Acredito que é importante refletir sobre as coisas negativas que podem acontecer em determinada situação. Mas, é importante não focar somente no que pode dar errado, pois ficaremos viciados em pensar somente nas probabilidades de erro na decisão a ser tomada, ao invés de pensar nas chances de acerto.
É habitual deixar que cada ideia que nós temos seja acompanhada da pergunta: – E se não der certo? Em muitos casos, por mais provável que seja o sucesso, ficamos com um pé atrás por conta dos riscos envolvidos; só acreditamos no sucesso quando ele se materializa na nossa frente.
Esse comportamento é muito normal, pois é sinal da proteção que o ser humano impõe – muitas vezes inconscientemente – sobre si mesmo diante de todos os riscos que podem ameaçar a sua integridade. Porém, esse padrão de comportamento se torna nocivo quando o medo de errar paralisa as iniciativas, condenando a pessoa a permanecer na zona de conforto.
Isso acontece porque as pessoas têm medo de errar. Mas, erra somente aquele que tenta, somente erra quem faz; na inércia nada acontece. Na zona de conforto, nenhuma novidade surge. Essas frases, poderiam ou deveriam ser suficientes para estimular que as pessoas tentem, sejam ousadas para realizar ações que podem mudar o seu estado atual.
Só que a reflexão precisa ser levada a outro ponto: as pessoas não têm medo de errar. Elas têm medo de tentar, de fazer diferente, pois para fazer diferente é preciso desencadear um processo de aprendizado. E o aprendizado é um processo complexo, que demanda desconstrução, humildade e abertura. Já dizia o velho ditado: errando é que se aprende.
Dessa forma, podemos afirmar que não temos tanto medo de errar, mas sim, de que nossas ações ou decisões erradas decepcionem outras pessoas ou provoquem o julgamento alheio. A boa notícia, é que as pessoas que ousam e se desafiam para sair da zona de conforto têm os mesmos medos. Só que não se deixam paralisar por ele. Sabem que, o medo, faz parte do pacote da viagem que leva ao sucesso e, principalmente, que no medo também há aprendizado.
Não temos medo do destino final. Temos medo de percorrer a estrada que nos leva até ele.
Voltando à pergunta inicial, qual é a pior coisa que pode acontecer se eu errar? Arrisco a dizer que a resposta é: aprender, para começar de novo. Num novo status, mais consciente dos riscos, com mais experiência e maior capacidade de lidar com os desafios.