Não muito tempo atrás, tive a oportunidade de almoçar com um colega, que é gerente em uma empresa que atendo. Ele tem o hábito de dedicar diariamente uma parte do seu tempo de almoço para ler livros e, naquele dia, percebi que ele estava com o livro “Empresas Feitas para Vencer”, do escritor americano Jim Collins. Confessei que não tinha lido aquele livro e, na hora, meu colega sugeriu que eu lesse aquela obra.

Sugestão feita, sugestão aceita!

Comecei a leitura e logo percebi que “Empresas Feitas para Vencer” é um daqueles livros atemporais, que trazem um tipo de conhecimento que não tem prazo de validade. Além disso, o que dá ainda mais credibilidade ao livro é que ele é resultado de uma pesquisa extensa, liderada por Jim Collins.

O autor analisou empresas norte-americanas ao longo de vários anos, para compreender por que algumas conseguiram sair da mediocridade e alcançar níveis excepcionais de desempenho sustentável. O estudo comparou companhias que se tornaram “grandes”, com outras do mesmo setor que permaneceram comuns, revelando padrões que explicam a transição da “boa” para a “excelente”.

O livro é tão bom, que se torna difícil fazer um resumo de seus pontos principais, mas eu tomo a liberdade de destacar dois pontos que, para mim, são cruciais para o sucesso e sustentabilidade de todo e qualquer empreendimento.

  • O primeiro deles tem a ver com o que o autor chama de Liderança de Nível 5:

Jim Collins defende que este tipo de líder constrói excelência duradoura por meio de uma mistura de humildade pessoal e força de vontade baseada no profissionalismo. É o tipo de líder que canaliza as necessidades do seu ego para longe de si mesmo, e aponta seus esforços em direção de uma meta maior, que é construir uma empresa que prima pela excelência.

  • Outro ponto que me impressionou foi a clareza com a qual ele aborda um tema que é muito sensível nas empresas:

Collins defende que a chave do sucesso está em “colocar as pessoas certas no barco, nos lugares certos, e só então decidir para onde ir”. Ou seja, antes mesmo de definir estratégias, é essencial ter equipes alinhadas, competentes e comprometidas. A cultura organizacional baseada na disciplina e na responsabilidade é construída a partir disso.

Para o autor, além de botar as pessoas certas, há que reconhecer e tirar as pessoas erradas do barco a fim de que as pessoas certas ocupem os lugares certos.

Esse é um tema polêmico, pois é comum ver que muitas empresas adotam uma filosofia que eu, carinhosamente, chamo de “ajeitograma”. Que é uma prática na qual a empresa fica tentando encontrar um lugar para aquela pessoa que não dá resultados, não evolui e que pouco contribui com a organização, mas que não é desligada porque está há muito tempo na empresa, é amigo ou faz parte da família do dono, etc.

O “ajeitograma” é mais comum do que imaginamos e, para mim, é uma das piores práticas de gestão que existem.

Graças à extensa pesquisa realizada e à forma clara e didática com que foi escrita, o livro demonstra que não existe fórmula mágica para o sucesso. A excelência resulta de liderança humilde, disciplina organizacional, foco no essencial e persistência em longo prazo.

O livro “Empresas Feitas para Vencer” é um guia prático para líderes que desejam construir organizações sólidas, capazes de superar crises e prosperar de forma duradoura.

FICHA CATALOGRÁFICA:

COLLINS, Jim. Empresas feitas para vencer: por que algumas empresas alcançam a excelência e outras não? Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.

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