Conhecimentos, habilidades e atitudes! Essas três palavras formam o famoso acrônimo CHA, que representa a principal trilha pela qual a nossa carreira precisa passar. O conhecimento nos traz o saber, enquanto que as habilidades têm a ver com o saber fazer e as atitudes representam a vontade de fazer.

A impressão que eu tenho obtido a partir das interações que eu tenho feito com diversos profissionais em diversas empresas mostram que, infelizmente, as pessoas têm perdido seus empregos por questões mais ligadas às atitudes e comportamentos.

Isso significa que o conceito de competência tem mudado significativa e rapidamente nos últimos anos, pois em um momento não muito distante no tempo as competências técnicas e os resultados eram as coisas mais valorizadas em qualquer profissional. Desde que um profissional dominasse a sua atividade e conseguisse resultados, tudo iria bem.

Mas o profissional desejado pelas empresas atualmente apresenta outro conjunto de competências: as competências comportamentais, que estão ligadas à nossa capacidade de autodesenvolvimento e do desenvolvimento das pessoas e do relacionamento interpessoal.

Essa mudança não significa que precisamos deixar de lado o conhecimento técnico para focar somente nas questões comportamentais. Muito pelo contrário, pois o profissional de hoje precisa mesclar sabiamente o lado técnico com o lado comportamental. Surge, então, o conceito das metacompetências, divulgado pelo escritor brasileiro Eugênio Mussak.

Ele afirma que o mundo atual está à procura de pessoas múltiplas, capazes de entender todas as nuances do mercado e com a capacidade de utilizar as ferramentas e conhecimentos disponíveis a fim de criar as melhores soluções para os problemas que aparecem.

Importante dizer que as pessoas múltiplas não são aquelas que acumulam atividades, fazem diversas coisas ao mesmo tempo ou que pouco delegam. Não são as mais ocupadas ou as que mais trabalham.

Aliás, talvez seja apenas por conta de uma confusão de conceitos, mas o fato é que também tenho observado que as pessoas estão criando uma fantasia de que o profissional mais completo é aquele que atende as características citadas no começo do último parágrafo.

Ledo engano, pois é perceptível que essas atitudes minarão a competência da pessoa ao longo do tempo. O excesso de trabalho, a centralização e a baixa produtividade não contribuem para a criação de uma pessoa múltipla.

As pessoas múltiplas são aquelas que conseguem equilibrar a razão (competência técnica) e a emoção (competência comportamental), reconhecendo o momento exato de utilizar da melhor forma cada uma destas competências. Como o próprio Eugênio Mussak afirma, há pessoas competentes e há pessoas que parecem ir além. São as pessoas múltiplas.

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