Você já deve ter ouvido falar que muitos cientistas (inclusive Albert Einstein) dedicaram muito tempo da sua vida na procura pelo “elo perdido” entre ciência e espiritualidade. Nos dias atuais, infelizmente esses dois temas são vistos de forma separada e até antagônica, como se fossem visões de mundo distintas e concorrentes que tentam provar a todo custo que a outra está errada. Por outro lado, é cada vez maior o número de pessoas que se dedicam à nobre causa de nos mostrar o contrário: ciência e espiritualidade andam de mãos dadas.

Um dos melhores livros que eu encontrei recentemente sobre esse assunto se chama “A biologia da crença”, escrito pelo americano Bruce Lipton. O autor é biólogo e professor de Biologia e a sua obra é resultado de mais de vinte anos de pesquisa nessa área. O mais interessante é que a sua pesquisa começou com um insight, quase sem querer.

Desgostoso com alguns fatos que haviam acontecido em sua vida, no ano de 1985, Bruce decidiu se mudar para o Caribe, para lecionar Biologia em uma universidade local. Inspirado pelo clima único do mar e das praias do Caribe, ele teve uma “epifania científica” – como ele mesmo fala – que o levou a desenvolver a pesquisa que dá título ao livro.

O tema central do livro diz respeito às nossas crenças e ao fato de que elas comandam a nossa existência. O autor contraria alguns pressupostos biológicos tradicionais para defender e comprovar que o destino de nossa vida é determinado não só por nossos genes, mas por nossas respostas aos sinais do meio ambiente que impulsionam e controlam todos os tipos de vida.

Em um primeiro momento, o parágrafo acima pode levar a entender que “A biologia da crença” é somente um livro de autoajuda sem qualquer base científica ou a pretensão de comprovar todas as afirmações que nele estão contidas. Só que é bem o contrário, pois o autor mostra que as reações químicas neurais entre os estímulos e as respostas comportamentais se consolidam para garantir um padrão repetitivo. Essas reações consolidadas se chamam de “hábitos” e esses hábitos moldam a nossa forma de agir e pensar.

O autor afirma ainda que comportamentos básicos, crenças e atitudes são
incorporados às redes sinápticas de nossa mente subconsciente e, uma vez que passam a fazer parte de nós, controlam nossa biologia pelo resto da vida… a menos que encontremos uma maneira de reprogramá-los.

É aí que entra uma palavra muito importante para a tese de Bruce Lipton: a crença. O autor fala dos efeitos que as crenças exercem em nosso corpo e mente. Ao falar de crença, ele cita a religiosidade e o poder que a fé exerce no corpo humano. Também fala das crenças limitantes e negativas e do igual efeito que essas crenças exercem sobre nós. Tudo é absorvido no nível celular e nas estruturas mais básicas da nossa biologia e são essas estruturas que determinam nossos pensamentos, comportamentos, atitudes e até a nossa saúde.

Parece até estranho afirmar ou, em primeira análise, concordar com essa tese. Mas, na medida que a leitura do livro avança fica mais fácil entender porque somos os próprios geradores e administradores de nossa vida, do mundo que nos cerca e como o ambiente influencia nosso comportamento e emoções. Tudo explicado por meio da ciência!

FICHA CATALOGRÁFICA:

LIPTON, Bruce. A biologia da crença: ciência e espiritualidade na mesma sintonia. São Paulo: Butterfly, 2007.

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