Quem nunca ouviu essa pergunta ao longo da sua infância ou juventude? O motivo era óbvio: chegávamos no balcão de um bar ou lanchonete e pedíamos por uma determinada marca de refrigerante, o atendente nos oferecia Pepsi, porque ele não tinha aquela marca pela qual pedimos.

Por muito tempo, inclusive, a própria Pepsi achou isso inadequado. E isso faz todo sentido, afinal, quem gostaria de ver a sua marca sendo oferecida como uma alternativa, algo pelo qual as pessoas não procuram e não consomem, a não ser em caso de não ter aquilo que elas desejam?

Mas, também tem aquela velha história: “se te derem um limão, faça uma limonada“! Em 2009, a Pepsi aproveitou a situação e fez uma campanha publicitária que usava o mote do “Pode ser Pepsi?” para promover a sua marca. A Pepsi fez a sua limonada! Em 2017, uma nova campanha marca o novo posicionamento que a empresa fez para que o seu produto deixasse de ser uma alternativa para ser “a primeira opção”. Para deixar de ser a marca do “pode ser?”.

Uso essa história como metáfora e inspiração cada vez que me deparo com alguma situação parecida com essa no meu trabalho. Em vários casos – tanto no Coaching como na Consultoria – encontramos pessoas que se resignam com situações ou trabalhos que não fazem sentido para elas. A crise que vivemos na Economia e o desemprego em alta fazem com que as pessoas acabem aceitando todo tipo de trabalho e situação para se manterem trabalhando.

Não quero fazer qualquer tipo de julgamento sobre as pessoas ou os motivos que levam a tais situações pois cada um sabe onde aperta o seu calo. Mas, o fato é que tem muita gente que se aproveita da situação para empurrar determinadas situações goela abaixo das pessoas. As pessoas ficam numa espécie de “se não tem tu, vai tu mesmo!”

O problema é que isso acaba se refletindo na autoestima e na vida pessoal dos indivíduos. Acabamos ficando frustrados e com uma sensação de impotência que parece que nos deixa paralisados diante de tais situações. Algumas pessoas acabam relatando isso para mim e é nesse momento que surge a história do “pode ser Pepsi?”

Eu uso essa história para estimular as pessoas a pegarem esse limão para fazerem suas próprias limonadas. Aquilo que, num primeiro momento, parece ser desagradável ou incongruente com o que realmente desejamos, pode se tornar uma oportunidade para nós!

Conheço pessoas que conseguiram aprender muito em situações do tipo “pode ser Pepsi?”. Esse aprendizado fez com que elas desempenhassem seu trabalho de uma forma muito boa e, adivinhe só, quando surgiram oportunidades para realizar tarefas diferentes e melhores, foram elas as primeiras pessoas a serem lembradas.

Às vezes, aceitar a Pepsi não é somente um sinal de resignação ou conformidade, pode ser uma decisão de aproveitar uma oportunidade que está escondida!

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