sentido.

Tenho percebido que as pessoas (e eu me incluo nesse grupo) querem abraçar o mundo. A gente quer fazer tudo, quer coletar tudo, dar conta de tudo. Quer dar atenção a tudo e a todos e fazer tudo bem-feito. Só que não dá!

Está cada vez mais difícil fazer escolhas, sem precisar renunciar a algo que faz parte da nossa vida.

Muita gente diz que tem dificuldade em tomar decisões, em fazer escolhas. Só que eu percebo que essas pessoas (e novamente, me incluo nesse grupo) não têm dificuldade com a escolha. A dificuldade está em saber ao que devemos desapegar, para podermos iniciar a jornada que vai nos levar para onde queremos.

Confesso que estou passando por essa fase, pois fiz várias escolhas ao longo do ano e, agora me vejo tendo que desapegar de coisas que eu gosto de fazer, para poder iniciar aquilo que eu devo e quero fazer. Mas nesse ponto, começo a pensar se nós precisamos mesmo desapegar de uma coisa, para então poder começar outra. Aliás, eu tenho certeza de que, muitas vezes, isso não é possível, nem necessário e nem recomendável.

Há itens que carregamos na nossa mochila da vida que são indispensáveis para a caminhada que queremos iniciar:

  • Os aprendizados;
  • Os erros e acertos;
  • As amizades;
  • O apoio das pessoas que estão ao nosso redor;
  • Etc.

Só que essas coisas não pesam

Não são esses os itens que mais sobrecarregam a nossa caminhada… O que mais pesa na nossa mochila é a quantidade de coisas que a gente faz e que não trazem retorno. Não só o retorno financeiro mas, principalmente, o retorno que tem a ver com aprendizado ou satisfação pessoal.

Tem coisas que a gente faz somente porque estamos numa espécie de “piloto automático” ou mesmo em uma zona de conforto que nos dá a ilusão de que estamos produzindo e progredindo. Também tem coisas que a gente faz só porque alguém nos disse para fazer ou porque todo mundo está fazendo ou ainda porque é o modismo do momento.

Mas, se forem esses os motivos das nossas escolhas, nada fará sentido e a opção por essas coisas acabarão pesando no nosso dia-a-dia. 

Também existem outros pesos que carregamos em nossa mochila:

  • As lembranças negativas;
  • O remorso;
  • A raiva;
  • A inveja;
  • Etc.

Os sentimentos negativos pesam mais do que chumbo e vão deixando a nossa caminhada mais lenta e sofrida.

Essa sobrecarga negativa não só deixa a nossa caminhada mais lenta e penosa, como também faz com que a gente tenha que caminhar solitariamente. Afinal, é difícil encontrar alguém que queira caminhar ao lado de uma pessoa que anda de forma pesada, arrastando os pés porque está arrastando consigo o peso da negatividade.

Para ser mais claro: é difícil encontrar alguém que queira estar na companhia de pessoas negativas. A não ser, claro, alguém que seja igualmente negativo. Porém, essa pessoa dificilmente vai lhe ajudar e talvez somente faça ainda mais peso.

Fazer escolhas não é difícil. O problema está em saber o que devemos desapegar.

Para isso, recomendo abrir a mochila da vida e dar uma boa olhada no que tem lá dentro. Vire-a de ponta-cabeça e despeje sobre a mesa tudo o que tem dentro dela. Tenho certeza de que você encontrará muita coisa que não faz mais sentido. Sabe por quê? Porque foi assim que eu encontrei o que estava pesando na minha caminhada.

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